Entenda de vez as diferenças entre miopia e astigmatismo

A visão é uma das principais formas de interação com o mundo. E entre as alterações mais comuns que comprometem a capacidade de ver detalhes finos e objetos com clareza estão esses dois erros de refração.

Ambos envolvem mudanças na maneira como a luz entra nos olhos e é projetada na retina, região responsável por transmitir as imagens ao cérebro.

Compreender essas condições, seus impactos e os cuidados recomendados é essencial para manter o bem-estar no dia a dia.

Miopia e astigmatismo: erros refrativos distintos

Caracterizada pela dificuldade em enxergar com nitidez o que está longe, a miopia ocorre quando a luminosidade acaba se concentrando em um espaço anterior ao que devia, geralmente por causa do formato alongado do globo ocular ou a curvatura excessiva da córnea.

Cerca de 27% da população mundial já convive com ela, mas a projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o número chegue a 50% até o ano de 2050, de acordo com artigo publicado no periódico Fisioterapia Brasil sobre práticas fisioterapêuticas no manejo dessas patologias.

Entre os fatores associados a esse cenário estão o aumento do tempo de exposição a telas e a redução de atividades ao ar livre, especialmente entre crianças e adolescentes.

Por sua vez, o astigmatismo provoca uma distorção na vista e contornos duplicados em todas as distâncias, devido a irregularidades na superfície ou na lente natural (cristalino) do órgão.

Ele está presente em até 70% dos casos que envolvem essas possíveis modificações, aponta um levantamento divulgado na Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação.

Sinais semelhantes e principais discrepâncias

Como mencionado, a grande diferença está no jeito em que cada uma afeta a acuidade, sobretudo em relação à proximidade ou afastamento de objetos. Entretanto, elas também manifestam alguns sintomas iguais, como:

• embaçamento visual;
• cansaço após leituras ou utilização de dispositivos eletrônicos;
• dores de cabeça;
• dificuldade de concentração;
• sensação de peso ao redor dos olhos.

Além disso, essas alterações ainda podem gerar desconforto físico na cabeça, no pescoço e nos ombros, decorrentes do esforço constante para enxergar.

Miopia e astigmatismo surgem tanto isoladamente quanto em conjunto, o que reforça a importância de procedimentos oftalmológicos periódicos para identificação precisa e acompanhamento adequado.

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Métodos de correção

O uso de óculos e lentes de contato é a abordagem mais frequente. Eles ajustam o caminho dos raios de luz até a retina e promovem mais nitidez.

No entanto, a cirurgia refrativa a laser pode ser sugerida em determinados quadros, após avaliação profissional, tendo como objetivo corrigir a curvatura da córnea e, consequentemente, a projeção da claridade no fundo do globo.

Práticas complementares, a exemplo da fisioterapia oftálmica, também podem contribuir, já que propõe exercícios que estimulam os músculos da região, relaxam a visão central e desenvolvem a percepção periférica, amenizando os sinais físicos.

Cuidados e medidas preventivas

Certas atitudes e recomendações ajudam a preservar a saúde ocular e diminuem o impacto dessas condições na rotina, incluindo:

• praticar atividades em ambientes externos com frequência;
• fazer pausas regulares diante da exposição a telas;
• priorizar locais bem iluminados para ler e trabalhar;
• manter os acessórios óticos atualizados conforme orientação médica;
• realizar check-ups oftalmológicos, independentemente da presença de sintomas.

Vale lembrar que mudanças visuais podem prejudicar até situações simples do cotidiano, como ver placas na rua, acompanhar programas de televisão, costurar ou preparar alimentos, afetando a autonomia e a autoconfiança.

Assim, adotar bons hábitos, seguir os tratamentos indicados e contar com informação e assistência especializada garantem mais conforto e qualidade de vida mesmo ao conviver com miopia e astigmatismo.

Fontes:

• Fisioterapia Brasil;
• Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação.