Riscos da diabetes gestacional para a grávida e o bebê
Caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose, a diabetes ocorre em grávidas por alterações hormonais típicas da gestação.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a placenta produz substâncias que aumentam a resistência à insulina, o que interfere diretamente na elevação da glicemia.
A diabetes gestacional é motivo de preocupação, uma vez que oferece riscos à grávida e ao bebê.
Idade, excesso de peso e outros fatores de riscos da diabetes gestacional
De acordo com a Febrasgo, alguns aspectos favorecem o desenvolvimento da condição na gravidez. Entre eles:
- idade acima de 25 anos (e quanto mais avançada, maior o risco)
- sobrepeso e obesidade;
- histórico familiar de diabetes;
- históricos prévio da paciente de alterações metabólicas (como síndrome do ovário policístico, hipertensão arterial e alteração em exames de glicemia), aborto espontâneo, má formação e óbito fetal.
Sintomas devem ser confirmados com exames
Diferente de outros tipos, a diabetes gestacional não gera sinais evidentes, explica um estudo publicado no Brazilian Journal of Development.
Sede excessiva, aumento do apetite, do cansaço e da produção de urina são, por si só, sintomas comuns da gravidez. Por isso, é importante que a gestante realize o acompanhamento e exames de pré-natal.
A Febrasgo, com base em recomendações da Associação Americana de Diabetes e Organização Mundial de Saúde, indica os seguintes valores de glicemia para o diagnóstico:
- hemoglobina glicada (HbA1c) acima de 6,5%;
- glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL
- glicemia pós-prandial: acima ou igual a 200 mg/dL.
A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) também recomenda o exame de curva glicêmica para gestantes com glicemia menor que 92 mg/dL entre a 24ª e a 28ª semana. Se os resultados indicarem glicemia elevada, o tratamento deve começar imediatamente, reduzindo riscos para a mãe e o bebê.
Com o Cartão dr.consulta, é possível acessar diferentes exames e especialidades médicas que favorecem tanto a realização de um pré-natal seguro quanto a investigação de eventuais complicações gestacionais.
Além disso, pacientes com indicação podem ingressas no programa Viva Bem, que suporte e orientações sobre o cuidado com diabetes, hipertensão e colesterol alto (dislipidemia).
Riscos ao bebê
A placenta interfere diretamente na ação da insulina e contribui para a elevação da glicose no sangue. Como esse aumento, o pâncreas passa a produzir o hormônio em excesso na tentativa de controlar a hiperglicemia, explica a SBD.
No entanto, a insulina estimula também o crescimento e aumento de peso do feto. É por isso que bebês de gestantes com diabetes nascem grandes (acima de 4 kg).
A hiperglicemia durante a gestação também aumenta as chances de nascimento prematuro, de óbito fetal e de desenvolvimento de obesidade, síndrome metabólica e o próprio distúrbio metabólico pela criança no futuro, informa a Febrasgo.
Cuidados na hora do parto e puerpério
Gestantes com a condição apresentam maior risco para pré-eclâmpsia (hipertensão gestacional), eclâmpsia (complicação derivada da pré-eclâmpsia que causa convulsões generalizadas), distocia de ombros no parto (quando o bebê, normalmente grande, fica preso nos ossos pélvicos da grávida) e cetoacidose – as duas últimas consideradas emergências médicas.
Não há consenso sobre o momento ideal para o parto, mas a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomenda que a gravidez não ultrapasse a 41ª semana.
Soma-se a essa indicação o alerta de que o parto antes da 37ª semana deve ser uma decisão baseada em fatores específicos, que garantam a segurança de mãe e bebê.
Após o parto e remoção da placenta, é esperado que a resistência à insulina não ocorra mais. Entretanto, algumas pacientes podem desenvolver a hiperglicemia resistente – quadro confirmado em exames de glicemia em jejum realizado 24 e 72 horas após o parto.
É importante que a paciente fique atenta, especialmente no puerpério (momento após o parto), com a glicemia porque a diabetes gestacional pode levar ao desenvolvimento do tipo 2 após o nascimento do bebê.
Tratamento e prevenção da diabetes gestacional
O monitoramento da glicose da gestante deve ocorrer desde o início do pré-natal, seja por meio de exames laboratoriais ou pela medição feita em casa.
Contribuem para o tratamento e, principalmente, para a prevenção, praticar exercícios físicos regularmente e manter hábitos alimentares saudáveis.
Em alguns casos, o uso de medicamentos é necessário, informa a SBD. Aqui, vale lembrar que o uso de qualquer remédio deve ser prescrito sempre pelo médico.
Alimentação na gravidez para evitar a diabetes
Optar por produtos in natura, integrais, proteínas magras, sementes, óleos vegetais, leites e derivados com baixo teor de gordura e leguminosas ajuda a manter a glicemia sob controle, de acordo com a Febrasgo. Isso inclui:
- arroz, pão e demais produtos integrais;
- ovo;
- carnes magras ou sem pele e gorduras visíveis de peixe, boi ou frango;
- gergelim;
- linhaça;
- semente de girassol e de abóbora;
- castanha-do-pará e de caju;
- amêndoas;
- nozes;
- azeite e outros óleos vegetais;
- feijões;
- lentilha;
- ervilha;
- grão-de-bico.
Exercícios possíveis para grávidas
Atividades aeróbicas por cerca de 20 a 30 minutos diários são as mais indicadas pela Febrasgo. Nesse sentido, a grávida pode praticar caminhada, corrida, dança aeróbica, natação, hidroterapia, remada, entre outros.
Fontes:
[…] de doenças que possam prejudicar a gestação (como diabetes e […]
[…] é possível prevenir e tratar doenças perigosas para as gestantes e seus bebês, como a pré-eclâmpsia e a diabetes gestacional — na mãe — e a malformação cardíaca no […]
[…] tipos de diabetes mais conhecidos são o tipo 1, o tipo 2 e a gestacional. Há também a diabetes latente autoimune do adulto (LADA) e a diabetes […]
[…] histórico de diabetes gestacional; […]