Conheça os hábitos que favorecem o envelhecimento precoce

Com o passar dos anos, é natural que vários sinais se manifestem na pele, como marcas de expressão e rugas, por exemplo. No entanto, isso não significa que o envelhecimento precoce seja algo que não possa ser prevenido.
Se mantidos com disciplina, determinados cuidados adotados no dia a dia podem fazer a diferença sobre como esses processos naturais se desdobram à medida que a idade avança.
O que define o desgate prematuro da pele
Depois de certo ponto da vida, as células do organismo passam a responder mais lentamente, diferentemente de como era na juventude. A pele, por conta da sua alta taxa de renovação celular, é o órgão no qual se nota o efeito disso primeiro.
Não por menos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia aponta que as funções de produção de colágeno e de retenção da hidratação caem em até 50% com a chegada da meia-idade após atingirem o ápice em torno dos 30 anos.
Mas quando isso acontece antes do esperado, tem-se aquilo que é chamado de envelhecimento precoce, que geralmente combina:
- rugas profundas, principalmente ao redor do olho e da boca;
- aumento da flacidez (que faz com que área ao redor do olho caia e forme a papeira no queixo);
- redução da densidade de pele, deixando ela mais fina, sem brilho e elasticidade;
- hiperpigmentação ou diferentes tipos de pintas, sobretudo, provocadas pela ação da luz solar (conhecidas como melanose ou manchas senis).
Tais sinais se acumulam em outras áreas visíveis, como o pescoço e o dorso das mãos. Junto da exposição maior ao sol, essas regiões já tem uma superfície naturalmente sensível, o que só facilita o comprometimento. A questão é que não existe uma régua perfeita para medir isso. Entram nessa conta aspectos culturais, sociais e até mesmo questões de gênero.
A tolerância e as expectativas de como uma mulher deve (ou pode aparentar) com relação à sua idade certamente são maiores do que com os homens.
Os principais fatores de risco para o envelhecimento precoce
Quando se pensa no desgaste da pele, é preciso considerar primeiro que existem componentes decorrentes das características individuais em que nada (ou muito pouco) pode ser feito. Estão nessa categoria aspectos como:
- genética, já que a reparação das células se torna difícil depois de certa fase e esse processo é acentuado conforme a herança hereditária;
- flutuações hormonais, já que muitas substâncias (como o estrogênio, a progesterona e a testosterona) têm seus níveis reduzidos naturalmente;
- estresse oxidativo, que causa a interferência em compostos que dificultam a renovação celular, algo intensificado por uma série de condições crônicas (como o diabetes e o acúmulo de peso, por exemplo).
Enquanto isso, embora haja circunstâncias em que a ação do tempo não pode ser contida, vários comportamentos influenciam como o corpo responde a tudo isso.
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Exposição à luz solar
Apesar de banhos de sol moderados fazerem bem à saúde (inclusive por conta de vitamina D produzida mediante contato com os raios do dia), exagerar na dose desencadeia danos irreversíveis.
Além disso, tomar sol desprotegido é o maior fator de risco para o câncer de pele. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, esse é o tumor mais comum entre os brasileiros, com quase 200 mil casos diagnosticados ao ano.
Entram nessa equação também técnicas de bronzeamento artificial que utilizam aquelas cabines que emitem ondas de luz. Esse tipo de equipamento é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde 2009.
Cigarro
O tabagismo afeta a velocidade de envelhecimento de duas formas. Primeiro, a movimentação dos músculos para tragar acelera a formação de rugas e de linhas de expressão, principalmente ao redor da boca. Além disso, o contato com o tabaco amarela as mãos e as unhas.
Adicionalmente, as toxinas presentes no cigarro podem interferir na renovação das células, comprometendo o viço e elasticidade.
Consumo de álcool
As bebidas, em especial quando ingeridas constantemente, são outro agente perigoso para a aparência. De maneira mais imediata, o álcool acentua a desidratação do corpo. Toda vez que há menos água à disposição, a pele tende a apresentar uma condição pior.
