O tabagismo é uma doença crônica, caracterizada pelo vício em nicotina, presente em produtos à base de tabaco. Isso não se limita somente a cigarros, mas também a charutos, cigarros de corda, de palha, cachimbo, narguilé e dispositivos eletrônicos para fumar.
Os perigos do tabagismo não são apenas os visíveis. Existem também os riscos invisíveis, tanto para quem fuma quanto para quem convive com fumantes – os chamados fumantes passivos.
O que é tabagismo e como ele começa?
Essa condição, descrita muitas vezes como hábito, é determinada pelo consumo de tabaco e produtos derivados. Também está ligada à nicotina, uma substância que causa dependência física e psicológica.
É muito comum que comece por influência de amigos e familiares, em especial nos jovens, por serem mais suscetíveis à curiosidade. O mau hábito também pode se dar por influência de pessoas indiretas e uso por personalidades ou figuras públicas.
Com a exposição contínua, o corpo pode começar a desenvolver certa compulsão, já que a nicotina atua diretamente no cérebro, gerando uma sensação de bem-estar momentâneo e de “recompensa”.
Além disso, existe também o chamado vício psicológico, quando o fumante associa o ato de fumar a determinadas situações, como ao consumir bebidas alcoólicas, durante pausas do trabalho ou em momentos de estresse e ansiedade.
Inclusive, mesmo fumando em quantidades menores ou de forma não frequente, uma pessoa ainda pode ser considerada uma “fumante ocasional” e ter danos à saúde da mesma forma.
Dependência de nicotina
Manifesta-se de diferentes maneiras, podendo causar sintomas de abstinência (ansiedade, insônia, fome, agitação, etc.), além de vontades intensas de fumar, baixa tolerância à substância e consumo de maiores quantidades com o passar do tempo.
Por provocar no cérebro a liberação de dopamina (hormônio da felicidade), a nicotina tem alto poder de viciar um indivíduo. Aliado a isso, quase todos os produtos à base de tabaco possuem outras centenas de toxinas em sua composição.
Quais são os perigos do tabagismo?
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabagismo é o principal causador das chamadas mortes evitáveis. Dados indicam que só no Brasil mais de 160 mil pessoas morrem anualmente devido à dependência.
Ademais, quando dados mundiais são observados, é possível notar um número igualmente considerável: mais de 8 milhões de pessoas perdem a vida por conta do vício conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Doenças relacionadas
O cigarro e derivados trazem em sua composição mais de 4.700 substâncias tóxicas, incluindo arsênico, amônia, monóxido de carbono e alcatrão, que podem desencadear mais de 50 tipos de patologias. A primeira delas, inclusive, é o câncer.
O tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão, que também leva a tumores na boca e garganta, esôfago, bexiga, rim, estômago, útero, entre outros.
Da mesma forma, calcula-se que o tabaco é responsável por pelo menos 20% das mortes relacionadas a problemas cardíacos, sendo um fator de risco para infarto agudo do miocárdio, hipertensão, aneurisma, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e trombose.
O ato de fumar também danifica os pulmões e as vias respiratórias, o que pode causar a chamada doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que provoca tosse crônica, produção de muco, falta de ar e dificuldades para respirar.
Essas são apenas algumas das condições causadas pelo fumo, mas não são as únicas. A lista ainda inclui:
- hipertensão;
- osteoporose;
- trombose;
- tuberculose;
- catarata;
- impotência sexual;
- infertilidade feminina;
- menopausa precoce;
- enfisema pulmonar;
- infecções respiratórias;
- úlceras gastrointestinais;
- envelhecimento precoce.
Vale lembrar que, a depender da faixa etária do indivíduo, o tabagismo pode ser ainda mais grave e danoso.
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Tabagismo na adolescência
Um estudo estima que 18,5% dos brasileiros experimentaram cigarro entre os 12 e 18 anos — número que pode ser maior se considerados os derivados. Dito isso, o tabagismo na adolescência é mais prejudicial do que o em adultos, justamente por gerar danos irreversíveis à saúde.
Segundo a Divisão de Controle do Tabagismo do Ministério da Saúde (MS), jovens fumantes têm alta probabilidade de continuarem com o hábito, aumentando o risco de morbidade e mortalidade por doenças crônicas.
Se você conhece um adolescente que começou a fumar, é importante indicá-lo para um pediatra ou clínico geral e, até mesmo, para acompanhamento psicológico.
Tabagismo na gravidez
Outra situação em que o vício costuma ser muito mais perigoso é na gestação. Segundo o Inca, fumar durante o período é bastante delicado pelo alto risco de morte fetal. Além disso, tanto a mãe quanto o bebê ficam sujeitos às substâncias tóxicas.
A criança também pode desenvolver questões respiratórias e cardiovasculares, distúrbios congênitos (como lábio leporino e fenda palatina) e restrições no crescimento devido a defeitos na placenta. Nesses casos, procurar ajuda de profissionais de ginecologia e obstetrícia torna-se imprescindível.
Existem sintomas?
Se o tabagismo é uma doença, ele apresenta algum sintoma? A resposta é sim. Segundo o MS, alguns deles envolvem:
- perda do controle sobre a quantidade de cigarros consumidos diariamente;
- sensação de frustração por não conseguir parar ou reduzir o consumo da nicotina;
- necessidade de aumentar cada vez mais a quantidade consumida;
- uso de mais de 20 cigarros por dia;
- interrupção das atividades no trabalho e até sociais, devido ao vício;
- síndrome de abstinência, quando ocorre a diminuição ou suspensão do uso de cigarros.
Além disso, o indivíduo pode desenvolver desconforto físico e/ou mental quando fica sem fumar, estresse, ansiedade, irritabilidade, insônia, dificuldade na concentração e aumento no apetite.
Na mesma medida que nas situações anteriores, nesse contexto, é essencial procurar ajuda psicológica ou psiquiátrica.
Fumantes passivos são tabagistas?
Não necessariamente. Os fumantes passivos inalam constantemente a fumaça do tabaco e derivados, mas não fumam. Mesmo que em menor potencial, são pessoas sujeitas a distúrbios de saúde, principalmente, respiratórios e cardiovasculares.
Crianças expostas ao fumo passivo também correm riscos, além da alta probabilidade de desenvolverem asma, infecção no ouvido e, em casos extremos, morte súbita latente.
Ao conviver com pessoas que fumam, é indicado evitar ao máximo inalar a fumaça. Além disso, a recomendação é para manter as crianças distantes de ambientes em que há consumo ativo.
Tratamento para parar de fumar: como funciona?
Felizmente, não é impossível parar de fumar. Na verdade, o número de fumantes no Brasil cai ano a ano, diminuindo cerca de 35% desde 2010. Mas, qual é o tratamento para o tabagismo?
O Inca prevê ações educativas a respeito dos males do tabaco, abordagens terapêuticas comportamentais, apoio medicamentoso e em casos de abstinência e recaídas.
Para que o tratamento seja efetivo, é importante que o paciente esteja disposto a mudar. Isso o ajudará a ter motivação e compreender melhor os efeitos negativos do hábito.
Toda pessoa em processo de desintoxicação necessita de cuidados médicos especiais e, principalmente, de compreensão. A dependência química é uma enfermidade séria e que impacta na saúde física e mental.
Procurar um especialista para auxiliar nesse processo é fundamental. Se você ou pessoas próximas estão expostas ao tabagismo, o Cartão dr.consulta será de grande ajuda durante o processo de recuperação. Com ele, você pode agendar consultas médicas com profissionais de várias especialidades.
Além disso, é possível incluir até quatro dependentes no plano, além de obter descontos em exames e medicamentos para a família.
Fontes:
- BBC News | Adolescentes que fumam e bebem têm prejuízos à saúde já aos 17 anos, aponta estudo;
- Divisão de Controle do Tabagismo (MS) | Tabagismo e Adolescência;
- Instituto Nacional de Câncer (Inca) | Tratamento do tabagismo;
- Instituto Nacional de Câncer (Inca) | Tabagismo;
- Instituto Nacional de Câncer (Inca) | Tabagismo e gestante;
- Ministério da Saúde (MS) | Sou paciente – tabagismo;
- Ministério da Saúde (MS) | O controle do tabaco no Brasil: uma trajetória;
- Organização Mundial da Saúde (OMS) | Tabaco;
- Organização Mundial da Saúde (OMS);
- Organização Pan-Americana de saúde (Opas/OMS) | Tabaco é responsável por 20% das mortes por doenças cardíacas.