A ultrassonografia é um dos exames de imagem mais conhecidos e solicitados para analisar e investigar o funcionamento e possíveis alterações em órgãos internos do corpo.
Atualmente, a Medicina conta com algumas variações do procedimento, diferenciando seu uso e técnica aplicada conforme a estrutura do corpo analisada e o objetivo do profissional que solicitou o estudo. O ultrassom com doppler é uma dessas variações.
O que é o ultrassom com doppler e como funciona
Por meio de um aparelho conhecido como transdutor, a ultrassonografia tradicional atua com a emissão de ondas sonoras que se chocam com estruturas do corpo e, ao serem refletidas para esse mesmo transdutor, são convertidas em sinais elétricos. Em seguida, esses sinais são transformados em imagens, transmitidas na tela do computador.
Quando esse tipo de procedimento é realizado, há utilização não só de técnicas da ultrassonografia tradicional, mas também do chamado efeito doppler para analisar o funcionamento da região estudada do corpo.
O parâmetro utilizado é movimentação de glóbulos vermelhos no sangue. Assim, esse tipo de ultrassom analisa se o sangue está fluindo, sua velocidade e direção.
Quando o exame é solicitado
Normalmente, o ultrassom com doppler é usado para avaliar o funcionamento do coração (integrando o ecocardiograma), verificar se há vasos sanguíneos obstruídos, coágulos, ou mesmo artérias que possam estar estreitas para a passagem do sangue.
Ele pode ser usado, também, para analisar o funcionamento e possíveis anomalias em outras estruturas do corpo, como mamas, rins, fígado e pâncreas.
Um estudo publicado no periódico Experts in Ultrasound: Reviews and Perspectives, por exemplo, mostra como a sensibilidade desse tipo de exame é estratégico para o diagnóstico de câncer no pâncreas.
Além disso, o exame ultrassom com doppler pode ser feito na gravidez para estudar a circulação sanguínea no bebê, útero e placenta. Segundo uma revisão de literatura publicada na Cochrane Database of Systematic Reviews, ele pode ser fundamental para gestações de alto risco, em que há preocupação com a saúde do bebê.
Qual é o preparo indicado para o ultrassom com doppler?
O preparo varia de acordo com a especificidade requisitada. Mas, em geral, as orientações para a realização do procedimento são:
- usar ou levar roupas confortáveis e que permitam a exposição da área analisada;
- levar exames anteriores para que o(a) médico(a) possa analisá-los;
- levar o pedido médico (com validade).
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Tipos de ultrassom com doppler
Existem, pelo menos, três tipos principais desse exame, que têm características e aplicações variadas conforme a finalidade médica.
1 – Ultrassom com doppler a cores
A ultrassonografia colorida com doppler utiliza cores, como azul e vermelho, e as sobrepõe nas imagens de tons cinzas.
As cores são aplicadas em tempo real e são usadas para mapear a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo dentro da estrutura analisada.
O vermelho, por exemplo, pode ser aplicado para identificar que o fluxo sanguíneo está indo em direção ao transdutor. Já o azul, para mostrar que o sangue está fluindo em direção oposta ao aparelho.
Essa técnica é muito utilizada para avaliar o fluxo sanguíneo em tumores e órgãos internos do corpo, como o coração. Além disso, o exame também é usado para identificar casos de ataque isquêmico transitório e de AVC (acidente vascular cerebral), e para mapear futuros riscos do paciente para o AVC ou para a aterosclerose.
- ultrassom colorido com doppler da tireoide;
- ultrassom com doppler colorido da bolsa escrotal;
- ultrassom com doppler colorido transvaginal.
2 – Ultrassom com doppler espectral
Nesse tipo de ultrassonografia, é analisada a velocidade do fluxo sanguíneo dentro da região examinada. Para isso, é traçado um gráfico que traz, no eixo horizontal, a velocidade do fluxo e, no eixo vertical, a quantidade de sangue.
O ultrassom com doppler espectral é muito utilizado para identificar possíveis obstruções nas veias e artérias do corpo, sendo usado em conjunto com outras técnicas de análise para estudar a circulação sanguínea do paciente.
3 – Ultrassom com doppler duplex
Esse tipo faz uma combinação de duas técnicas de análise: a apresentação com gráficos da ultrassonografia espectral e o modelo de imagens da ultrassonografia modo B.
O modo B tem como característica a exibição das imagens em 2D durante o ultrassom. Essas imagens são produzidas, em tempo real, a partir da transformação das ondas sonoras em sinais elétricos, similar ao ultrassom tradicional.
Trata-se de um tipo de exame muito usado para avaliar o desenvolvimento do feto, além de órgãos e estruturas do corpo, como fígado, baço, rins, tireoide, testículos, mamas, útero, ovários e próstata.
Fontes: