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Você conhece o cordão de girassol?

Na imagem é possível ver um girassol em frente a uma parede de madeira.

Nos últimos anos, tem ficado mais comum ver pessoas nas mais diversas situações utilizando um crachá ou cartão de identificação, com um cordão de girassol (com girassóis estampados). Mas o significado disso ainda não é tão difundido e pode ser fonte de dúvidas. 

Para conhecer com mais detalhes, antes é importante saber as particularidades de algumas condições de saúde ocultas ou invisíveis. Elas se caracterizam pelo fato de sua identificação não ser fisicamente perceptível.

Como exemplo, podemos mencionar o transtorno do espectro autista (TEA) e o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Essas condições, por não estarem completamente visíveis, são difíceis de notar em circunstâncias cotidianas.

Segundo o Ministério da Saúde, que expõe dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), estima-se que o Brasil tenha atendido, ao longo do ano de 2021, cerca de 9,6 milhões de pessoas do espectro autista em ambulatórios.

Por isso, o cordão pode ser uma medida prática para auxiliar no processo de reconhecimento da pessoa com algum transtorno oculto. Inclusive, a sua alta procura recente até estimulou a criação de leis que aprovam e incentivam o uso do símbolo.

O que significa o cordão de girassol?

Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte

O cordão de girassol, ou colar de girassol, tem um significado muito específico. Caracterizado por ser uma tira de tecido verde com vários desenhos de girassóis, ele é um símbolo internacional para que pessoas com algum tipo de condição invisível sejam facilmente reconhecidas.

Associado a identificador pessoal (crachá com nome por exemplo), o cordão de girassol funciona como um elemento visual. Seu uso não tem o objetivo de estereotipar esse grupo, mas sim de facilitar o suporte.  

A sua criação é nova. Foi idealizado em meados de 2016, em Londres, possibilitando atendimento e suporte prioritário às pessoas com condições não visíveis.

No Brasil o uso está crescendo. Estados como São Paulo, Espírito Santo, Amapá, Rio de Janeiro, Sergipe e Mato Grosso já aderiram oficialmente.

O Amapá foi um dos estados pioneiros a adotar o uso do colar por meio da Lei n° 2.530, de 5 de janeiro de 2021. Em dezembro de 2022 foi a vez da cidade de Belo Horizonte sancionar a Lei n° 11.444, de 30 de dezembro de 2022, também institucionalizando a sua utilização.

Benefícios

Além da identificação, são muitos os benefícios do uso do colar de girassol. Entre as principais vantagens estão:

Sobre essa última vantagem, a já citada Lei 11.444, promulgada no município de Belo Horizonte, considera como estabelecimentos privados supermercados, bancos, farmácias, bares, restaurantes e lojas em geral.

Contudo, apesar de o cordão de girassol ser utilizado para o fácil reconhecimento, a pessoa que o porta não fica isenta de apresentar um documento que comprove o transtorno oculto, caso isso seja solicitado.

Quem pode usar?

Todas as pessoas que têm alguma doença ou transtorno não visível podem usar o cordão. Aderir ou não à sua utilização é uma escolha pessoal. Nos estados em que a regulamentação é uma realidade, o atendimento prioritário fica assegurado.

Mais especificamente, o colar pode ser usado por:

Se você tem dúvidas sobre a possibilidade de utilizar ou não o cordão, converse com o seu médico ou outro profissional da saúde que te acompanhe e pergunte sobre a classificação da sua condição.

Pessoas com transtorno do espectro autista (TEA)

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o TEA não é uma doença. Segundo o Ministério da Saúde, caracteriza-se por ser um distúrbio psiquiátrico que afeta as capacidades de neurodesenvolvimento do indivíduo.

Pessoas no espectro autista possuem alterações qualitativas e quantitativas nas aptidões de comunicação, linguagem, interação social, além de outras interferências em questões comportamentais.

Por se tratar de uma condição que pode ser desenvolvida das mais diferentes formas e nos mais diferentes níveis, a identificação do TEA se dá a partir de observações da criança e por meio de entrevistas direcionadas com os pais, além da avaliação neuropsicológica.

Nesse sentido, a atuação de um profissional neurologista e de um neuropsicólogo para a realização de um diagnóstico precoce é indispensável.

Como o cordão de girassol também está associado a outras condições não visíveis, o TEA também tem um cordão exclusivo, o qual possui a representação de peças de quebra-cabeça, outro símbolo da luta pela visibilidade dessa parcela da população.

Fonte: Alma Azul

Pessoas com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH)

O TDAH é uma condição neurobiológica de causas genéticas, cujas principais características são falta de atenção, inquietação e impulsividade.

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), esse transtorno é muito comum na infância e na adolescência, estando presente em 3 a 5% das crianças das mais distintas regiões do mundo.

Os sintomas podem variar de acordo com cada fase da vida. Na infância, manifestações como desatenção, problemas nas relações com as demais crianças, hiperatividade e impulsividade são as mais comuns. 

Já na vida adulta, os sintomas são parecidos, mas rápidas perdas de memória também podem ser notadas, por exemplo.

O TDAH deve ser tratado com o auxílio de uma equipe médica multidisciplinar, incluindo psicólogos e psiquiatras. Em alguns casos, medicamentos também podem ser prescritos.

Pessoas com demência 

A demência é caracterizada pela perda das habilidades mentais, como memória, linguagem e raciocínio. Ela persiste por toda a vida e, gradativamente, impacta na qualidade de vida.

Os principais sinais dessa condição são: 

Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores as chances de retardar o avanço da demência. Por isso, ao suspeitar dos sintomas, procure um médico neurologista.

Pessoas com doença de Crohn

A doença de Crohn é uma inflamação crônica que afeta, principalmente, o intestino, mas que pode acometer qualquer parte do trato gastrointestinal. Ao apresentar uma crise, o paciente pode ter uma diarreia intensa acompanhada de cólica abdominal, febre e até mesmo sangramento retal.

Não existe cura, mas é uma condição que pode ser bem controlada. Em certos casos, inclusive, as pessoas com essa doença não visível são capazes de ter uma melhora espontânea.

De qualquer forma, em caso de suspeita, é extremamente importante agendar uma consulta médica com um gastroenterologista.

Pessoas com fobias extremas

O termo fobia é usado para indicar um medo extremo em relação a um objeto ou a alguma situação particular. Esse distúrbio pode ser considerado um transtorno de ansiedade, uma vez que ele pode prejudicar a qualidade de vida.

Dentre as principais fobias graves, existem:

O diagnóstico de qualquer uma delas deve ser feito por um psiquiatra. O tratamento precisa ser realizado por meio de medicamentos controlados e sessões de psicoterapia.

Pessoas com outras condições

Outras condições também reconhecidas para uso do colar são:

É válido mencionar que, independentemente do tipo de condição, o acompanhamento médico periódico é fundamental para que as pessoas que as possuem possam viver melhor, controlando ou amenizando os sintomas.

Imagem ilustrativa (iStock)

Onde consigo o cordão de girassol?

O colar de girassol pode ser encontrado e adquirido em lojas virtuais. Alguns estados já o oferecem de forma totalmente gratuita à população.

É o caso do Amapá que adquiriu 5 mil cordões para distribuir ao público. Para isso, foi preciso apenas a apresentação de documentos comprobatórios das respectivas condições invisíveis.

Não tenho uma condição oculta: como ajudar?

O uso do símbolo é uma iniciativa inovadora e positiva. Entretanto, é essencial que a sociedade como um todo também conheça o seu significado para que a proposta se torne eficiente.

Logo, aqueles que não as têm devem agir de maneira a reconhecer e apoiar aquelas pessoas que têm. Por isso, a inclusão de algumas medidas contra o preconceito são primordiais:

O cordão de girassol é um mecanismo de identificação e promoção de respeito e empatia com pessoas com questões ocultas. Aliadas a um tratamento médico adequado possibilitam mais inclusão.

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Fontes:

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