Anticoncepcional: como funciona e contraindicações

Um dos principais métodos de prevenção da gravidez e planejamento familiar, o anticoncepcional é usado também para tratar condições ginecológicas, como cistos e acne hormonal.
Ao longo dos anos, essa ferramenta evoluiu, ampliando a autonomia feminina sobre o corpo e a saúde reprodutiva, segundo estudo publicado na Revista Gestão & Saúde.
Como os anticoncepcionais hormonais agem no organismo
De forma geral, essa classe de medicamentos combina estrogênio e progestagênio (hormônio sintético semelhante à progesterona natural).
O primeiro atua inibindo a liberação dos hormônios FSH e LH pela hipófise, o que impede a ovulação. Já o segundo – que pode ser o único em algumas formulações – contribui para o espessamento do muco cervical, dificultando a entrada dos espermatozoides e tornando o endométrio menos receptivo à implantação do óvulo fecundado.
Normalmente, os que contêm ambas as substâncias são para mulheres que não têm contraindicações ao estrogênio, como histórico de trombose, hipertensão arterial descontrolada ou câncer de mama. Costuma proporcionar maior controle do ciclo menstrual, aponta artigo da Revista Brasileira de Enfermagem.
Por outro lado, as opções com elemento isolado são recomendadas para quem está amamentando, tem crises de enxaqueca com aura ou maior risco cardiovascular, explica estudo da Revista Acervo Saúde.
No Brasil, de acordo com a Revista Brasileira de Enfermagem, a pílula oral ainda é a mais utilizada entre as usuárias, embora o dispositivo intrauterino hormonal (DIU) e os implantes venham ganhando espaço, especialmente por oferecerem maior praticidade. Ainda existem os injetáveis, adesivos e anel vaginal.

Gerações de anticoncepcionais e efeitos colaterais
Desde sua criação, novas fórmulas e benefícios surgiram, influenciando a escolha do método mais seguro e adequado para cada organismo.
Primeira geração
Introduzida nas décadas de 1960 e 1970, a primeira geração de anticoncepcionaais apresentava altas concentrações de estrogênio (acima de 50 ?g) e progestagênios com forte ação androgênica – ou seja, semelhantes ao hormônio masculino testosterona.
Os efeitos colaterais eram comuns e incluíam oleosidade na pele, acne, aumento de pelos, enjoos, ganho de peso, trombose venosa profunda, elevação da pressão arterial e chances altas de questões cardiovasculares.
Segunda geração
Surgiu ainda na década de 1970, com redução nas doses do primeiro hormônio (30 a 35 ?g) e tipos do segundo com atuação androgênica mais amena, como o levonorgestrel. A intensidade dos riscos era menor, permitindo maior adesão.
Terceira geração
Com o avanço da farmacologia, a partir da década de 1990, criaram-se uma classe de anticoncepcional com progestagênios de perfil mais próximo da progesterona natural, como o desogestrel.
Assim, o impacto sobre o metabolismo lipídico diminuiu (processo ligado ao controle das gorduras no sangue, como colesterol e triglicerídeos), segundo a Revista Brasileira de Enfermagem. Em contrapartida, estudos apontaram uma associação maior com o desenvolvimento de trombose venosa.
Quarta geração
As formulações mais recentes, chamadas de quarta geração, incluem progestagênios como drospirenona e dienogeste, que ajudam a evitar a retenção de sódio e água pelo organismo.
Na prática, isso significa menos inchaço, principalmente nas pernas e no abdômen, o que contribui para o bem-estar. Além disso, são menos androgênicas.
Estudo da Revista Acervo Saúde reforça que apresentam menos impacto cardiovascular e a tolerância por mulheres sem contraindicações graves cresceu.
Riscos associados ao uso do anticoncepcional hormonal
Apesar de eficazes, estudo da Revista Acervo Saúde mostrou que usuárias de anticoncepcionais combinados têm 1,6 vezes mais chances de eventos trombóticos arteriais, como infarto. De forma prolongada, também pode estar ligado à trombose, hipertensão, alterações no colesterol e enxaquecas.
O aumento do risco de câncer de mama também se mostrou presente, mesmo que pequeno (1 caso adicional a cada 7690 pessoas usando), devendo ser considerado diante de histórico familiar da condição, destaca artigo publicado na revista Current Opinion in Obstetrics and Gynecology.
Já uma pesquisa do JAMA Oncology indicou que, na maioria das mulheres, essa associação tende a ser nula, sugerindo apenas um leve aumento em alguns subgrupos, como fumantes que utilizaram o método por longo período.
Caso a pessoa esteja em tratamento, a contraindicação é absoluta. O DIU de cobre ou preservativos são as melhores alternativas após o diagnóstico do tumor, segundo pesquisa publicada no JAMA Network Open.
Surpreendentemente, para câncer de endométrio, ovário e colorretal, os medicamentos podem reduzir as probabilidades, apontam estudos analisados na Current Opinion in Obstetrics and Gynecology.

Como escolher o melhor anticoncepcional
Considerando todos os efeitos e relações com quadros de saúde, é fundamental que a indicação seja feita por um profissional, considerando idade, histórico médico, presença de condições pré-existentes e objetivos reprodutivos.
Além da avaliação clínica, o médico pode realizar procedimentos de rotina e aferição da pressão arterial antes de iniciar o tratamento.
Com o Cartão dr.consulta, é possível agendar consultas com ginecologista e exames com valores acessíveis para cuidados individuais e eficazes.

Pílula do dia seguinte
Quando há falhas e esquecimentos na administração das doses do remédio, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) recomenda, além da camisinha, recorrer à conhecida pílula do dia seguinte para evitar gravidez indesejada.
Porém, vale lembrar que é um contraceptivo de emergência apenas para situações de reais urgências, devendo ser usada de forma ocasional, pois contém alta carga hormonal.
Assim, pode causar efeitos adversos como náuseas, vômitos, dor de cabeça, alterações no ciclo menstrual e sangramento irregular. Se combinada ao anticoncepcional regular, eles podem ser intensificados.
Por isso, após utilizá-la, recomenda-se seguir com preservativos até a regularização da menstruação para então retomar ou iniciar a outra abordagem.
Opções de contraceptivos não hormonais
Para quem não pode ou não deseja opções hormonais, existem as que não contém as substâncias e também são seguras e eficazes, como o DIU de cobre, camisinha (feminina ou masculina) e diafragma.
De qualquer maneira, é importante que a decisão seja baseada em informação e acompanhamento profissional para escolhas conscientes e qualidade de vida em todos os casos.
Fontes:
Comecei a tomar pilulaa uma semana depois do meu periodo parar. Iniciei a cartela, sinto dores de cabeca. Cansaco, dor abdominal, fome e dor nas pernas. Me ajude. Sera efeito da pilula continua?
Oi, Mirla! Tudo bem? Para ter um diagnóstico é preciso consultar um doutor presencialmente. Para marcar uma consulta com a gente você pode entrar em contato com a central de atendimento pelo fone 4090-1510 ou pelo site http://www.drconsulta.com. Obrigado, abraço!
Dr,a pílula anticoncecional pode causar aumento de temperatura corporal? Estou a 2 meses com a temperatura 37.7,38.1 , já fiz exames de sangue não foi detectado nenhuma infecção !
A pílula pode causa o hsil
Queria saber! Tomei uma pílula de anticoncepcional hoje após ter tomado comei a sentir meu braço querendo da uma dormência o que pode ser
Olá Leda, tudo bem?
Seria muito bom você se consultar, para que um especialista possa analisar o seu caso
Comecei a tomar Tâmisa 30 por ter endometriose faz 10 dias esta me dando muita dor nas pernas e continuo com colicas devo para de toma?tomo sem parar.
Seria interessante passar em um especialista para verificar o que está acontecendo.
[…] de pílulas anticoncepcionais combinadas (estrogênio e […]