A hérnia umbilical se manifesta como um inchaço ou protuberância perto do umbigo. Ela oocorre quando uma parte dos órgãos internos, como o intestino, se projeta através de uma abertura ou fraqueza nos músculos abdominais.
De acordo com a Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE), essa condição é bastante comum em recém-nascidos (até 20% das crianças), especialmente em bebês prematuros ou de baixo peso ao nascer. No entanto, também pode aparecer em adultos devido a fatores como o sobrepeso ou esforço físico excessivo.
Quem tem esse tipo de hérnia geralmente apresenta sintomas que variam conforme a gravidade. Os mais comuns são:
- protuberância visível ou inchaço na região do umbigo, principalmente ao tossir, fazer esforço ou levantar algo pesado;
- dor ou desconforto na área afetada em adultos, principalmente durante a prática de atividades físicas;
- em casos mais graves, pode ocorrer náusea, vômito ou dor intensa –, o que indica que a hérnia está presa (encarcerada).
Causas da hérnia umbilical
Crianças
Nos recém-nascidos, ela ocorre quando o cordão umbilical não se fecha completamente após o nascimento por um afrouxamento da parede abdominal. Quando isso acontece, o tecido da região abdominal se projeta para fora – especialmente quando o bebê chora ou faz algum esforço.
Fora a prematuridade e o baixo peso ao nascer, outras desordens comuns estão associadas a essa condição:
- ascite: acúmulo de líquido anormal no abdômen;
- trissomias autossômicas: condições genéticas causadas por um cromossomo extra, como na Síndrome de Down (trissomia 21);
- obesidade infantil;
- condições dismórficas: síndromes genéticas que afetam o crescimento e o desenvolvimento físico do corpo (por exemplo, Beckwith-Wiedemann, Ehlers-Danlos e Marfan);
- hipotireoidismo: baixa produção de hormônios da tireoide, afetando o metabolismo;
- mucopolissacaridoses: condições genéticas que afetam ossos, articulações e órgãos;
- diálise peritoneal: tratamento de insuficiência renal que usa o revestimento abdominal para filtrar o sangue.
Se a pessoa responsável pela criança precisar tirar dúvidas ou buscar orientação sobre essa condição em crianças, vale consultar um pediatra. O acompanhamento médico garante uma avaliação correta e o cuidado necessário.
Adultos
A hérnia umbilical em adultos se manifesta, na maioria das vezes, quando a pressão abdominal aumenta em áreas onde os músculos são naturalmente mais fracos. Outas causas incluem:
- sobrepeso ou obesidade, pois coloca pressão extra sobre a parede abdominal;
- levantamento de peso excessivo, uma vez que sobrecarrega os músculos;
- gravidez múltipla, principalmente se ocorrerem em intervalos curtos, estão em maior risco;
- doenças crônicas e condições como tosse crônica ou constipação;
- vômito de repetição;
- cirurgias anteriores e consequentemente as cicatrizes abdominais podem enfraquecer a parede do abdômen.
A hereditariedade (quando há histórico familiar) e as disfunções na produção de colágeno aumentam a predisposição para a hérnia do umbigo, conforme explica a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal.
O atendimento médico com o pediatra ou com o clínico geral pode ser útil à criança ou ao adulto, respectivamente, para uma compreensão melhor dos fatores, tratamento e prevenção da hérnia no umbigo.
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Como prevenir a hérnia umbilical
Embora nem todas as causas possam ser evitadas, há medidas que reduzem o risco, especialmente em adultos.
1. Manutenção de um peso saudável
O sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para a formação da hérnia umbilical. Por isso, é essencial manter o peso corporal saudável e reduzir a pressão sobre a parede abdominal.
Adotar uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos regulares pode ajudar a pessoa a atigir esse objetivo.
2. Cuidado ao levantar pesos
A elevação inadequada de objetos pesados é uma causa comum de hérnias umbilicais em adultos. Para que esse movimento seja feito da maneira correta e sem o comprometimento do corpo é fundamental:
- dobrar os joelhos ao levantar objetos;
- evitar levantar pesos superiores à sua capacidade;
- pedir ajuda, caso necessite levantar objetos muito pesados ou de grande volume.
3. Controle de condições crônicas
No caso da tosse, buscar tratamento médico pode evitar que o esforço constante sobrecarregue os músculos abdominais. Já para a constipação, incluir mais fibras na dieta e manter-se hidratado é fundamental.
4. Atenção redobrada durante a gravidez
Durante a gestação, a grávida deve manter uma rotina de cuidados especiais, incluindo evitar esforços excessivos e controlar o aumento de peso.
Gestantes podem esclarecer suas dúvidas e obter orientações seguras consultando um obstetra, que é o profissional especializado em acompanhamento da gravidez e com a capacitação para oferecer suporte em todas as fases da gestação –, desde o pré-natal até o pós-parto.
Tratamentos para a hérnia umbilical
A abordagem depende do tamanho, da gravidade dos sintomas, bem como da idade do paciente.
Tratamento em bebês e crianças
De acordo com a CIPE, em cerca de 90% dos casos, a hérnia umbilical infantil desaparece sozinha até os seis anos.
Isso acontece porque os músculos ao redor do umbigo se fortalecem conforme a criança cresce e se fecham naturalmente.
O monitoramento médico ajuda garantir que não haja complicações. Porém, se ela persistir após essa idade ou causar sintomas e complicações graves, pode ser recomendada uma cirurgia corretiva.
Tratamento em adultos
Em adultos, a hérnia umbilical raramente desaparece sozinha e, geralmente, requer cirurgia para recolocar o tecido abdominal no lugar.
O procedimento, geralmente simples e com recuperação relativamente rápida, pode contribuir também para fortalecer a parede abdominal com pontos ou com uma tela protetora para evitar que a hérnia se repita.
Por fim, o mais importante é manter uma abordagem preventiva e buscar orientação médica sempre que surgirem sintomas, garantindo assim um diagnóstico e tratamento adequados.
Fontes: