Como funciona o exame de toque e o que ele pode identificar?

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do de pele não melanoma, de acordo com o Ministério da Saúde. 

Para diagnosticá-lo, um dos procedimentos fundamentais é o exame de toque. No entanto, a desinformação e o preconceito associados a ele ainda são uma realidade.

Por isso, campanhas como Novembro Azul foram criadas com o objetivo de promover sua importância e desmistificar receios infundados, desempenhando um papel de destaque na conscientização da população masculina sobre o tema.

Afinal, com o teste, é possível descobrir anomalias antecipadamente, o que pode ser decisivo para o sucesso do tratamento e a manutenção da saúde do homem.

De que maneira é realizado o toque retal?

Com tamanho semelhante ao de uma noz, a próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino cuja principal função é produzir o líquido seminal, fluido que carrega os espermatozoides e compõem o sêmen. Ela se localiza abaixo da bexiga e à frente do reto.

Dessa forma, o procedimento, que é feito normalmente durante a consulta com o urologista ou proctologista, consiste na introdução do dedo indicador do(a) médico(a), com o uso de luvas e lubrificante, no ânus do paciente para checar o formato, a consistência ou mesmo a presença de tumores. 

O exame é realizado em consultório e a posição do paciente varia conforme, podendo ser:

• de barriga para cima, com os joelhos flexionados;
• deitado do lado esquerdo, com as pernas dobradas em direção ao peito;
• em pé e inclinado sob a maca;
• deitado de barriga para baixo e sobre os joelhos.

Para facilitar a inserção, é ideal que ele esteja relaxado e faça uma leve força semelhante à defecação. Apesar do receio de alguns homens, o processo é indolor.

Também não é necessário nenhum preparo ou cuidado especial após realizá-lo, sendo possível retomar as atividades do dia a dia normalmente.

Vale ressaltar que, além de tumores na próstata, o toque retal ainda pode ajudar na detecção de outras condições, como:

• prostatite (inflamação na próstata);
• fissuras e fístula anal;
• hemorroidas;
• alterações na parede do reto.

Para quem é recomendado o exame de toque

É essencial iniciar u, check-up preventivo de câncer de próstata, que engloba diferentes procedimentos, a partir dos 40 anos, sendo feito com teste de PSA. 

Cada faixa etária, porém, tem orientações específicas. Além disso, sintomas, outros quadros de saúde e fatores externos podem determinar a necessidade de acrescentar exames preventivos à rotina independentemente da idade.

De forma geral, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que homens a partir de 50 anos, mesmo sem manifestações aparentes, devem realizar o toque retal regularmente como forma de prevenção. 

O toque retal também é indicado a partir dos 45 anos para pessoas negras, com histórico familiar positivo para a condição (principalmente pais e irmãos) ou PSA alterado (independentemente da idade). 

Somado a isso, a SBU reforça que cada caso deve ser avaliado individualmente pelo profissional de saúde e discutido com a pessoa, esclarecendo benefícios, razões e possíveis consequências de cada escolha ou etapa.

O Cartão dr.consulta oferece acesso a diferentes especialistas e exames com valores vantajosos que possibilitam o cuidado com o corpo.

Com o benefício, o assinante ainda é incluído no programa Saúde Integral do Homem e recebe suporte com um time multidisciplinar para tirar dúvidas e trazer orientações sobre o bem-estar masculino.

PSA não substitui o toque retal

Os dois procedimentos podem verificar a presença de tumores e outras condições, mas devem ser encarados como formas complementares de detecção de alterações na próstata.

O PSA (sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico) é um exame de sangue enquanto o toque retal é uma avaliação física, indicando sinais diferentes de um possível câncer.

Detecção no início aumenta as chances de cura

É importante lembrar que o tumor prostático muitas vezes é silencioso, sem a presença de sintomas em fases iniciais. Porém, quando ocorrem, os mais comuns são:

• dificuldade para urinar (seja para começar ou encerrar a eliminação);
• sangue no xixi;
• diminuição do jato de urina;
• idas mais frequentes ao banheiro durante o dia ou à noite.

Com um diagnóstico precoce, a chance de cura é de até 90%, conforme a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. A escolha da intervenção é feita com base na avaliação do(a) médico(a), levando em consideração os benefícios e riscos de cada abordagem, a opinião do paciente e o estágio do câncer.

Atualmente, os tratamentos disponíveis (de forma combinada ou não) são:

• cirurgia oncológica para remoção do(s) tumor(es);
• radioterapia;
• quimioterapia;
• hormonioterapia.

Prevenir a condição é sempre a melhor forma de proteger a saúde. Contribuem para isso medidas como manter uma alimentação saudável e equilibrada, praticar atividades físicas e evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, além de abandonar o tabagismo.

Fontes:

• Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares; 
• Ministério da Saúde;
• Nota Sociedades Brasileiras de Urologia (SBU), Oncologia Clínica (SBOC) e Radiologia (SBRT);
• Secretaria de Saúde do Distrito Federal;
• Sociedade Brasileira de Urologia.