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Não é estética, é saúde: conheça a cirurgia bariátrica

dr.consulta - profissional da saúde segura fita métrica usada para avaliações antes e depois da cirurgia bariátrica

Dados do Ministério da Saúde (MS), divulgados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), apontam que 6,7 milhões de brasileiros são obesos.

Para quem tem essa condição crônica, dietas e exercícios físicos são indicados como tratamento. Mas, quando todos esses esforços não são suficientes, surge uma opção que vai além da estética: a cirurgia bariátrica.

Muito mais que um procedimento para perder quilos, essa é uma intervenção médica que transformar a saúde de quem faz de maneira significativa.

O que é cirurgia e quando ela é uma opção?

Também conhecida como “redução do estômago”, esse procedimento muda a forma desse órgão e reduz a sua capacidade de receber alimentos, dificultando a absorção de um número exagerado de calorias.

Assim, seu intuito é modificar o sistema digestivo para diminuir a quantidade de comida ingerida, ou ainda, para mudar o processo de digestão, contribuindo para a perda de peso ou diminuindo o risco de doenças associadas à obesidade grave, como diabetes e pressão alta.

As diferentes formas dessa intervenção cirúrgica

Existem diferentes tipos de bariátrica e a decisão sobre qual fazer deve ser tomada em conjunto com o seu médico.

Bypass gástrico

Nesse método é feito o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome.

Gastrectomia vertical ou sleeve

Esse tipo só afeta o estômago. Aqui é realizada uma tubulização do estômago, em que o órgão, que normalmente possui um volume de 1,5 a 2 litros, passa a comportar apenas 150 mL. Além disso, ele se torna fino e delgado.

Duodenal switch

Aqui temos a associação da gastrectomia vertical com o desvio intestinal. Nessa cirurgia, 60% do estômago são retirados, porém, sua anatomia básica e fisiologia de esvaziamento são mantidas.

Banda gástrica ajustável

Sendo a menos comum atualmente, nessa prática um anel de silicone inflável e ajustável é instalado ao redor do estômago, que aperta o órgão, tornando possível controlar o esvaziamento do estômago.

Todos os tipos são realizados por via minimamente invasiva, utilizando a videolaparoscopia. Nesse método, longas pinças cirúrgicas são introduzidas no corpo e o procedimento é guiado por uma câmera, visualizada em um monitor cirúrgico.

Essa abordagem torna o processo cirúrgico muito mais seguro e reduz significativamente a dor no pós-operatório.

Quem pode realizar?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que adultos de ambos os gêneros têm seu excesso de peso e obesidade classificados pelo índice de massa corporal (IMC) que, por sua vez, é calculado dividindo-se o peso da pessoa em quilogramas pelo quadrado de sua altura em metros.

Dessa forma, pessoas com IMC de 25 a 29,9 kg/m² são classificadas como acima do peso ideal ou com sobrepeso, já que o ponto de corte para a definição de obesidade é um IMC de 30 kg/m².

Quando este índice é igual ou superior a 40 kg/m², a obesidade é denominada mórbida ou grave, o que corresponde aproximadamente a 45 kg acima do peso ideal — é importante ressaltar que o IMC é apenas um dos indicadores de saúde e não deve ser utilizado como diagnóstico completo sem considerar outros fatores como a composição corporal, idade e condições de saúde individuais.

A obesidade, associada a fatores genéticos, desequilíbrio alimentar, falta de atividade física e alterações hormonais, é uma condição comum no Brasil. Dados do MS de 2020 mostram que 55,7% da população está acima do peso e 19,8% é obesa.

Com um número significativo de pessoas com essa condição, é comum que a cirurgia bariátrica surja como uma opção para tratamento. No entanto, o procedimento tem restrições, sendo indicado apenas para pessoas que tenham entre 16 e 65 anos, nos seguintes casos:

Mesmo com esses fatores, existem algumas condições em que o MS não indica a cirurgia bariátrica. Entre eles estão:

De qualquer forma, a decisão por seguir com a cirurgia bariátrica deve ser feita por um médico especializado após avaliação da saúde como um todo da pessoa que deseja realizar o procedimento.

Você sabia que o dr.consulta tem a sua disposição profissionais que podem olhar para isso? Se estiver tudo certo e você atender os critérios, é possível também realizar a cirurgia bariátrica em hospitais parceiros.

Entendendo benefícios e possíveis riscos da cirurgia

Imagem ilustrativa (GettyImages)

Como todo procedimento, a bariátrica também apresenta alguns pontos que devem ser cuidadosamente avaliados antes da tomada de decisão.

Impacto positivo

Além da perda de peso, existem outros benefícios que o procedimento proporciona.

Possíveis riscos 

Associados à quantidade e gravidade de doenças relacionadas à obesidade, geralmente, os quadros surgem enquanto a pessoa ainda está internada e podem ser resolvidos pela equipe médica.

Porém, dependendo da gravidade dos sintomas, às vezes, é necessária uma nova cirurgia para impedir a evolução da complicação. As mais frequentes são:

Pré-cirúrgico: o que fazer?

Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia bariátrica requer um pré-operatório. Nele, é necessário realizar uma série de exames e passa em consulta com profissionais como cirurgião, cardiologista, endocrinologista, psicólogo e nutricionista.

Nesta etapa, também é preenchido o documento de consentimento informado, que aborda os benefícios e riscos da cirurgia.

Na consulta, o cirurgião fará uma avaliação minuciosa, anotando informações como:

Tudo isso a fim de entender se a pessoa é, realmente, um candidato à cirurgia. Após essa avaliação e uma vez indicada a cirurgia, é necessário realizar exames de imagem e laboratoriais, como:

Se estiver apto para a redução de estômago, o médico fornecerá um relatório atestando a sua aptidão para que seja submetido à anestesia e cirurgia. Além disso, outros profissionais da saúde, como o nutricionista e o endogrinologista, também poderão solicitar exames complementares. 

Após a análise da equipe multidisciplinar, o agendamento da cirurgia bariátrica está liberado. O cirurgião fornecerá uma lista de cuidados para o preparo, incluindo a suspensão do cigarro 30 dias antes e a adoção de uma dieta líquida nas 24 horas que antecedem o procedimento.

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Dicas para o pós-cirúrgico

Esse pode ser um momento delicado e de adaptação do corpo. Confira algumas dicas importantes para passar por ele bem.

Primeiros dias após a cirurgia bariátrica

No primeiro dia de pós-operatório, é indicada uma dieta líquida e fracionada para iniciar a adaptação à nova rotina alimentar. Essa fase dura cerca de 7 a 10 dias.

Em seguida, a dieta passa a ser mais cremosa/pastosa, e por volta do 25º ao 30º dia, começa a transição para a alimentação normal.

Suplementos e medicações

Após a cirurgia, é essencial iniciar uma suplementação vitamínica, pois a ingestão de alimentos será reduzida e, em alguns casos, a absorção de nutrientes pode ser comprometida.

Nos primeiros 21 dias, também serão prescritos antiácidos para diminuir a possibilidade de úlceras no novo estômago.

Mudanças alimentares

Alterar a alimentação é fundamental para a perda e a manutenção do peso. Não se trata apenas de reduzir a quantidade de comida ingerida, mas de mudar o cardápio, incluindo mais frutas, verduras e legumes, e limitando o consumo de carboidratos e alimentos gordurosos.

Atividades físicas

A prática de exercícios aeróbicos, como caminhada e bicicleta, além de exercícios de fortalecimento muscular, deve fazer parte da nova rotina de quem fez a bariátrica.

Essa combinação ajuda no gasto calórico, mantém o metabolismo basal elevado e previne contusões. A importância da atividade física é inegável na vida de qualquer pessoa.

Gravidez

Mulheres que desejam engravidar após a cirurgia bariátrica devem esperar cerca de 18 meses antes de iniciar as tentativas, pois o emagrecimento rápido pode prejudicar o bebê.

É importante também, durante a gestação, manter uma alimentação equilibrada e seguir as orientações médicas.

Seguindo todos os cuidados necessários, é possível atingir a qualidade de vida esperada como resultado do procedimento.

Fontes:

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