Como é feito o ultrassom das vias urinárias, rins e bexiga?

O sistema urinário desempenha um papel fundamental na filtragem do sangue e na eliminação de substâncias que o organismo não aproveita.

Para avaliar o funcionamento ou identificar disfuções das estruturas que o compõem, um exame de imagem essencial é a ultrassonografia (USG), também conhecida como ultrassom.

Entendendo a função do sistema urinário

Entre os diversos órgãos que garantem o pleno desempenho do organismo, os que fazem parte do sistema urinário são essenciais para descartar substâncias residuais de processos metabólicos do organismos que não são mais necessárias e que devem ser eliminadas para que não prejudiquem o funcionamento do corpo. São eles:

• rins: normalmente em par, filtram o sangue, reabsorvem substâncias importantes e expelem, pela urina, aquelas que devem ser descartadas (toxinas);
• bexiga: armazena a urina até sua eliminação;
• vias urinárias: também em dupla, conectam os outros órgãos citados, permitindo o transporte do líquido.

Quando o ultrassom é indicado (e contraindicado)?

O exame geralmente é solicitado por um nefrologista, clínico geral ou outro médico que busca investigar condições renais e do trato urinário, como infecções frequentes, suspeita de cálculo renal (pedra nos rins), presença de formações anômalas, dores na região, entre outros quadros. Por não ser invasivo e nem emitir radiação, é considerado seguro para diferentes perfis de pacientes.

Não existem contraindicações específicas para a realização do ultrassom, mas algumas questões podem se tornar um obstáculo durante o procedimento, como:

• dificuldade para manter a bexiga cheia;
• excesso de gases intestinais, que pode prejudicar a visualização dos órgãos;
• presença de cicatrizes extensas ou curativos na região abdominal, impedindo o contato do transdutor com a pele.

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Chegou a hora do exame: como ele é feito? 

O ultrassom das vias urinárias, rins e bexiga é realizado com o transdutor, um dispositivo que emite e capta ondas sonoras de alta frequência, gerando imagens em tempo real em um monitor localizado na sala do procedimento.

Aplica-se um gel condutor na região lateral do abdômen ou nas costas do paciente antes de deslizar o aparelho para garantir o contato adequado com a pele. 

O exame é indolor e rápido, durando de 15 a 30 minutos. Durante esse período, o paciente permanece deitado em uma maca com a barriga exposta, enquanto o sistema urinário é analisado.

Segundo o Conselho Brasileiro de Radiologia (CBR), esse procedimento não inclui a avaliação dos órgãos pélvicos (útero, ovários, anexos, próstata e vesículas seminais). Para examinar essas estruturas, indica-se uma ultrassonografia específica.

Preparo exige bexiga cheia, mas sem jejum

Recomenda-se o uso de roupas confortáveis e adequadas, que facilitem a exposição da região abdominal, além de levar consigo o pedido médico e outros exames pertinentes ou complementares ao motivo do ultrassom.

Para a realização do procedimento, é necessário:

• estar de bexiga cheia (retenção urinária);
• beber de 4 a 6 copos de água 30 minutos antes;
• em casos de incontinência urinária, o paciente deve ingerir líquidos dentro dos limites toleráveis, sem causar desconforto;
• pessoas com insuficiência renal crônica (em hemodiálise) ou insuficiência cardíaca grave – que precisam restringir a ingestão de líquidos – devem respeitar a orientação específica do médico.

Lembrando que, nesses casos em que há dificuldades para manter a bexiga cheia, o profissional deve ser avisado com antecedência, pois é um fator que pode limitar a análise.

Caso a pessoa precise realizar o ultrassom e o exame de urina no mesmo dia, recomenda-se:

• fazer primeiro o USG e não ingerir mais líquidos para encher a bexiga;
• permanecer sem urinar por cerca de 4 horas antes do procedimento;
• eliminar toda a urina logo após o ultrassom e colher a amostra depois de 2 horas (a diluição da urina pode comprometer o resultado do segundo exame).

Com essas orientações, é possível realizar o exames com segurança e eficiência, garantindo uma avaliação precisa do trato urinário.

Fontes:

• Conselho Brasileiro de Radiologia; 
• Universidade Federal do Rio Grande do Sul.