Como fazer o autoexame de mama corretamente

Embora não substitua avaliações clínicas ou a mamografia, o autoexame de mama auxilia no autoconhecimento do corpo e pode revelar indícios importantes que merecem investigação médica. 

Trata-se de um cuidado simples, acessível e que pode ser realizado em casa, sem necessidade de equipamentos.

No entanto, não deve ser usado como forma única de prevenção, mas sim como complemento aos cuidados recomendados por especialistas.

Para que serve o autoexame de mama

A detecção precoce está entre as ações mais eficazes para melhorar o prognóstico e reduzir a mortalidade por câncer de mama – tipo da neoplasia que mais atinge mulheres no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, segundo o Ministério da Saúde.

Nesse sentido, ele tem como principal objetivo incentivar a percepção de alterações mamárias, como nódulos, retrações na pele, mudanças no formato do mamilo, secreções anormais e inchaços.

É importante destacar, porém, que não é considerado um método de rastreamento efetivo, conforme as Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama no Brasil, publicadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). 

De acordo com o documento, estudos demonstraram que essa prática, isoladamente, não reduz a mortalidade associada à condição. Ainda assim, quando somada a consultas médicas regulares e procedimentos de imagem, pode contribuir para o diagnóstico em estágios iniciais.

Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso facilitado e com valores mais acessíveis a exames e especialidades médicas que fazem parte do acompanhamento da saúde feminina.

4 formas de fazer o autoexame de mama

De preferência, a análise dos seios deve ser feita após o fim do ciclo menstrual, momento em que eles estão menos sensíveis. 

Para mulheres que não menstruam, recomenda-se escolher uma data fixa a cada mês para manter certa regularidade.

A seguir, o passo a passo:

1. diante do espelho: observar se há anormalidades no formato, tamanho ou aspecto da pele e do mamilo;
2. trocando de posições: levantar os braços acima da cabeça e depois posicioná-los na cintura enquanto se verifica, comparando os dois lados;
3. durante o banho: com os dedos em movimento circular, apalpar as mamas suavemente, indo do centro para as laterais e de cima para baixo;
4. deitada: repetir esse processo do toque um lado de cada vez e com a mão atrás da cabeça para tatear toda a área mamária e axilas.
   

Caso se identifique qualquer modificação que não existia antes, o ideal é procurar atendimento com um profissional.

Principais sinais que merecem atenção

Estar alerta a possíveis sintomas do câncer de mama, mesmo que pequenos ou indolores, é fundamental e pode fazer diferença no sucesso do tratamento.

Entre os principais estão:

• nódulo endurecido na mama ou na axila, com crescimento progressivo;
• alterações na pele, como aspecto de casca de laranja ou retrações;
• mudança no formato do mamilo, incluindo inversão ou secreções com sangue;
• feridas ou lesões que não cicatrizam;
• aumento de volume em um dos lados acompanhado de calor e vermelhidão.

Diante de um ou mais indícios, o médico pode indicar exames complementares, como mamografia, ultrassonografia mamária ou biópsias, conforme necessário.

Acompanhamento médico é fundamental para o diagnóstico precoce

Toda confirmação de um quadro de câncer depende, sobretudo, de atendimento especializado e investigação mais detalhada com procedimentos específicos.

Por isso, o autoexame de mama deve ser visto como parte da rotina de cuidados preventivos e não como um substituto para o acompanhamento profissional.

Conforme recomendação do Ministério da Saúde, a mamografia é indicada para mulheres entre 50 e 69 anos, com frequência bienal. 

Em casos de histórico familiar da condição ou presença de outros fatores de risco, o médico pode orientar que esse rastreamento se inicie mais cedo.

Quando combinadas, essas medidas ajudam a identificar alterações em estágios iniciais, o que pode reduzir a necessidade de tratamentos mais agressivos e aumentar as chances de cura.

Fontes:

• Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil;
• Ministério da Saúde.