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O que é o hiperfoco e como usá-lo a favor do desenvolvimento

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As pessoas com hiperfoco permanecem a maioria do tempo em um “mundo quase particular” e conseguem inconscientemente entrar no modo automático de maneira mais fácil que as demais.

Se devidamente compreendido e estimulado, esse comportamento pode ser um importante meio de aprendizagem e desenvolvimento, porém, quando isso não acontece o que se vê é mais dificuldade na integração e socialização – que causam isolamento e levam ao preconceito.

O que é o hiperfoco?

Como o nome sugere, o hiperfoco é estado de concentração e atenção máximo que faz o indivíduo focar em determinada atividade ou tarefa por horas prolongadas, livre de distrações do “mundo exterior”.

Também é bem comum que pessoas hiper focadas se interessem profundamente por um tema específico, em detrimento de outros e sejam mais atraídos por um conjunto de estímulos sensoriais associados a esses, desde a infância.

Relação com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH)

Pacientes com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH) geralmente apresentam atenção seletiva. Portanto, é normal que fiquem mais tempo entretidos com o que é tido como mais divertido e prazeroso.

Ouvir a mesma música, assistir o mesmo filme mais de uma vez seguida, brincar exclusivamente com certos brinquedos ou objetos adaptados para essa função são manifestações bem típicas desses grupos. Na fase da adolescência e adulta, isso se mantêm e pode se materializar a partir da fala repetida de temas e de coleções diversas.

A hiperfocagem funciona ainda como uma “válvula de escape” para acalmar e aliviar o estresse. Reconhecer os sinais e buscar ajuda médica especializada é o primeiro passo para apoiar no desenvolvimento dessas pessoas, em processos educacionais e sociais mais inclusivos:

Ter hiperfoco é prejudicial?

Não necessariamente. Basta pensar que para as pessoas com TDAH o foco intenso é algo visto como positivo – já que o quadro é caracterizado pela alta desconcentração e outros déficits neurológicos e cognitivos.

A questão em pauta gira em torno de como conviver de forma mais harmônica e inclusiva, em qualquer tipo de ambiente, seja o escolar ou o corporativo.

No dia a dia: o desenvolvimento a partir do hiperfoco

Além de incentivar e desenvolver o foco em si, com a ajuda dos responsáveis, profissionais de educação, neurologistas e psicólogos, é necessário trabalhar e estimular outras áreas cerebrais e habilidades socioemocionais essenciais para o convívio e a vida coletiva, evitando o bullying e outras situações vexatórias, em qualquer estágio da vida.

Aprendizagem

Ao perceber que uma criança gosta exageradamente de dinossauros, bichos aquáticos ou do espaço, por exemplo, os pais e responsáveis podem criar atividades pedagógicas para introduzir novas palavras ou atividades psicomotoras que incluam os temas, personagens ou os objetos de preferência.

Daqui pode nascer um futuro paleontólogo, oceanógrafo, cientista ou astrônomo. E por que não? Nesse caso, é melhor estimular do que repreender e privar o desenvolvimento.

O mesmo pode ser feito durante a fase da introdução alimentar e nas seguintes, como tentativa de inserir outros ingredientes e alimentos no cardápio. Ao criar métodos efetivos para aproximar esses pacientes do que é mais envolvente, a tendência é que, aos poucos, passem a se abrir para novas possibilidades devido à curiosidade nata.

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Interação e integração

Em fase escolar ou não, é preciso incentivar a socialização. Eventualmente essas pessoas podem descobrir outras com o mesmo interesse. E, se isso não acontecer, também aprenderão na prática sobre a importância de respeitar opiniões e outros pontos de vistas.

Incentivar e promover diálogos e essa integração, com o cuidado de não causar situações desconfortáveis ou de alto estresse  é uma das saídas quando isso não acontece espontaneamente.

No trabalho, os gestores e pares podem cumprir com o mesmo papel, ajudando na integração das pessoas com hiperfoco e na melhor alocação de funções, conforme as aptidões, habilidades e competências.

A vida como ela é

Quem tem hiperfoco enfrenta frequentemente situações conflituosas e pode se irritar ao fazer “outras coisas”, afinal ninguém faz só o que gosta. Por isso, é fundamental desenvolver outras habilidades como a inteligência emocional e exercitar técnicas de relaxamento para aliviar a tensão e as contrariedades da vida.

Nem sempre esse processo de aprendizado e desenvolvimento será simples e exigirá a igual dedicação de tempo, disciplina e paciência. No entanto, praticar a empatia e a escuta ativa e ter uma rede de profissionais de saúde, psicólogos e de apoio torna a tarefa menos árdua.

Nesse sentido, uma recomendação básica para todas as famílias é procurar por comunidades de apoio ou fóruns online que falem abertamente sobre os desafios cotidianos e a forma como lidam com eles. Sabendo que não se está sozinho e que, as experiências também podem ser compartilhadas e agregar mais conhecimento, pode fazer com a que vida seja vista com outros olhos.

Fontes:

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