Já no longo prazo, a substância altera a atividade celular e eleva a probabilidade da consolidação de marcas do tempo, bem como de eventuais tumores.
Alimentação desequilibrada
Sem refeições adequadas, todo o organismo é atingido por deficiências de vitaminas, minerais e demais nutrientes. Isso, claro, compromete a renovação das células, que leva ao envelhecimento precoce.
Em paralelo, existem evidências de que o excesso de açúcar e carboidratos na dieta prejudica a pele, sobretudo quando isso interfere no controle do nível glicêmico. Logo, em caso de dúvidas, a consulta com um nutricionista é sempre uma boa alternativa para lidar com isso:
Estresse
Ansiedade e nervosismo disparam respostas indesejadas, com a ação de hormônios associados à presença de estados inflamatórios que danificam as células. Quando isso persiste, pode haver reflexos em diversos aspectos, incluindo nisso o estado da pele.
Falta de sono adequado
O nervosismo do dia a dia atinge ainda a qualidade do sono. Como consequência, noites ruins também têm reflexo no processo de reparação da pele.
Um estudo de 2015 publicado na revista da Associação Britânica de Dermatologistas mostrou que um grupo de mulheres que dormia melhor tinha menos sinais relacionados à idade.
Cuidados básicos que ajudam a reduzir os danos à pele

Diante de tudo isso, a prevenção envolve a combinação de várias medidas. Algumas delas são igualmente importantes na redução do risco de uma série de alterações de saúde. Por isso, é importante:
- usar o protetor solar regularmente conforme orientação do fabricante do produto, junto de bonés, óculos de sol e roupas que cubram o corpo, principalmente nas horas mais quentes do dia;
- adotar uma rotina de cuidados diários com a pele, garantindo a limpeza e a hidratação adequada da superfície;
- parar de fumar (incluindo cigarros eletrônicos);
- abrir mão do consumo de álcool ou, pelo menos, beber com moderação;
- manter uma alimentação equilibrada e diversa, rica em vitaminas e minerais que também têm efeito antioxidante;
- praticar exercícios físicos com frequência;
- encontrar estratégias para lidar com o estresse do dia a dia;
- priorizar noites de sono tranquilas, capazes de oferecer uma restauração satisfatória;
- procurar um dermatologista com regularidade, já que esse especialista consegue fornecer orientações personalizadas a respeito de cuidados específicos.
Tratamentos para driblar o envelhecimento precoce
Nas circunstâncias em que os sinais da idade se tornarem um incômodo, o profissional de Dermatologia tem a capacidade de avaliar a possibilidade de tratamentos que amenizem a queixa estética. Entre os mais conhecidos estão:
- utilização de cremes com compostos como vitaminas, enzimas e antioxidantes;
- peelings, que através de processos químicos ou físicos remove a camada exterior da pele e promove a renovação da superfície;
- tratamentos com ondas de ultrassom, lasers e focos de luz, que aplicam calor localizado, ajudando na substituição das células da região;
- preenchimentos faciais, que utilizam substâncias químicas (a toxina botulínica é a mais famosa delas), para minimizar rugas e linhas de expressão.
Em qualquer um desses procedimentos, a orientação do médico é indispensável. É ele quem avalia os prós e contas de cada opção e determina qual a melhor abordagem.
Seja como for, pessoas que têm nos sinais de envelhecimento uma preocupação devem ter em mente que nenhum tratamento é capaz de revertê-lo ou pará-lo inteiramente. Esse alerta é útil para evitar ser vítima de promessas milagrosas que possam ser uma ameaça à saúde.
Fontes:
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
- Clinical and Experimental Dermatology;
- Clinics in Dermatology;
- Dermato Endocrinology;
- Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology;
- Journal of Dermatological Science;
- Instituto Nacional do Câncer;
- Plastic and Reconstructive Surgery;
- Psicologia em Estudo;
- Sociedade Brasileira de Dermatologia;
- The American Journal of Geriatric Psychiatry.