Como é feito o ultrassom da parede abdominal

Essencial ao corpo humano, essa área é composta por camadas de pele, músculos e outros tecidos que envolvem a cavidade do abdômen.
Servindo como uma barreira anatômica, é responsável por diversas funções vitais, como proteger os órgãos internos, auxiliar na respiração, permitir movimentos como a flexão e rotação do tronco, além de atuar no controle da pressão intra-abdominal (para ações como tosse e vômito).
Alterações na região podem prejudicar esses processos e precisam de atenção. Nesse sentido, o ultrassom da parede abdominal é uma ferramenta diagnóstica utilizada para investigar possíveis anormalidades.
De que maneira o ultrassom da parede abdominal funciona
Utilizando ondas sonoras de alta frequência, o exame produz imagens detalhadas das estruturas, sem causar dor ou exigir procedimentos mais invasivos.
Ao iniciá-lo, o paciente se acomoda em uma maca e o profissional especializado – muitas vezes, um radiologista – aplica um gel transparente sobre a pele da área a ser observada.
Logo em seguida, desliza e movimenta o chamado transdutor em toda a extensão para gerar registros que facilitam a visualização de modificações ou sinais de quadros de saúde.
Geralmente, não há necessidade de preparo específico para a sua realização. Recomenda-se apenas o uso de roupas que proporcionam um fácil acesso ao local analisado e a apresentação do pedido médico e de testes anteriores relacionados.
O que o exame pode diagnosticar
Ele destina-se à avaliação da integridade dos músculos e à pesquisa de suspeitas, principalmente diante de queixas como dores localizadas, protuberâncias ou outras sensações incomuns na região do abdômen, de acordo com o Conselho Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.
Diversas enfermidades podem afetar a área e serem encontradas no ultrassom. Algumas das principais, segundo artigo publicado no Journal of Ultrasound – Jornal Oficial da Sociedade Italiana de Ultrassom em Medicina e Biologia, são:
- hérnias da parede abdominal;
- hematomas e lesões musculares;
- diástase dos músculos retos abdominais;
- atrofia dos músculos da parede abdominal;
- tumores.
1. Hérnias da parede abdominal
Ocorrem quando parte de um órgão se “projeta para fora” (protusão) devido ao enfraquecimento ou malformação nas camadas do tecido protetor e são classificadas conforme sua localização.
Quando as pessoas são submetidas a cirurgias no local e as incisões não cicatrizam bem, podem resultar na chamada incisional.
Outro exemplo muito comum são as umbilicais ou paraumbilicais, que surgem em volta do umbigo. Apesar de mais frequentes em bebês, cerca de 8% da população adulta apresentará a condição ao longo da vida, aponta a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH).
A entidade também estima que sejam realizadas aproximadamente 600 mil operações ao ano no Brasil para reparos de hérnias abdominais, incluindo todos os tipos. Assim, o exame contribui para identificar a presença, tamanho e conteúdo envolvido, além de orientar as condutas terapêuticas.
2. Hematomas e lesões musculares
Enquanto os hematomas acontecem muito em indivíduos que tomam anticoagulante continuamente, as lesões são mais habituais em esportistas.
A análise por imagem pode identificar a localização, extensão e confirmar rupturas musculares, auxiliando no monitoramento e na definição do tratamento necessário.
3. Diástase dos músculos retos abdominais
Caracteriza-se pela separação dessas estruturas, geralmente devido à sua fragilidade ou ao aumento da pressão intra-abdominal.
É muito associada à gravidez, ao envelhecimento e à obesidade. Nesse caso, o método ajuda a medir a distância causada e avaliar o comprometimento funcional.
Vale destacar que o quadro pode acabar desencadeando as hérnias epigástricas (que surgem na linha média do abdômen).
4. Atrofia dos músculos da parede abdominal
Perda da massa muscular, na maioria das vezes causada naturalmente pelo avanço da idade (e o desenvolvimento da sarcopenia).
Outros fatores de risco são cirurgias anteriores, desnutrição, excesso de peso, determinados medicamentos e patologias do sistema musculoesquelético ou nervoso. O ultrassom permite verificar a presença dessa alteração.
5. Tumores
Massas benignas ou malignas localizadas nos tecidos. Podem ser detectadas e analisadas quanto ao tamanho, forma e tipo por meio da técnica de ultrassonografia.

Diferença entre ultrassom abdominal e ultrassom da parede abdominal
Embora os dois utilizem a mesma tecnologia, cada um tem objetivos distintos. O de abdômen total, que é mais convencional, é voltado à avaliação dos órgãos internos, como fígado, rins, pâncreas, baço e bexiga.
Já o ultrassom da parede abdominal foca nos músculos, tecidos moles e possíveis modificações externas à cavidade abdominal, esclarece documento oficial do Conselho Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.
Sintomas como dores persistentes na região, náuseas e protuberâncias palpáveis e/ou aparentes devem ser avaliados por profissionais de saúde. Somente um especialista poderá indicar os exames mais adequados, garantindo um diagnóstico precoce e correto, bem como intervenções eficazes.
O Cartão dr.consulta facilita o acesso a atendimentos médicos e exames com valores mais vantajosos, além de incluir o paciente em programas de saúde para suporte multidisciplinar e consultas de enfermagem on-line e gratuitas.

Por fim, é importante ressaltar que a realização periódica de acompanhamentos e check-ups são aliados fundamentais para a preservação da saúde e do bem-estar como um todo.
Fontes: