O glaucoma é uma doença que causa dano progressivo ao nervo óptico no ponto onde ele deixa o olho para transportar informações visuais para o cérebro.
Existe mais de um tipo de glaucoma e a maioria surge sem aviso prévio. Se não for tratado, o problema avança e pode levar à cegueira.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira em todo o mundo.
Saiba mais sobre esse assunto, os tipos disponíveis, causas e como identificar e tratar.
Conheça os 4 tipos de glaucoma
Há vários tipos de glaucoma. Alguns podem ocorrer como uma complicação de outras doenças visuais, mas a maioria ocorre sem uma causa conhecida.
Veja os 4 tipos mais recorrentes:
1 – Glaucoma crônico de ângulo aberto
É o mais comum e surge quando o sistema de drenagem do olho deixa de funcionar à medida em que a pessoa vai envelhecendo. Pode danificar a visão de maneira lenta e indolor.
2 – Glaucoma de ângulo fechado
Se caracteriza pela obstrução do ângulo de drenagem. Essa obstrução pode ser lenta e gradual (crônica) ou ocorrer de repente. O caso crônico é comum em pessoas de origem africana e asiática.
3 – Glaucoma secundário
Ocorre quando o ângulo de drenagem é afetado por lesões, tumores, inflamação e vasos sanguíneos anormais ou pelo uso de certas drogas (como os esteroides).
4 – Glaucoma congênito
Manifesta-se em recém-nascidos, que devem ser levados ao oftalmologista imediatamente.
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O que causa o glaucoma?
Especialistas da Sociedade Brasileira de Oftalmologia explicam que teve uma época em que se acreditava que a causa do glaucoma era a pressão alta dentro dos olhos.
Agora, ficou estabelecido que mesmo pessoas com pressão intraocular normal podem sofrer de glaucoma.
Assim, a pressão intraocular passou a ser considerada um fator de risco para se desenvolver o problema.
Outros fatores de risco para o glaucoma são:
- diabetes;
- ingestão de esteroides;
- uso regular de colírios com corticoide (ou colírio de qualquer tipo sem orientação médica);
- sofrer alguma lesão grave nos olhos;
- histórico familiar;
- miopia alta e idade avançada (as chances aumentam após os 40 anos).
5 exames essenciais para identificar o glaucoma
A detecção do glaucoma pode ser feita a partir de alguns exames mais simples como:
1- Oftalmoscopia (nervo óptico)
O que é?
É um exame para observar a região posterior do globo ocular, que compreende a retina, o disco óptico, a coróide e os vasos sanguíneos ali presentes, para identificar se existem lesões que possam ter sido causadas por glaucoma.
Como é feito?
É aplicado um colírio para dilatar a pupila, depois utiliza-se uma pequena lanterna para iluminar o olho e observar o nervo óptico, avaliando se existem alterações.
2- Tonometria (pressão do olho)
O que é?
É um exame de imagem que fotografa as áreas do fundo do olho, como a retina, a coróide, o nervo óptico e os vasos sanguíneos. Em casos de glaucoma, a pressão do olho normalmente é superior a 22 mmHg.
Como é feito?
É aplicado um colírio para anestesiar, depois, utiliza-se um aparelho, chamado de tonômetro, para aplicar uma pequena pressão sobre o olho para avaliar.
3- Perimetria (campo visual)
O que é?
É um exame que identifica se existem perdas do campo de visão provocadas pelo glaucoma, especialmente na visão lateral.
Como é feito?
Existem dois tipos de campimetria ocular: a computadorizada (ou campo visual computadorizado) e a manual.
A campimetria computadorizada é realizada utilizando equipamentos eletrônicos e conta com um diagnóstico mais preciso. Pode ser realizada apenas num olho, ou binocular, realizada nos dois olhos.
O exame de campimetria manual também estuda o campo visual através dos comandos de um profissional treinado para o exame.
4- Gonioscopia (tipo de glaucoma)
O que é?
É um dos exames que ajuda a determinar se o glaucoma já está instalado e qual o seu tipo. Ele analisa o ângulo da câmara interna do olho, bem no lugar onde a córnea e a íris se encontram.
Como é feito?
No exame são colocadas lentes de aumento em contato com a córnea do paciente e, dessa forma, o médico consegue observar até 360º do ângulo da câmara anterior do olho.
5- Paquimetria (espessura da córnea)
O que é?
O exame serve para avaliar a espessura da córnea. É possível perceber se a leitura da pressão intraocular está correta ou se é afetada por uma córnea muito espessa, por exemplo.
Como é feito?
É colocado um pequeno aparelho em frente a cada olho que mede a espessura da córnea.
E os especialistas são categóricos: o diagnóstico precoce do glaucoma é essencial para restringir a deficiência visual e prevenir um progresso que pode levar à cegueira.
Essa perda de visão é irreversível! Então, não adie suas consultas regulares ao oftalmologista e mantenha seus exames em dia.
Sintomas e tratamento
Ainda que seja uma doença assintomática, o glaucoma pode dar alguns sinais de que está se instalando. Fique atento a:
- visão borrada;
- forte dor nos olhos;
- dor de cabeça constante;
- auréolas multicoloridas ao redor das luzes;
- náusea e vômito.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia explica que ainda não há cura para o glaucoma, mas medicamentos ou cirurgias (tradicionais ou a laser) podem estacionar ou desacelerar a perda da visão. Assim, o tratamento é uma medida de controle.
Cuide da sua saúde ocular e faça exames preventivos. Não descuide, a cegueira pode ser irreversível e causar outras complicações.