Ter atenção ao bem-estar, manter uma alimentação equilibrada, realizar exames de rotina e fazer atividades físicas regularmente são algumas das atitudes básicas para manter o corpo mais saudável e longe de doenças.
Mas o que acontece quando, para além de cuidados, uma pessoa começa a ter um receio extremo de adoecer?
O medo exagerado de doenças é uma condição psicológica denominada nosofobia. Esse tipo de fobia pode impactar diretamente a qualidade de vida da pessoa afetada e daquelas ao redor, causando prejuízos nos âmbitos pessoal e social – além da própria saúde, é claro.
Ao longo deste conteúdo, abordaremos o que é, qual a diferença entre nosofobia e hipocondria e, ainda, quais são os comportamentos associados à essa preocupação excessiva.
Afinal, o que é nosofobia?
A nosofobia é uma condição caracterizada pelo pavor, medo, preocupação e ansiedade excessivos em relação ao desenvolvimento de determinadas enfermidades. Assim, quem a possui pensa frequentemente que está predisposto a manifestar um diagnóstico grave.
Isso significa que, na presença de qualquer sinal diferente no organismo, a pessoa pode associar esses sintomas a tumores, cânceres ou infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), por exemplo.
Certos indivíduos estão mais propensos a desenvolver esse pânico. Normalmente, aqueles que já têm quadros de ansiedade ou contato direto com outras pessoas enfermas, como os profissionais da saúde, são os mais suscetíveis.
Causas e fatores de risco
Embora não tenha uma causa única, é comum observar entre os pacientes motivos, conscientes ou inconscientes, relacionados a:
- experiências traumáticas passadas: alguém que teve contato sexual com outro infectado pelo vírus HIV, por exemplo, pode manifestar um medo excessivo de contrair alguma IST, mesmo usando todas as medidas de proteção em suas relações íntimas;
- influência familiar: aqueles que vivenciaram contextos de questões de saúde graves no âmbito familiar também podem desenvolver a nosofobia, pois tendem a adquirir uma maior preocupação com o adoecimento;
- ansiedade generalizada: indivíduos com ansiedade extrema podem manifestar a condição, já que preocupações e tensões fazem parte do quadro de sintomas desse transtorno.
Muitas dessas questões devem ser tratadas no acompanhamento psicológico já que esse medo pode levar ao efeito contrário – que é o da não prevenção.
Qual a diferença entre nosofobia e hipocondria?
De acordo com o senso comum, a hipocondria é associada, de forma errada, àquela pessoa que sempre tem um remédio para tudo e acredita que há algo de anormal com a sua saúde.
Porém, trata-se de um distúrbio psíquico cuja principal característica é a preocupação com transtornos graves e progressivos no presente. Por isso, a hipocondria também pode estar relacionada a quadros de estresse, ansiedade e depressão.
A nosofobia, por sua vez, está interligada ao medo de manifestar doenças no futuro. Em outras palavras, é um medo antecipado de adoecer, de ficar doente.
Formas de diagnóstico
Normalmente, os principais sintomas dessa fobia podem ser notados pela própria pessoa, no dia a dia:
- tensão e angústia;
- preocupação exagerada com a saúde;
- pavor de patologias mais graves ou fatais;
- atenção obsessiva em relação aos cuidados com corpo;
- ausência em consultas médicas;
- manifestações físicas, como taquicardia, em virtude da ansiedade.
É essencial destacar, inclusive, que essa, ou qualquer outra fobia, não pode ser identificada por meio do autodiagnóstico.
Em caso de dúvida ou suspeitas, é imprescindível procurar atendimento com psicólogos ou psiquiatras. No dr.consulta, essas especialidades médicas estão entre as 60 disponíveis.
Além disso, com o Cartão dr.consulta, esse agendamento é facilitado, já que possibilita descontos em exames, consultas e procedimentos odontológicos (a depender da modalidade) para assinantes e até mais 4 dependentes.
Mas existe prevenção?
Os cuidados com a saúde são sempre bem-vindos em qualquer fase da vida. É por isso que desde pequenos somos incentivados a seguir o calendário de vacinação, por exemplo.
Ninguém quer ou espera adoecer. E esse medo não deve privar as pessoas de buscar auxílio médico, quando necessário.
Ao adiar uma consulta ou exame, você pode, na verdade, demorar mais tempo para ter um diagnóstico ou iniciar um tratamento. Sem contar ainda que isso pode levar a outras consequências. Uma “simples gripe” pode evoluir para uma pneumonia. Tudo o que não se quer…
E saiba que parte das doenças identificadas são curáveis, ou seja, tem cura. E, quando não, é pensado em maneiras para fazer com que você ou um ente querido vivam melhor.
Os impactos da nosofobia
Ficar pensando em doenças pode fazer com que você adoeça! Sabe por quê? O pensativo negativo seguido da negligência pode ter diversas implicações físicas, mentais e emocionais.
Isolamento social, deterioração gradativa da saúde mental e interferência no acesso adequado aos cuidados médicos são situações típicas, mas não deveriam ser.
No entanto, você deve evitar fazer qualquer julgamento. É preciso ter mais compreensão e empatia.
E como acolher quem tem nosofobia?
- Evite minimizar ou ridicularizar os medos e preocupações. Em vez disso, ofereça um ouvido atento e uma demonstração de solidariedade;
- Ao receber um diagnóstico destaque a importância de seguir o tratamento recomendado e acompanhar seu progresso;
- Incentive a participação em atividades sociais e saídas em passeios e atividades externas, respeitando os limites da pessoa diagnosticada e a encoraje a enfrentar gradualmente suas ansiedades;
- Ofereça apoio emocional e tranquilize. Recomende fonte de informações de saúde confiáveis e científicas e ajude a discernir entre o cuidado e o medo irracional.
Cuide-se e cuide de quem você ama! E conte com o dr.consulta neste e em outros momentos. Saúde pra gente, é coisa séria!
Fontes:
- Transtornos dissociativos, conversivos e somatoformes | Protocolo de acolhimento do Ministério da Saúde (MS)
- Ansiedade | Biblioteca Virtual em Saúde (BVS-MS);
- Saúde mental | Ministério da Saúde (MS)