Mente e corpo estão intrinsecamente ligados. Dessa forma, quando um não está bem, o outro pode sentir o impacto. É o que acontece em casos de doenças psicossomáticas, onde fatores psicológicos podem ter uma influência significativa sobre o corpo físico.
É muito comum que os pacientes com essas condições passem muito tempo em consultórios médicos tentando um diagnóstico mais assertivo. Isso acontece porque os sintomas apresentados não são justificados por nenhuma alteração orgânica no organismo, e sim, psicológica.
Por isso, reconhecer os sinais e buscar ajuda profissional é essencial para o seu tratamento e a prevenção.
O que são doenças psicossomáticas?
Também conhecidas como somatização ou transtorno somatoforme, as doenças psicossomáticas são condições onde o emocional pode se manifestar em sintomas físicos variados.
Sendo assim, segundo especialistas, esse quadro pode ter a sua causa relacionada a inúmeras situações e acontecimentos, incluindo:
- traumas pessoais;
- luto;
- dificuldade em lidar com emoções;
- estresse, depressão, ansiedade e síndrome de burnout;
- perda financeira;
- histórico familiar;
- distúrbios de personalidade.
A explicação por trás disso, segundo a Encyclopedia Britannica, está relacionada à forma como as emoções ativam o sistema nervoso involuntário e as glândulas de secreção interna.
Por exemplo, quando alguém está com raiva, sua pressão arterial pode aumentar, assim como seu batimento cardíaco e frequência da respiração. No entanto, normalmente, quando esse sentimento diminui, esses sintomas também passam.
Mas se a pessoa não consegue expressar sua raiva, os sinais físicos podem continuar presentes. Com o tempo, esse indivíduo pode começar a notar essas condições, como a pressão alta, mas sem perceber que são causadas por suas emoções. Ou seja, são doenças psicossomáticas.
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Quais são as doenças e sintomas psicossomáticos mais comuns?
Como uma resposta do corpo, existem inúmeras condições que podem estar ligadas ao transtorno somatoforme. Confira as principais:
Enxaquecas
Estresse, ansiedade e depressão são algumas das condições que podem desencadear, ou intensificar, esse distúrbio neurovascular.
Sintomas comuns: dor latejante de cabeça, enjoos e sensibilidade à luz e ao som.
Condições gastrointestinais
As emoções também podem ser responsáveis por desordens funcionais, como é o caso da Síndrome do Intestino Irritável (SII).
Sintomas comuns: dor, abdominal, diarreia, constipação e inchaço.
Dores pélvicas
Estresse crônico e traumas emocionais podem estar associados a incômodos pélvicos persistentes.
Sintomas: dor crônica na região pélvica, desconforto durante a relação sexual e menstruações dolorosas.
Disfunções sexuais
Fatores psicológicos como ansiedade, depressão, estresse e traumas emocionais podem levar a disfunções sexuais em homens e mulheres. Essas condições frequentemente têm um grande impacto na qualidade de vida e no bem-estar emocional das pessoas.
Sintomas comuns em mulheres: dor durante o sexo, falta de desejo sexual e dificuldade em atingir o orgasmo.
Sintomas comuns em homens: disfunção erétil (dificuldade em obter ou manter uma ereção), ejaculação precoce ou retardada e diminuição do desejo sexual.
Dermatites
Condições de pele, como eczema e psoríase, podem ter um componente emocional significativo. Assim, quadros como estresse e ansiedade podem desencadear ou agravar essas dermatites.
Sintomas comuns: vermelhidão, coceira intensa, descamação da pele, formação de bolhas, ressecamento e rachaduras.
Condições respiratórias
Asma e hiperventilação podem ser desenvolvidas por questões emocionais no caso de somatização.
Sintomas comuns: falta de ar, sensação de sufocamento, respiração rápida e superficial.
Úlceras
Essas condições também podem ser agravadas por estresse emocional e ansiedade, que aumentam a produção de ácido no estômago e reduzem a capacidade de cura do revestimento gástrico.
Sintomas: dor abdominal intensa (especialmente entre as refeições ou à noite), sensação de queimação no estômago, inchaço, perda de peso e apetite, náuseas e vômitos.
Dores musculares
Conhecidas como dores miofasciais ou fibromialgia, podem ser desencadeadas por estresse e traumas emocionais.
Sintomas comuns: dor generalizada, rigidez muscular e sensibilidade em pontos específicos do corpo.
Como as doenças psicossomáticas são um conjunto de vários sinais, sintomas emocionais também podem ser notados como, por exemplo, cansaço, sensação de desinteresse, irritabilidade, tristeza, desânimo e falta de concentração.
A ajuda médica precisa ser iniciada o quanto antes
Se você ou alguém que conhece apresenta sintomas físicos persistentes sem uma causa médica clara, é importante procurar ajuda médica.
Reconhecer essas condições cedo pode ajudar a evitar a frustração de consultas e exames sem diagnóstico conclusivo, além de começar um tratamento adequado para melhora do quadro e, consequentemente, mais qualidade de vida.
Os profissionais de saúde mais indicados para esse tipo de tratamento são os psicólogos, os psiquiatras e os clínicos gerais.
Como funciona o tratamento para as doenças psicossomáticas?
Inicialmente, o médico solicitará uma série de exames de rotina para verificar se o seu organismo está passando por alguma condição física. Com resultados negativos, o diagnóstico torna-se mais direcionado para fatores psicossomáticos, permitindo métodos de tratamento mais assertivos.
Na maioria dos casos, é indicada a prática de terapias para o controle dos sintomas e, em situações mais específicas, o uso de medicamentos controlados. É muito importante que todas essas medidas sejam acompanhadas por especialista, como o clínico geral.
Para um tratamento efetivo de doenças psicossomáticas, é essencial que o paciente passe por uma análise psicológica adequada. Em casos de medo excessivo ou dificuldade para lidar com alguma situação, uma terapia personalizada é a mais indicada.
Apesar da doença se manifestar fisicamente no corpo, lembre-se sempre que ela tem um caráter 100% emocional.
É possível prevenir essas condições?
A prevenção de doenças psicossomáticas envolve cuidar da saúde mental e emocional. Dessa forma, algumas ações podem ajudar:
- gerenciamento do estresse: pratique técnicas de relaxamento como meditação, ioga ou exercícios de respiração;
- atividade física regular: exercícios físicos ajudam a liberar endorfinas, que melhoram o humor e reduzem o estresse;
- alimentação saudável: certos nutrientes podem influenciar diretamente o humor e a função cerebral. Por exemplo, alimentos ricos em ômega-3, como peixes e nozes, têm propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a reduzir sintomas de depressão e ansiedade;
- sono adequado: um sono de qualidade é essencial para várias funções do corpo como a memória, sistema imunológico e humor;
- apoio social: manter conexões sociais e buscar apoio quando necessário pode fazer uma grande diferença para a saúde emocional;
- psicoterapia: conversar com um psicólogo pode ajudar a lidar com questões emocionais antes que eles se manifestem fisicamente.
Com tudo isso, lembre-se: ao menor sinal de estresse, ansiedade e depressão, procure ajuda médica. Quanto mais cedo a intervenção para doenças psicossomáticas, mais rápido será a sua recuperação.
Fontes: