Um dos maiores dilemas de quem já teve ou tem câncer de mama é o de fazer a mastectomia. Os seios, que representam a continuidade da vida no caso das mães que amamentam, passam a ter outro valor.
O medo do procedimento, da mutilação, da recuperação, da perda do vínculo com o filho e até de um símbolo da feminilidade geram grande preocupação. Entretanto, um alerta de saúde é muito importante: esse tratamento aumenta as chances de cura em até 98% dos casos dos tumores iniciais.
A prevenção, o diagnóstico precoce e os cuidados direcionados são, na maioria das vezes, muito efetivos e seguros.
A cirurgia de mastectomia
Indicações
Essa cirurgia oncológica é indicada para tumores maiores e somente para 3 (três) perfis:
- quem teve câncer de mama no passado;
- quem tem câncer nas mamas;
- para quem o risco da doença é maior.
Os 6 tipos
Para atender as diferentes necessidades, existem cirurgias distintas. O que muda de uma para outra, além da técnica, são as áreas-alvo, ou seja, partes que devem ser retiradas.
1 – Mastectomia poupadora da pele
Nessa cirurgia a pele da mama é mantida, enquanto o tecido mamário, o mamilo e a aréola são retirados. Implantes mamários ou peles de outras partes do corpo são alternativas para a reconstrução da mama.
2 – Mastectomia poupadora do mamilo
É a cirurgia onde é feita exclusivamente a remoção do tecido mamário e existe a preservação da pele e do mamilo. O processo de reconstrução envolve, geralmente, as mesmas opções da modalidade poupadora da pele.
Pacientes podem ter a perda da sensibilidade nessa área, pelo fato da secção dos nervos.
3 – Mastectomia preventiva ou profilática
Comum entre pacientes com alto risco de câncer de mama (predisposição genética) ou que já tenham diagnóstico de tumores sujeitos à bilateralidade como, por exemplo, o carcinoma lobular.
4 – Mastectomia simples
É o procedimento mais conhecido, que pode ser realizado em uma ou nas duas mamas. A mama, aréola, o mamilo e a pele e, em determinados casos, os linfonodos axilares são removidos pelo cirurgião durante a intervenção cirúrgica.
5 – Mastectomia radical à Halsted
Reservada ao tratamento de tumores maiores que causam infiltração na musculatura e para quadros onde a quimioterapia e a radioterapia não são indicados ou não se mostram efetivos. É considerada mais mutiladora e, por isso, menos utilizada atualmente.
Essa cirurgia remove integralmente a glândula mamária, a pele, a aréola, o mamilo, os músculos peitorais maior e menor e os linfonodos axilares.
6 – Mastectomia radical modificada
Similar a operação de Halsted, porém, na mastectomia radical modificada os músculos são mantidos.
Quadrantectomia
É uma cirurgia conservadora da mama. Por ser menos invasiva, remove o tumor cancerígeno circuncidando somente as áreas menores ao seu redor (processo conhecido como margem ou margem de segurança), garantindo, portanto, a permanência dos seios.
O raio de atuação cirúrgica varia de paciente a paciente, em função da localização e do tamanho da mama. Dependendo ainda do tamanho da margem, o procedimento recebe outros nomes: lumpectomia, de mastectomia parcial ou de ressecção segmentar da mama.
Quando a remoção do tecido é maior do que 2 (dois) ou 3 (três) centímetros, o que equivale até um quarto da mama é chamada quadrantectomia. Quando a proporção é menor é mais conhecida pelos outros nomes.
A definição pelo tipo de cirurgia de tratamento da mama é dada normalmente por um mastologista, considera o diagnóstico, o risco da disseminação das células tumorais (metástase) e o perfil da paciente. Consulte sempre um profissional de saúde para obter o tratamento mais indicado para o seu caso:
A vida após a cirurgia de retirada da mama
Pensar (ou repensar) a vida após um tumor ou a remoção da mama, inicialmente, pode ser bem desafiador. O próprio diagnóstico e o fato de “tirar uma parte do corpo”, mexem com as emoções, sentimentos e com a autoestima, mas com uma rede de apoio e o devido suporte psicológico e médico, é possível seguir a vida praticamente como antes.
Pós-cirúrgico
Segue geralmente as recomendações padrão da maioria dos pós-operatórios: substituição de curativos, repouso e restrição de movimentos ou de grande esforço.
É necessária uma atenção maior para a higienização e momentos íntimos, pela alta sensibilidade da região. O uso do sutiã é liberado após o primeiro mês da cirurgia, geralmente.
A aplicação de pomadas ou soluções caseiras para acelerar a cicatrização, é contraindicado.
Amamentação
Dependendo do tipo de cirurgia realizada, se pelo menos um dos seios, os dutos que levam leite até o mamilo e os mamilos foram preservados, não é preciso interromper a amamentação.
As alterações no volume de produção de leite devem ser acompanhadas por um ginecologista.
Alívio da dor
As dores reais ou a “dor fantasma”, que é a sensação de agulhadas ou pontadas, assim como outros sintomas podem surgir após os procedimentos. Nesses casos, o mastologista que acompanha o prontuário médico deve ser consultado para prescrever analgésicos, anti-inflamatórios ou fisioterapias.
Sessões de radioterapia
Na terapia de conservação da mama, a radioterapia pós-mastectomia é mantida como medida para acabar com as células cancerígenas remanescentes, reduzindo assim o risco do câncer surgir novamente.
Essa decisão é tomada depois de uma avaliação médica criteriosa, na fase de rastreio do câncer.
Apoio psicológico
A adesão aos tratamentos e o processo de recuperação depois de qualquer doença passa pelo entendimento e pela “aceitação”. Contar com a rede de apoio e com o acompanhamento psicológico pode fazer muita diferença para saber como lidar com as mudanças.
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Faça o autoexame da mama e os exames preventivos anuais: agende a sua mamografia para identificar anomalias e prevenir o câncer de mama. Quanto antes diagnosticado, melhor tratado.
Fontes: