Bebê prematuro: principais cuidados após a alta

O bebê prematuro é aquele que nasce antes do fechamento das 37 semanas de gestação. Essa situação acontece por vários motivos e, a depender da complexidade, pode ser detectada previamente por meio do pré-natal. 

A prematuridade coloca diversos desafios na rotina dos responsáveis, do bebê e de toda a família, uma vez que os cuidados, normalmente já intensos com um recém-nascido, tornam-se redobrados nesses. 

Para compreender a relevância do tema, estima-se ainda que entre 2010 e 2020 foram registrados mais de 152 milhões de partos antecipados, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância. 

Ao longo deste conteúdo, abordaremos os principais motivos que levam ao parto antecipado, as características de um bebê prematuro e as formas de criar um ambiente seguro para que a criança consiga se desenvolver plenamente. 

O que leva ao parto prematuro?

Quase todos os fatores estão atrelados à saúde da pessoa gestante. Os principais são:

• Pré-eclâmpsia: doença gestacional que pode se desenvolver a partir do segundo trimestre da gravidez;

• Descolamento da placenta: desprendimento antecipado da superfície do órgão com o útero, podendo levar à prematuridade do parto ou, em alguns casos, à morte da pessoa gestante e do bebê;
  
• Gravidez múltipla: devido à fragilidade do organismo para a formação de mais de um feto, a sua concepção pode ser prematura.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), além desses, o nascimento antecipado também acontece devido a:

• infecções;
• histórico de partos prematuros;
• tabagismo;
• colo do útero curto;
• rompimento antecipado da bolsa;
• diabetes gestacional.

Por isso, para uma gestação saudável e segura é extremamente importante o acompanhamento profissional, que proporciona recomendações caso a suspeita de parto prematuro seja confirmada.

Características de um bebê prematuro

As crianças nascidas precocemente podem apresentar:

• tamanho pequeno;
• cabeça maior em relação ao resto do corpo;
• pouca gordura e veias visíveis sob a pele;
• pele rosada, fina e brilhante;
• poucas dobras nas solas dos pés;
• pouco cabelo;
• orelhas macias, com pouca cartilagem;
• tecido da mama subdesenvolvido.

É também comum que fiquem mais tempo de olhos fechados ou parados. Por isso, a maneira de posicioná-las é muito importante, a fim de deixá-las mais confortáveis e favorecer a postura de flexão para auxiliar no desenvolvimento.

Nos meninos, o saco escrotal tende a ser pequeno e os testículos podem não descer completamente. Nas meninas, em contrapartida, os grandes lábios ainda não cobriram os pequenos.

É válido mencionar que essas características podem variar e nem sempre devem ser motivos de extrema preocupação, apenas a avaliação médica é capaz de entender o nível de complexidade de cada situação.

Idade corrigida 

O desenvolvimento dos bebês prematuros tende a ser um pouco diferente daquele vivenciado por crianças nascidas após o tempo convencional. Por isso, é recomendada a utilização da chamada idade corrigida até os 2 anos.

A idade corrigida diz respeito à idade que o bebê teria se tivesse nascido no tempo habitual, ou seja, depois das 37 semanas.

Assim, se a criança nasceu com 30 semanas, basta subtrair 10 semanas para descobrir a idade corrigida. Em outras palavras, um bebê com 16 semanas (4 meses) tem, de acordo com o cálculo, 6 semanas (1 mês e meio).

Grande parte dos prematuros recupera essa lacuna de amadurecimento a partir do segundo ano de vida, que é quando a idade corrigida deixa de ser usada.

Tipos de prematuridade

Segundo a OMS, existem três diferentes graus de prematuridade:

• Prematuros extremos: bebês que nascem antes das 28 semanas;
• Prematuros: bebês que nascem entre 29 e 33 semanas;
• Prematuros moderados a tardios: nascem entre as 34 e as 36 semanas.

Cada criança prematura, dentre essas tipificações, pode apresentar complexidades de saúde diferentes durante o seu desenvolvimento.

Complicações depois do nascimento

Quanto mais novo for o bebê, mais complicações podem ocorrer em seus órgãos, principalmente em prematuridades do tipo extremo. 

Dentre elas, é possível citar:

• dificuldades para manter a temperatura corporal estável;
• incapacidade para respirar sem a ajuda de aparelhos;
• indisposição para sucção e deglutição, o que faz com que seja necessária a alimentação por meio de sonda gástrica.

Por esse motivo, é indispensável o apoio médico (tanto para o bebê quanto para a mãe). Isso faz com que o recém-nascido possa ter uma evolução mais adequada e saudável, respeitando as suas individualidades e limitações.

Nesse momento, inclusive, uma assistência multidisciplinar se torna primordial, como pediatras, cardiologistas e pneumologistas.

Utilizando o Cartão dr.consulta, você pode ter acesso a essas especialidades e outras 60, além de exames e descontos em medicamentos necessários durante a prematuridade.

Pós-alta: criando um ambiente seguro para o bebê

A atenção médica para nenéns nascidos antes da hora é essencial. No entanto, depois da alta, é fundamental que os pais e responsáveis saibam como cuidar de um bebê prematuro adequadamente.

Reunimos algumas recomendações retiradas do livro: “Cuidados Bebê Prematuro”, disponibilizado pelo Ministério da Saúde (MS).

1. Adaptando a temperatura

Nesses casos, há dificuldade em manter a temperatura corporal. Assim, é necessário adequá-la externamente, por meio de itens como climatizadores ou mesmo roupas de frio e agasalhos.

2. Controle de ruídos

O bebê prematuro tende a dormir um pouco mais que as demais crianças. Nesse sentido, é preciso garantir um ambiente tranquilo e silencioso em casa, evitando sons muito altos e outras movimentações que possam prejudicar o sono.

3. Higiene e prevenção de infecções

Outro cuidado é manter rotinas rigorosas de higiene, para prevenir infecções. A higienização das mãos, por exemplo, deve ser feita com frequência, principalmente antes de qualquer toque.

É válido sempre optar por um sabonete neutro e sem fragrância, já que a pele tende a ser mais frágil e suscetível a irritações.

Além disso, para fortalecer o sistema imunológico e evitar possíveis complicações, o ato de receber visitas em casa deve ser limitado e moderado. Caso aconteça, o uso de máscara é imprescindível.

4. Calendário vacinal infantil

O sistema imunológico de um prematuro, normalmente, ainda não está totalmente adequado. Portanto, um cuidado essencial é a vacinação.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda um esquema vacinal específico para crianças nascidas antes do tempo. Com as devidas orientações de um médico pediatra, é necessário manter esse calendário sempre em dia.

5. Alimentação saudável

A amamentação é significativa em vários aspectos. O leite materno possui as defesas adequadas para o organismo do bebê em seus primeiros meses de vida, protegendo-o de inflamação, desnutrição, alergias e outras patologias.

Se houver necessidade, o profissional de saúde especializado pode solicitar a suplementação com leite materno pasteurizado ou alguma fórmula infantil específica.

6. Monitoramento médico regular

Além de todos os cuidados citados, o suporte médico regular para bebês prematuros, incluindo exames, é fundamental.

Para isso, pediatras especializados em prematuridade são os que podem garantir um monitoramento adequado do desenvolvimento da criança.

O papel da família e dos profissionais de saúde

É fato que o acompanhamento de especialistas é relevante para o desenvolvimento de bebês prematuros mas, além disso, a família também tem um papel fundamental nesse processo.

Com amor, carinho e dedicação, as crianças nascidas antes do tempo podem alcançar uma linha de amadurecimento ainda mais saudável.

Orientação psicológica para pais e responsáveis

Além da atenção médica à criança, é válido frisar a necessidade do apoio psicológico para os pais e responsáveis desde a fase desafiadora de esperar a alta do bebê mas, principalmente, na sequência, ao cuidar dele em casa.

Para sua comodidade, também é possível fazer essa consulta online, por vídeochamada. Assim, você pode consultar um psicólogo online sempre que precisar e de onde estiver.

Fontes:

• Organização Mundial da Saúde (OMS) | OMS alerta sobre “emergência silenciosa” de nascimentos prematuros no mundo;
• Ministério da Saúde (MS) | 17/11 – Dia Mundial da Prematuridade: “Separação Zero: Aja agora! Mantenha pais e bebês prematuros juntos”;
• Ministério da Saúde (MS) | Livro: “Cuidados Bebê Prematuro”;
• Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) | Calendário de vacinação do prematuro;