A intolerância à lactose é uma condição bastante comum, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com uma publicação no Jornal da USP, mais da metade dos brasileiros possui genes associados a esse tipo de manifestação do organismo.
Dessa forma, entender o que é o quadro, como diagnosticá-lo e quais os cuidados necessários para minimizar os desconfortos causados por ele é essencial.
O que é a intolerância à lactose?
A lactose é um açúcar presente no leite e nos derivados lácteos. Mas, para que seja digerida, é necessário que provoque a ação de uma enzima chamada lactase, produzida no intestino delgado.
Então, a intolerância acontece quando há uma deficiência ou ausência dessa enzima, resultando na incapacidade de digerir completamente esse açúcar. Com isso, ela chega ao cólon, onde é fermentada por bactérias, produzindo gases e ácidos que causam sintomas desconfortáveis.
Sinais que podem indicar intolerância à lactose
Os sintomas podem variar de leves a graves, pois dependem da quantidade de lactose consumida e do nível de deficiência de lactase no organismo. No entanto, os sinais mais comuns incluem:
- sensação de barriga estufada e inchaço após consumir produtos lácteos;
- fezes aquosas ou moles, ou seja, diarreia;
- produção excessiva de gases;
- cólicas e desconforto no abdômen;
- sensação de enjoo e náusea que pode ou não ser acompanhada de vômito.
Tipos e causas da intolerância à lactose
A deficiência da enzima lactase pode ter diversas origens, por isso, há três tipos principais de intolerância relacionados à diferentes causas:
1. Hipolactasia do tipo adulto
Este tipo é uma condição genética que ocorre em indivíduos com predisposição para a deficiência de lactase. É também o mais comum e ocorre na maioria da população mundial adulta, mas varia dependendo da localização geográfica e etnia.
No Brasil, cerca de 40% da população tem esse tipo de intolerância à lactose, que geralmente começa a se manifestar após os 3 anos de idade. Enquanto apenas 2% das pessoas apresentam sintomas graves, em idosos, as manifestações podem ser mais severas.
2. Intolerância congênita à lactose
Extremamente rara, essa forma de intolerância impede o aleitamento materno exclusivo e se manifesta logo após o nascimento. Assim sendo, os recém-nascidos afetados precisam ser alimentados com fórmulas infantis sem lactose.
No caso de crianças, o pediatra pode avaliar os sintomas, solicitar os testes necessários e orientar os pais sobre a gestão da intolerância à lactose, garantindo que a criança receba uma nutrição adequada para o crescimento e desenvolvimento.
3. Intolerância secundária à lactose
Trata-se de uma condição adquirida, resultante de danos ao intestino delgado causados por várias doenças, por exemplo:
- diarreia por gastroenterite viral;
- giardíase;
- alergia ao leite de vaca;
- doença celíaca;
- doença de Crohn.
Essa deficiência da enzima é temporária, então pode retornar aos níveis normais após o controle da doença causadora.
Bebês prematuros também podem apresentar esse tipo, pois ainda não produzem lactase em quantidade suficiente.
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Diagnóstico da intolerância à lactose
Para diagnosticar a condição, é necessário consultar um profissional de saúde, que pode solicitar um ou mais dos seguintes testes:
Teste de tolerância à lactose
Neste exame, o paciente ingere uma solução de lactose e depois de algumas horas medem-se as concentrações de glicose no sangue. Então, um aumento inadequado dos níveis indica intolerância.
Com dr.consulta, você pode realizar esse exame, garantindo assim, um diagnóstico preciso e rápido para que possa iniciar o tratamento adequado e melhorar sua qualidade de vida.
Teste de hidrogênio na respiração
Após ingerir uma solução de lactose, o paciente sopra em um balão em intervalos regulares. Dessa forma, se houver altos níveis de hidrogênio no ar expirado, isso sugere que a lactose não foi digerida adequadamente.
Teste de acidez nas fezes
Mais comum em crianças e bebês, o teste verifica a presença de ácido láctico nas fezes, produzido pela fermentação da lactose não digerida no intestino grosso.
O gastroenterologista é um médico especializado no sistema digestivo e é o profissional mais indicado para diagnosticar a intolerância à lactose. Afinal, este especialista pode realizar e interpretar testes específicos para confirmar a condição.
Tratamento e cuidados necessários
Não há cura para a intolerância à lactose, mas é possível gerenciar a condição com mudanças na dieta e, em alguns casos, com o uso de suplementos.
- Limitar ou evitar produtos lácteos, bem como optar por alternativas como produtos sem lactose e leite de amêndoa, soja ou aveia.
- Tomar comprimidos de lactase antes de consumir derivados do leite;
- Incluir fontes de cálcio alternativas para garantir a ingestão adequada do mineral, pois é importante para a saúde óssea. Então, inclua na dieta alimentos como brócolis, amêndoas, tofu e vegetais de folhas verdes.
Caso você precise de ajuda para ajustar a dieta, mas garantindo que todas as necessidades nutricionais sejam atendidas, consulte um nutricionista. Este profissional pode fornecer orientações sobre alternativas sem lactose e suplementos de lactase, bem como estratégias para evitar deficiências nutricionais, especialmente de cálcio e vitamina D.
Diferença entre intolerância à lactose e alergia ao leite
Embora muitas pessoas confundam as duas condições, elas são bastantes diferentes em termos de causa, sintomas e tratamento. Portanto, é essencial entender essas diferenças para evitar complicações.
Alergia ao leite
Neste caso ocorre uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite, como a caseína e a whey (soro do leite). Essa reação pode ser grave e ocorre porque o corpo identifica essas proteínas como substâncias que causam mal ao organismo.
Os sintomas podem variar de leves a graves, incluindo urticária (coceira), inchaço, dificuldade para respirar, vômitos, diarreia, cólicas abdominais, e em casos severos, anafilaxia (uma reação alérgica grave que pode ser fatal).
Nesse caso é necessário evitar completamente leite e produtos lácteos. Mas em casos de exposição acidental, medicamentos como anti-histamínicos ou epinefrina (adrenalina) podem ser necessários.
Por fim, é importante lembrar que cada organismo é único. O que funciona para uma pessoa pode não ser eficaz para outra. Portanto, o acompanhamento contínuo com profissionais de saúde é fundamental para ajustar a dieta e garantir que todas as necessidades nutricionais sejam atendidas de forma adequada e segura.
Ao entender a intolerância à lactose e seguir as orientações dos especialistas, é possível desfrutar de uma vida saudável e sem desconfortos.
Fontes: