Conheça as alternativas para corrigir uma mordida cruzada
O alinhamento dos dentes não tem importância apenas estética. Por isso, a mordida cruzada recebe tanta atenção de dentistas especializados em Ortodontia, área responsável por diagnosticar e orientar o tratamento adequado para corrigi-la.
Frequentemente, o posicionamento impreciso dos dentes surge já na infância, com a dentição de leite. Sem os devidos ajustes, o quadro persiste na vida adulta e gera consequências sérias para a saúde bucal (e o bem-estar geral).
A importância de um sorriso alinhado (que vai muito além da estética)
Em circunstâncias consideradas normais, os dentes de cima recobrem ligeiramente a fileira de baixo. Para isso, a parte superior da mandíbula precisa ser um pouco maior do que a inferior.
Toda a face de contato entre os dentes deve garantir que eles estejam bem acomodados próximo aos vizinhos: nem excessivamente juntos, nem com muito espaço.
A essa organização harmônica se dá o nome de oclusão dental. Ela é valorizada não apenas por ser considerada mais bonita; mas porque sem o alinhamento necessário, o indivíduo tem dificuldade para mastigar, falar ou respirar.
Além disso, a distribuição irregular complica a higienização satisfatória da boca. No longo prazo, isso leva a um maior desenvolvimento de cáries, de inflamações na gengiva e de outras complicações que comprometem uma dentição saudável.
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Características de uma mordida cruzada
O desalinhamento dos dentes é chamado de má oclusão. Estima-se que cerca de 55% da população mundial tenha algum grau disso. Dentro das várias manifestações de encaixe inadequado, a chamada mordida cruzada é uma das mais comuns.
De forma geral, essa condição é definida pela maneira como os dentes de baixo recobrem a parte de cima da arcada dentária. A pessoa afetada nota desconfortos que passam por:
- dores nos dentes, na mandíbula ou na cabeça;
- obstáculos para pronunciar determinados sons;
- alterações associadas às disfunções temporomandibular (DTM);
- comprometimentos no fluxo de ar ao respirar, desperto ou no sono (apneia);
- aumento no desgaste dentário, causando sensibilidade ou comprometimento da estrutura.
Essa lista só reforça que uma mordida cruzada vai além da questão estética. Contudo, esse é um fator que não deve ser ignorado. Quadros de má oclusão, principalmente os muito graves, estão associados a uma pior autoestima, inclusive nas crianças e nos adolescentes.
Tipos de mordida cruzada
O jeito que os dentes se desalinham indica a categoria desse tipo de mordida ruim que são divididas em dois em grupos:
- a mordida cruzada posterior, em que os dentes do fundo da boca se colocam à frente da região de cima;
- a mordida cruzada anterior, em que o inverso é notado e aqueles da área frontal se posicionam adiante.
Adicionalmente, a má oclusão é definida como dentária, quando exclusivamente os dentes estão tortos, ou esquelética, se a alteração indesejada é proveniente de um desvio nos ossos mandibulares.
As opções de tratamento mais utilizadas
Avaliações de rotina junto a um dentista de confiança são ponto de partida para identificar a presença de uma mordida cruzada.
No entanto, uma análise detalhada da disfunção fica a cargo do ortodontista. Esse é o profissional de Odontologia especialista justamente pela correção da oclusão, entre outras condições que afetam o crescimento e o posicionamento dental.
No processo de diagnóstico, ele solicita exames de imagem para analisar dentes e ossos de sustentação. Radiografias costumam ser o recurso mais utilizado. As famosas panorâmicas, que pegam o maxilar inteiro em uma única chapa, e outros ângulos que focam no interior dela são os preferidos.
Com as informações em mãos, o ortodontista orienta então sobre como o reparo da mordida é feito, dentro das abordagens disponíveis.
Expansor de palato (céu da boca)
Esses instrumentos são posicionados na arcada dentária superior. Seu objetivo é, lentamente, abrir espaço para os dentes ali de cima, garantindo que eles superem aqueles da parte inferior.
O extensor pode ser fixo ou removível e seu tamanho vai mudando à medida que o tratamento avança e consegue promover o deslocamento planejado.
Embora possa ser indicado para adultos, sua eficiência é maior em crianças e adolescentes. Nesses grupos, a região ainda não se consolidou, fazendo com que seja possível obter o resultado esperado em alguns meses, nos casos de má oclusão leve.
Aparelho ortodôntico
Um velho conhecido dos consultórios odontológicos, esse dispositivo é composto por arames, placas e bráquetes ajustados para aplicar pressão nos dentes e estruturas ósseas abaixo deles.
A instalação pode depender da extração de um ou mais dentes, para permitir a acomodação necessária. Em determinados cenários, ele é um complemento aos expansores.
Com o tempo, o sorriso desarranjado é colocado na posição desejada. Atualmente, existem diversos modelos, que possibilitam até mesmo contornar a preocupação visual com a colocação desses itens.
Durante a permanência com o aparelho, a dedicação com a saúde bucal deve ser redobrada. O equipamento dificulta a higiene e favorece uma série de complicações associadas a isso. As visitas periódicas de manutenção são indispensáveis.
Cirurgias ortognáticas
Opção utilizada quando o desconforto estético envolvendo a projeção do queixo é muito grande. Ela é ainda a solução para circunstâncias vinculadas à mordida cruzada (DTM e apneia, por exemplo).
Em resumo, o procedimento busca “modelar” o formato dos ossos maxilares. Adicionalmente, placas, fios e parafusos são implementados para fornecer suporte.
Tudo precisa ser conduzido por um cirurgião bucomaxilofacial, que é quem determina a extensão da intervenção e lista sobre os cuidados antes e depois dela, bem como os eventuais riscos.
Os fatores que contribuem para uma mordida cruzada
Parte dos motivos que levam ao desalinhamento já nascem com a pessoa. Conforme a anatomia ou a genética do indivíduo, é possível que os ossos do maxilar e demais componentes se desenvolvam em posições que favoreçam a oclusão aquém do ideal.
Apesar disso, alguns detalhes devem ser observados, especialmente na infância. O uso de chupetas e mamadeiras ou o hábito de morder canetas ou qualquer objeto similar contribui substancialmente para desestabilizar o sorriso.
Em estudo publicado pela Revista de Odontologia da Unesp mostrou que em um grupo de 441 crianças por volta dos cinco anos, 41% delas tinham má oclusão. Os responsáveis pelo acompanhamento notaram que aquelas que utilizaram chupeta por mais de um ano registraram uma chance maior de ter a dentição torta.
Se o período com o acessório supera dois anos, o risco aumentava em quatro vezes. Dificuldades de respiração, postura inadequada (inclusive ao dormir) e perda precoce de dentes também favorecem a condição.
Fontes: