Febre oropouche tem sintomas semelhantes à dengue
A febre oropouche é uma doença infecciosa que tem mobilizado especialistas e a população em geral, principalmente por seus sintomas serem facilmente confundidos com os da dengue, uma doença já bem conhecida pelo público brasileiro.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS), só em 2024, mais de 5 mil casos foram diagnosticados no Brasil — até 13 de maio. Esse número é quatro vezes maior que no ano anterior, que teve 832 registros.
Febre oropouche: o que é e qual a sua origem no Brasil
Arboviroses são doenças virais agudas causadas por vírus classificados como arbovírus que, por sua vez, são transmitidos por artrópodes, como aranhas, carrapatos e mosquitos — como é o caso da febre oropouche.
Neste caso, o vírus responsável pela condição é o Orthobunyavirus oropoucheense (OROV).
O contágio se dá quando o mosquito pica uma pessoa ou um animal infectado e passa a ter arbovírus ali no sangue por alguns dias. Assim, ao picar outro indivíduo saudável, o artrópode transmite o vírus a ele.
O mosquito-pólvora, também conhecido como maruim, é considerado o principal transmissor da febre oropouche: com uma coloração que varia entre cinza e castanho escuro, ele é bem pequeno (entre um e três milímetros), tem uma picada dolorosa e é capaz de se reproduzir em ambientes com água parada.
O maruim é encontrado em áreas urbanas e rurais, o que facilita a disseminação do vírus em diferentes populações.
O arbovírus causador da febre oropouche foi identificado no Brasil pela primeira vez em 1960, através de uma amostra sanguínea de uma bicho-preguiça que foi capturada durante a construção da estrada Belém-Brasília.
Desde então, o País tem notificado tanto ocorrências isoladas, quanto surtos, sobretudo nos estados da Amazônia. Países vizinhos como Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela também já registraram casos da condição.
Quando procurar um médico?
Os sintomas da febre oropouche são bem parecidos com os da dengue e da chikungunya, sendo comum sentir:
- dor de cabeça;
- dores musculares e articulares;
- febre de início súbito;
- náuseas;
- diarreia;
- sensibilidade à luz (fotofobia);
- dor atrás dos olhos.
Esses sinais podem aparecer entre quatro a oito dias após a picada do mosquito infectado e tendem a melhorar após um período de dois a cinco dias.
Vale ressaltar que, embora a maioria dos casos se resolva sem complicações, algumas pessoas podem desenvolver uma forma mais grave da doença, que inclui meningite ou meningoencefalite, por isso é importante procurar atendimento médico.
Devido à variedade de sintomas, que podem ser confundidos com outras condições de saúde, a consulta com um clínico geral é aconselhável para um diagnóstico correto e tratamento adequado.
Febre oropouche não tem tratamento específico
O diagnóstico da condição é confirmado através de exames laboratoriais, como a sorologia e o PCR, que detectam a presença do vírus no sangue.
É importante destacar que a condição é uma doença de notificação compulsória no Brasil. Isso significa que, ao diagnosticar um caso, os profissionais de saúde devem informar imediatamente às autoridades sanitárias, para que medidas de controle e prevenção sejam adotadas de forma rápida e eficaz.
O tratamento da febre oropouche é sintomático, ou seja, visa aliviar os sintomas da doença, já que ainda não existe uma vacina ou tratamento específico para o vírus causador da condição.
Nesse sentido, além de repouso e hidratação, o uso de analgésicos e antitérmicos pode ajudar nos primeiros dias. No entanto, se ainda não recebeu a confirmação do diagnóstico, lembre-se de evitar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, como a aspirina, que podem piorar o quadro clínico se for dengue.
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A prevenção é a melhor estratégia
Aquelas dicas compartilhadas para evitar a proliferação do Aedes aegypti e, consequentemente, da dengue, também são válidas contra a febre oropouche. São elas:
- uso de repelentes;
- eliminação de criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas;
- se possível, evitar áreas de muitos mosquitos.
Caso opte por telas em portas e janelas, lembre-se que o principal mosquito transmissor do vírus é pequeno, assim sendo, a gramatura (os furinhos) deve ser pequena também.
Por fim, a conscientização sobre a febre oropouche é essencial para o controle e prevenção da doença. Compartilhar informações corretas com quem conhece pode fazer a diferença para proteger as pessoas da condição e evitar a disseminação do vírus.
Fontes: