Adenomiose é difícil de diagnosticar, mas é possível

Caracterizada por um avanço de mais de 2,5 mm do tecido endometrial para o miométrio (camada intermediária do útero, feito essencialmente de músculo), a adenomiose provoca alterações no fluxo menstrual e dores intensas.
Não se sabe ao certo quantas pessoas convivem com a condição, explica a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), mas estimativas apontam que os valores podem variar entre 1% e 70% das mulheres do mundo.
Por que o endométrio avança para o músculo uterino
A causa exata da adenomiose ainda não é completamente compreendida, indica a Febrasgo. Porém, a principal teoria é de que ela ocorre devido a alterações na interface da musculatura do útero, facilitadas, por exemplo, por processos inflamatórios.
Alguns procedimentos cirúrgicos no órgão, como curetagens e cesarianas, também podem modificar a barreira natural entre o endométrio e o miométrio, permitindo essa penetração.
Além disso, desequilíbrios hormonais, especialmente quando a produção de estrogênio é excessiva, podem estimular o crescimento anormal do tecido.
Geralmente, a condição afeta mulheres entre 40 e 50 anos, mas pode ser diagnosticada em pacientes mais jovens. Outros fatores de risco para o seu desenvolvimento são:
- menarca precoce (primeira menstruação antes dos 10 anos);
- ciclos menstruais curtos (menos de 24 dias);
- uso prolongado de contraceptivos hormonais;
- histórico de abortamento;
- índice de massa corporal (IMC) elevado;
- mais de duas gestações ao longo da vida.

Adenomiose pode causar sangramentos e infertilidade
Cerca de um terço dos casos é assintomático. E, quando presentes, os sintomas mais comuns incluem fluxo menstrual intenso e cólicas severas (dismenorreia), muito associados a outras enfermidades, o que torna o diagnóstico desafiador. O quadro ainda pode provocar:
- dor pélvica crônica;
- desconforto durante as relações sexuais (dispareunia);
- infertilidade (relação que ainda está sendo estudada e carece de pesquisas mais robustas).
Antigamente, a adenomiose era identificada após uma histerectomia (remoção do útero), segundo um estudo publicado no Brazilian Journal of Health Review.
Contudo, avanços em procedimentos de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética, permitiram confirmá-la de maneira menos invasiva. Por isso, o acompanhamento com um ginecologista e check-ups de rotina são essenciais para garantir a saúde feminina.
Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso a exames ginecológicos e atendimento com especialistas de diferentes áreas.
A paciente ainda é incluída no programa Previna Mulher, que oferece suporte e orientações com um time multidisciplinar e consultas gratuitas on-line de enfermagem.

Como é feito o tratamento
As opções terapêuticas incluem uso de medicamentos, assim como cirurgias, mas a abordagem escolhida depende da gravidade das manifestações e do possível desejo de engravidar.
Até o momento, não há uma estratégia de prevenção comprovada para a adenomiose. No entanto, manter um estilo de vida saudável, controlar o peso corporal e evitar intervenções uterinas desnecessárias podem reduzir os riscos de desenvolver a condição.
Por fim, é importante que a mulher busque avaliação médica para um diagnóstico adequado caso apresente um ou mais sinais clínicos e mantenha os cuidados com a saúde ginecológica sempre em dia.

Fontes: