Ataque de pânico e cardíaco: como diferenciá-los

Manifestações como coração acelerado e calafrios, dores no peito e a sensação de morte iminente podem deixar qualquer pessoa assustada. 

Os sintomas de um ataque de pânico podem ser tão intensos que, muitas vezes, são confundidos com os de um ataque cardíaco. 

Por isso, saber diferenciar as duas condições é essencial para agir com segurança e buscar o tratamento adequado.

Como é um ataque de pânico

Caracterizado como um episódio súbito e intenso de medo ou desconforto, geralmente ainda vem acompanhado por uma série de sintomas físicos e emocionais, de acordo com a 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças, documento produzido pela Organização Mundial de Saúde.

Os principais sinais físicos de um ataque de pânico incluem:

• calafrio;
• taquicardia e tremores;
• sensação de falta de ar ou sufocamento;
• frio na barriga e coração acelerado;
• calor súbito;
• náuseas;
• suor em excesso;
• dores no peito ou desconforto (semelhante a um infarto);
• sensação de desmaio;
• medo de perder o controle ou morrer.

Tais reações do corpo podem aparecer sem motivo aparente ou serem desencadeadas por situações específicas.

Características de um ataque do coração

Diferente do ataque de pânico, o infarto do miocárdio ocorre devido à interrupção do fluxo sanguíneo para o coração, geralmente causada pela formação de coágulos em artérias coronárias obstruídas por placas de gordura (aterosclerose).

Quando o paciente vivencia um ataque cardíaco, os sintomas físicos incluem:

• calafrios e dor no peito (que pode irradiar para o braço esquerdo, costas, mandíbula ou estômago);
• pressão no tórax;
• náuseas ou vômitos;
• tosse seca;
• suor frio;
• fadiga ou fraqueza intensa;
• falta de ar.

Como identificar corretamente

Embora os sintomas de ataques de pânico e do coração sejam frequentemente confundidos, é importante reconhecer as diferenças para saber como agir e buscar ajuda apropriada. São elas:

1. Sintomas emocionais

Ao contrário de um infarto, a crise de pânico está frequentemente associada a perturbações emocionais: é comum sentir medo intenso de morrer, ansiedade descontrolada, sensação de desamparo e falta de conexão com a realidade (desrealização). 

2. Tempo de duração

O ataque de pânico tem duração limitada, geralmente entre 10 e 20 minutos, e seus sintomas tendem a diminuir progressivamente. 

Já o infarto pode provocar reações do corpo que persistem por mais de 20 minutos, durando até mesmo por horas. E, em alguns casos, pioram com o tempo.

3. Dor

A dor no peito é uma característica compartilhada entre as duas condições, mas sua intensidade e duração variam. 

Enquanto no ataque de pânico, ela tende a ser mais leve e ameniza diante do uso de medicamentos ou técnicas de relaxamento, em um infarto costuma ser mais intensa, constante e não cessa com repouso ou remédios.

4. Tosse seca

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a manifestação é percebida em quadros de infarto porque o mau funcionamento do coração pode comprometer os pulmões. Esse sintoma, porém, não está presente em ataques de pânico.

Quando buscar ajuda profissional

O Ministério da Saúde recomenda que pacientes com dores no peito agudas e persistentes procurem o atendimento emergencial o quanto antes. Durante a consulta, são realizados exames para confirmar ou descartar o quadro de infarto. 

Caso comprove-se que não há problemas no coração e as crises continuem, é importante buscar o acompanhamento de profissionais especializados, como psicólogos e psiquiatras. 

Esses especialistas podem ajudar a identificar se o paciente está desenvolvendo o transtorno do pânico – uma condição que conta com um tratamento à base de psicoterapia e medicamentos. 

Além disso, práticas complementares, como técnicas de respiração, meditação e mindfulness, podem ser indicadas e são eficazes para reduzir os sintomas e prevenir novos episódios.

Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso a diferentes exames e especialidades, além do programa Cuidar da Mente, que oferece suporte e orientações sobre saúde mental e bem-estar com um time multidisciplinar.

Fontes:

• 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças;
• Ministério da Saúde – Infarto;
• Ministério da Saúde – Manejo inicial do infarto;
• Sociedade Brasileira de Cardiologia.