Como prevenir acidentes de trabalho? Saiba o que a empresa deve fazer

As empresas têm como uma das suas maiores responsabilidades a de preservar a saúde das pessoas. Independentemente do ramo, prevenir acidentes de trabalho é um tema sério que precisa ser encarado com atenção nas empresas, por quem está dentro e fora delas.
Medidas preventivas eficazes reduzem significativamente os riscos, garantindo a saúde e segurança dos colaboradores. Saiba quais são as melhores práticas para evitar essas situações e como promover um ambiente mais seguro e produtivo.
O que são acidentes de trabalho?
Acidentes de trabalho são aqueles eventos inesperados que ocorrem no exercício da atividade profissional, de maneira individual ou coletiva e podem resultar em danos físicos, mentais ou o óbito – nos casos mais drásticos. Segundo o eSocial, somente em 2023 foram registrados 2.888 acidentes fatais, no Brasil.
Eles podem variar de pequenos ferimentos a situações mais graves que afetam a saúde e a segurança, levando ao afastamento temporário ou permanente.
Como determinado na legislação brasileira, esse tipo de acidente engloba tanto aqueles ocorridos nas dependências da empresa, quanto aqueles que acontecem no trajeto entre a casa e o trabalho (ou vice-versa).
Todas as empresas são obrigadas a notificar esses eventos formalmente. Essa definição legal enfatiza a necessidade de prevenção e práticas seguras.
O que está previsto na legislação sobre segurança no trabalho
No Brasil, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e as Normas Regulamentadoras (NRs) estabelecem diretrizes de segurança para proteger o trabalhador. Elas obrigam as empresas a oferecer condições e equipamentos adequados, além de implementar ações preventivas e fiscalizam seu cumprimento.
A legislação também exige que as empresas mantenham registros precisos de acidentes e causem menos riscos. Em complemento, o monitoramento contínuo e as auditorias regulares comprovam que essas normas estão sendo seguidas à risca, evitando a recorrência de acidentes e protegendo a saúde e o bem-estar físico do colaborador.

Causas mais comuns de acidentes de trabalho
Para prevenir acidentes de trabalho é necessário mapear as suas causas. Muitas vezes, descaso com normas de segurança e treinamento inadequado estão entre os principais fatores. Equipamentos defeituosos, falta de manutenção e estruturas inseguras são alguns dos exemplos mais citados.
No geral, as causas podem ser divididas em três grandes grupos:
- falta de treinamento: funcionários que não são devidamente treinados para tarefas específicas correm maior risco de se machucar, por desconhecimento ou descuido;
- descumprimento de normas de segurança: ignorar os protocolos básicos quase sempre gera situações perigosas;
- uso incorreto de equipamentos: a má utilização de ferramentas e máquinas, potencializa a chance de acidentes.
- Quando um operador de máquinas usa um dos equipamentos de trabalho sem a devida proteção, por exemplo, coloca em risco a sua vida e a das demais pessoas, mesmo que não tenha a intenção.
As pessoas que estão no escritório infelizmente também não estão livres. Acidentes considerados leves, acontecem todos os dias: pequenos machucados ou cortes, escorregões, dentre outros, são motivos de queixas.
Impactos de acidentes de trabalho na empresa
Os acidentes afetam a saúde, a produtividade, a moral da equipe e podem ter como consequência implicações legais e financeiras. Custos indiretos, como a perda de talentos e danos à reputação, costumam ser bem significativos.
Empresas que priorizam a segurança e cuidam genuinamente das pessoas minimizam tais impactos negativos. Criar ambientes de proteção e estabilidade não só garantem a saúde e bem-estar dos funcionários, mas favorecem o desempenho organizacional como um todo.
Medidas efetivas para prevenir acidentes de trabalho
Investir em segurança é estratégico, pois gera um ambiente produtivo e saudável e reduz o absenteísmo, rotatividade, afastamentos e custos de saúde. As medidas para prevenir acidentes de trabalho, incluem essencialmente:
Análise de riscos no ambiente laboral
A análise de riscos é um processo sistemático que identifica perigos, avalia riscos e define medidas de prevenção. Isso permite priorizar ações, estabelecer controles e implantar melhorias nos ambientes e condições.
Empresas de todos os portes devem realizar inspeções regulares nos locais de trabalho para não haver riscos iminentes. Instalações, mobiliário e equipamentos devem ser frequentemente revisados. Métodos como a Análise Preliminar de Riscos (APR) e a Análise de Modos de Falha e Efeitos (FMEA) podem ser utilizados nessa etapa.
Controle de riscos
A hierarquia dos riscos respeita essa ordem:
- eliminação: remover o perigo completamente;
- substituição: substituir materiais ou processos perigosos por alternativas mais seguras;
- controles de engenharia: implementar barreiras físicas, proteções em máquinas, ventilação adequada, isolamento de ruído, etc.
- controles administrativos: estabelecer procedimentos de trabalho seguros, permissões de trabalho, sinalização, rodízio de tarefas, pausas para descanso, etc.
- equipamento de Proteção Individual (EPI): fornecer e garantir o uso adequado de EPIs quando os controles anteriores não eliminarem completamente os riscos (capacete, óculos de proteção, luvas, protetor auricular, respirador, etc.).
- revisão e atualização: realizar avaliações de riscos periodicamente e sempre que houver mudanças nos processos, equipamentos ou instalações. Fazer a manutenção preventiva dos equipamentos, por exemplo, previne situações de risco.
Equipamentos de proteção individual (EPIs)
Cada profissão demanda proteções específicas, como capacetes, luvas, máscaras e óculos, por exemplo. A escolha do EPI correto previne lesões graves.
É responsabilidade da empresa assegurar que todos os trabalhadores estejam usando os EPIs corretamente e que estes estejam em boas condições de uso (limpos, no tamanho ideal, etc.). Também é importante manter a conscientização sobre o uso contínuo desses equipamentos.
Organização e limpeza do local de trabalho
Implementar um programa de organização e limpeza para manter o ambiente de trabalho livre de obstáculos, resíduos e materiais desnecessários (housekeeping) é bem interessante. Da mesma forma, a demarcação e sinalização das áreas de circulação, armazenamento, risco e equipamentos de emergência, assim como o controle de derramamentos são fundamentais.
Análise Ergonômica do Trabalho (AET)
Essa análise da ergonomia identifica e avalia os riscos ergonômicos relacionados às tarefas, postos de trabalho e equipamentos.
O objetivo é criar medidas de melhorias ergonômicas para adequar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, reduzindo o risco de lesões musculoesqueléticas (LMEs) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).
Investigação de acidades e incidentes
Estabelecer um procedimento claro para a notificação imediata de todos os acidentes e incidentes, mesmo os menores. Fora a investigação minuciosa para análise das causas devem ser elencadas medidas preventivas e a comunicação dos resultados.
Treinamento e capacitação de funcionários
Não existe um programa de segurança eficaz sem treinamentos. Ensinar práticas seguras e manuseio correto de equipamentos e condutas responsáveis são parte dessa cultura voltada para o cuidado.
Os programas de capacitação devem ser regulares e atualizados para que todos os funcionários estejam cientes das melhores práticas e expandidas além da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT).
Através de treinamentos, workshops e simulações, os trabalhadores aprendem a agir em situações de risco e lidam com primeiros-socorros – o que potencializam sua habilidade de resposta a emergências. Parece “pouco”, mas isso diminui bastante a probabilidade de acidentes sérios.
Esses treinamentos podem ser divididos entre treinamentos iniciais, periódicos ou específicos e devem ter suas informações registradas com data, horário, participantes, instrutores e demais detalhes pertinentes.
Procedimentos de Trabalho Seguros (PTS)
É obrigação das empresas desenvolverem instruções de trabalho claras e detalhadas para cada tarefa, descrevendo passo a passo de como realizá-la de forma segura, incluindo os riscos envolvidos e as medidas de controle. Tanto a divulgação, quanto a atualização são indispensáveis.
Inspeções de segurança
É necessário realizar ainda inspeções planejadas em todas as áreas de trabalho para identificar condições inseguras, atos inseguros e o cumprimento dos procedimentos de segurança. As inspeções especiais podem ser adicionadas ao cronograma, conforme necessidade. Esse processo deve ser devidamente documentado para consultas futuras.
Plano de Emergência
Desenvolver um plano de emergência que contemple todas as possíveis situações de emergência (incêndio, explosão, vazamento de produtos químicos, primeiros socorros, etc.), assim como disponibilizar e manter em bom estado equipamentos de combate a incêndio, primeiros socorros e outros recursos necessários para situações de emergência.
As rotas de fuga e saídas de emergência devem ser claramente sinalizadas e desobstruídas.
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
Implementar o PCMSO, que inclui a realização de exames médicos admissionais, periódicos, de mudança de função, de retorno ao trabalho e demissionais e ações de promoção da saúde, para promover a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, como campanhas de vacinação, prevenção de doenças e orientação sobre hábitos saudáveis.
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Cultura de segurança na empresa
Uma cultura de segurança sólida valoriza a preservação da integridade física dos funcionários como prioridade. Isso exige comprometimento de todos os níveis organizacionais e promoção de práticas seguras diariamente.
Instaurar uma cultura de segurança envolve comunicação aberta e incentivo para que todos os colaboradores participem ativamente e reportem possíveis situações de risco antes que se transformem em acidentes.
Reuniões de segurança e momentos de feedback permitem que funcionários compartilhem experiências, ideias e preocupações, o que contribui para a melhoria contínua dos padrões de segurança. Inclusive, esse é um dos pontos sustentados pela Norma Regulamentadora 1 (NR-1) – que dispõe sobre o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO).
Fontes: