Saiba quando a icterícia em recém-nascido é sinal de alerta
A chegada de um bebê ao mundo traz muitas descobertas para a família e uma das situações que mais gera dúvidas e preocupações é a icterícia neonatal.
Se manifesta principalmente pela coloração amarelada na pele e nos olhos do recém-nascido, é bastante comum e, na maioria das vezes, inofensiva. No entanto, pode exigir atenção médica e tratamento imediato em alguns casos.
O que é icterícia e por que ela aparece nos bebês
Ocorre quando há acúmulo no sangue da chamada bilirrubina – produzida naturalmente pelo organismo quando os glóbulos vermelhos são destruídos.
No corpo do adulto, o fígado se encarrega de eliminar esse pigmento. Porém, o órgão ainda está imaturo nos primeiros dias de vida e não consegue dar conta desse processo, explica artigo publicado no Research, Society and Development.
Frequentemente, a forma da patologia que mais aparece, sobretudo do segundo dia após o nascimento em diante, é a icterícia fisiológica e costuma sumir sozinha até a segunda semana.
Quando surge antes das primeiras 24 horas ou se mantém por muito tempo, pode indicar um quadro de saúde mais sério e que deve ser investigado.
Pele amarelada não é único sintoma
À medida que a concentração da substância aumenta, esse aspecto de cor pode se estender para o tronco e até atingir as pernas e as palmas das mãos.
Embora seja o sinal mais característico da icterícia em recém-nascidos (principalmente no rosto e no branco dos olhos), outros sintomas também a acompanham, como sonolência excessiva, dificuldades para mamar, choro fraco e pouca atividade.
É fundamental observar o comportamento da criança e procurar o pediatra se essas manifestações se fizerem presentes, principalmente quando houver piora do estado geral.
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Causas da icterícia em recém-nascidos
Diversos fatores podem favorecer o aparecimento da enfermidade, como:
- prematuridade: devido à imaturidade do fígado para conseguir eliminar a bilirrubina;
- incompatibilidade sanguínea da mãe com o bebê: leva à destruição dos glóbulos vermelhos do neném;
- questões alimentares: jejum prolongado, demora na introdução da amamentação ou perda de peso
- significativa nos primeiros dias estão associados;
- outras condições: algumas infecções, hemorragias e distúrbios no órgão podem causar ou agravar o quadro.
Esperar mais de um minuto para cortar o cordão umbilical (clampeamento tardio) também pode aumentar as chances, pois eleva o fluxo de sangue, aponta um estudo publicado Revista Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Em contrapartida, traz benefícios importantes, como maior reserva de ferro.
Icterícia neonatal pode gerar risco para o bebê
Complicações sérias acabam surgindo quando não é tratada adequadamente. A principal é a encefalopatia bilirrubínica (ou Kernicterus), patologia neurológica que acontece quando o acúmulo vai para o cérebro.
Isso pode levar a disfunções motoras, perda auditiva, convulsões e até morte, destaca artigo do Research, Society and Development. Prematuros são os mais vulneráveis, por isso, a assistência médica deve ser ainda mais rigorosa.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento
Conclui-se a detecção de icterícia em recém-nascidos com base na aparência dos pequenos e após a realização de exames que medem os níveis de bilirrubina no sangue.
Alguns testes, como a bilirrubinometria transcutânea (realizada com um pequeno aparelho colocado na pele) também auxiliam no processo.
Ela tende a desaparecer sozinha nos casos leves. Já em situações moderadas a graves, o tratamento geralmente é feito com fototerapia, que consiste em expor o bebê à luz azul (sob controle médico) para quebrar a substância e facilitar sua saída do organismo.
Raramente, necessita-se de uma exsanguineotransfusão, procedimento mais invasivo, no qual o fluido sanguíneo precisa ser removido e substituído por o de um doador.
Como prevenir a icterícia em recém-nascido durante a gravidez
Evitar o quadro nem sempre é possível, mas algumas ações podem ajudar a reduzir o risco:
- início precoce da amamentação, pois estimula o processo natural;
- pré-natal de qualidade, uma vez que contribui para a identificação de fatores desencadeantes;
- cuidados com o clampeamento do cordão, pois o ideal é que respeite as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomendam o corte após 1 a 3 minutos (desde que não haja contraindicações).
O mais importante é estar atento aos sinais de alerta e garantir um monitoramento médico nos primeiros dias de vida. Com orientações e medidas simples, proteger a saúde da criança se torna mais fácil e viável.
Fontes:
[…] casos de recém-nascidos com sopro cardíaco, por exemplo, o cardiopediatra pode avaliar se a alteração é fisiológica ou […]