Alterações na função hepática podem ser reflexos de uma série de condições de saúde. Assim sendo, exames para o fígado são recursos muitas vezes essenciais para entender o que está acontecendo com esse órgão.
O fígado, não custa lembrar, atua produzindo uma série de elementos essenciais para o processo de digestão, além de agir para eliminar substâncias indesejadas do organismo.
Na prática, a avaliação da condição dele pode ser feita por meio de exames de sangue ou de imagem. Cada tipo de abordagem depende de uma série de cuidados prévios e a devida indicação mediante recomendação profissional.
7 principais exames
1 – Perfil hepático básico ou prova da função hepática
Também chamado de hepatograma, esse tipo de exame é feito através da análise de uma amostra coletada de sangue. A partir disso, é possível entender melhor se o fígado está enfrentando alguma dificuldade para funcionar adequadamente.
Isso costuma ser feito por meio da medição da presença de algumas enzimas e proteínas, o que pode ocorrer diante da suspeita de alterações que estejam prejudicando a função hepática. Entre algumas das mais frequentes estão:
- cirroses;
- hepatites, por diferentes causas;
- esteatose hepática (conhecida como gordura no fígado);
- obstrução da via biliar;
- presença de tumores na região.
Em geral, não é preciso fazer jejum antes da retirada do material para o exame. No entanto, isso pode mudar caso a caso, então, na dúvida, converse com seu médico ou o laboratório onde será feita a coleta de sangue. Em alguns casos, o uso de determinados medicamentos pode ser desaconselhado, por exemplo.
2 – TGO e TGP
Ambos os exames, feitos também por meio de uma amostra de sangue, buscam medir de forma específica a concentração de duas enzimas produzidas pelo fígado:
- a TGO, que é a transaminase oxalacética (conhecida também como aspartato aminotransferase, ou apenas AST).
- a TGP, que é a transaminase pirúvica ou (chamada ainda de alanina aminotransferase, ou ALT).
Valores anormais de ambos os elementos também costumam chamar a atenção dos especialistas. Na maioria dos casos, eles podem indicar alterações no fígado. Em situações específicas, o TGO acima do ideal também pode indicar disfunções em outros órgãos, como o cérebro e o coração.
Para o dia do exame, a única recomendação costuma ser um jejum de quatro horas antes da coleta do sangue.
Quer pagar menos em consultas com especialistas e em diversos exames? Então conheça e assine agora mesmo o Cartão dr.consulta, que oferece esse e outros benefícios para você cuidar da sua saúde.
3 – Fosfatase alcalina
Como o nome sugere, esse exame mede a concentração dessa enzima no organismo. Ela se acumula principalmente no fígado, na vesícula biliar e nos ossos. Portanto, tal avaliação feita a partir do sangue é relevante para identificar alterações nesses tecidos.
Elas podem fazer com que a presença de fosfatase alcalina suba ou desça conforme a evolução do quadro. Os valores de referência variam caso a caso, então a interpretação do exame pelo médico é indispensável.
Além das doenças hepáticas, esse recurso pode ajudar na composição do diagnóstico de obstruções nas vias biliares e disfunções na estrutura dos ossos, bem como de desequilíbrios na tireoide.
Mais uma vez, a única preparação prévia necessária costuma ser a manutenção de um jejum de quatro horas.
4 – Bilirrubina (total e frações)
Essa substância amarelada é produzida a partir da decomposição dos glóbulos vermelhos do sangue, e seu processo de filtragem acontece justamente no fígado.
A maioria da bilirrubina é eliminada depois nas fezes, dando a coloração característica do cocô. Ou seja, alterações no tom de cor desse resíduo podem ser um sinal de alerta importante para a suspeita de que algo não vai bem.
Na prática, quando altos níveis de bilirrubina são identificados no sangue, é possível supor que o fígado está tendo dificuldade em cumprir sua função.
O exame costuma avaliar tanto a concentração da substância circulando na corrente sanguínea quanto as porções insolúveis que compõem a bile. Por isso, o cálculo é feito considerando a bilirrubina total (a soma de todos os tipos) e suas respectivas frações.
Além do jejum, quem fará o exame pode ser orientado a suspender o uso de alguns remédios conforme orientação médica. Entre eles estão medicamentos à base de anfotericina b, levodopa, nitrofurantoína e piroxicam.
5 – Albumina
Essa é uma proteína produzida em sua maioria pelo fígado (e em menor quantidade pelos rins) e que se concentra no sangue, ajudando no transporte de hormônios e na regulação da quantidade de água no organismo.
Alterações nas concentrações de albumina podem indicar que há condições afetando o trabalho dos fígados ou nos rins. Esse costuma ainda ser um sinal importante diante da investigação de quadros de desnutrição ou desidratação.
Novamente, o jejum de quatro horas costuma ser a única recomendação de preparação para a coleta do sangue. No entanto, cabe ressaltar que o médico responsável pelo acompanhamento pode surgir ainda a necessidade da medição da concentração da albumina também na urina.
6 – Diagnóstico de diferentes tipos de hepatite
Em resumo, esse termo designa qualquer tipo de inflamação no fígado. De toda forma, as causas mais comuns envolvem:
- infecções virais, pelos vírus da hepatite A, B, C e mais raramente D e E;
- abuso no consumo de álcool;
- efeito colateral de determinados medicamentos.
No caso das hepatites virais, cada uma delas conta com mecanismos diferentes de transmissão. Enquanto o tipo A se prolifera pelo contato com água contaminada, os tipos B e C se disseminam através do sangue e de relações sexuais desprotegidas.
Entre os sintomas mais característicos de um quadro de hepatite estão a presença de um tom amarelado na pele, dores abdominais e vômito.
A confirmação do quadro pode depender de exames que avaliam a função do fígado ou ainda de testes que investigam a presença do vírus (de forma direta ou ainda por meio dos anticorpos produzidos pelo corpo) através de uma amostra de sangue.
Sem o devido cuidado, parte dos casos de hepatite podem se tornar crônicos. Isso reforça a necessidade de procurar ajuda diante de desconfortos suspeitos e de reforçar a vacinação contra os quadros que contam com imunizante disponível (o A e o B).
7 – Ultrassom de abdômen total
Por fim, nem sempre a análise laboratorial de amostras de sangue ou qualquer outro fluido será suficiente para determinar alguma possível disfunção no fígado. Desse modo, é possível ainda recorrer a exames de imagem para complementar o diagnóstico.
Nesses casos, o uso do ultrassom de abdômen total costuma ser uma alternativa valiosa. Ele não é invasivo (ou seja, não depende de cortes ou agulhas) e permite a visualização de estrutura do fígado, da vesícula e das vias biliares, entre outros órgãos da barriga.
Para esse exame é bastante importante ter atenção com as recomendações prévias. Elas podem envolver a necessidade de jejum, retenção urinária e o uso de determinadas medicações. Com tudo isso, é possível garantir a captação de boas imagens.
Quem é o especialista no fígado?
Essas e outras avaliações podem ser solicitados pelo hepatologista, o médico especializado nesse órgão. Esse profissional é dedicado ao cuidado e ao tratamento de condições como que apresentam manifestações como:
- icterícia (pele e olhos amarelados);
- alterações no tamanho dos órgãos da barriga;
- acúmulo de líquido no abdômen;
- inchaço e dores na região;
- mudanças na cor da urina e das fezes;
- febres constantes e sem explicação;
- náuseas e vômitos;
- perda de apetite.
Os exames para o fígado são parte importante das informações que orientam o trabalho do hepatologista. Por isso, diante de sintomas e sinais frequentes e que parecem piorar com o tempo, não hesite em procurar ajuda especializada.
Fontes: