A sensação de falta de ar ou dificuldade para respirar são descrições comuns do que os médicos conhecem como dispneia. Esse sintoma pode atingir tanto adultos quanto crianças e é mais frequente do que se imagina, podendo evoluir de um desconforto para quadros mais graves, quando não devidamente identificado e tratado.
Varia de pessoa para pessoa, podendo ser leve, moderada ou intensa, bem como ocorrer de forma repentina ou gradativa (indo aos poucos).
A ocorrência do sintoma não costuma ser incomum após a realização de atividades físicas intensas, mas quando isso acontece em momentos de descanso ou durante tarefas simples, pode ser um sinal de que algo no corpo não está funcionando como deveria. As manifestações estão normalmente relacionadas com:
- sentir que o ar não está entrando corretamente nos pulmões;
- respirar mais rápido do que o normal sem motivo aparente;
- ter dificuldade para respirar ao deitar-se ou durante o sono;
- sentir dor ou desconforto ao respirar.
Esses sinais podem surgir em diferentes momentos do dia e é necessário ter atenção, principalmente se persistirem ou forem recorrentes. Em casos de dor no peito, tontura ou lábios azulados é importante procurar atendimento médico imediatamente, pois pode ser uma emergência.
Medidas que podem ser adotadas
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), existem orientações simples que podem aliviar os sintomas:
- respirar com os lábios semicerrados pode ajudar a controlar o fluxo de ar, tornando-o mais lento e profundo, principalmente para quem sofre de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ou limitações respiratórias;
- sentar-se próximo a um ventilador pode proporcionar um bem-estar temporário, principalmente após atividades físicas ou em momentos de sensação de falta de ar;
- outras técnicas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem exercícios respiratórios que ajudam a aumentar a capacidade pulmonar e fortalecer os músculos;
- manter uma boa postura também auxilia na abertura das vias respiratórias.
Essas práticas simples podem ser integradas ao dia a dia, com mais facilidade. No entanto, se a dispneia acontecer com frequência, pode ser necessário agendar uma consulta com o pneumologista, que será capaz de fazer um diagnóstico e tratar o quadro.
O profissional poderá solicitar exames, como radiografias, eletrocardiogramas ou testes de função pulmonar, para entender melhor o que está ocorrendo no organismo.
O que causa a dispneia?
A falta de ar pode ter várias origens, e algumas delas são bastante comuns:
Asma
É uma das principais causas da falta de ar, principalmente em crianças. Provoca o estreitamento das vias respiratórias, o que dificulta a passagem do ar.
Bronquite
Pessoas que sofrem do tipo crônico têm dificuldade de respirar devido à inflamação das vias aéreas.
Infecções respiratórias
Gripes, resfriados e pneumonias provocam dispneia. Nesses casos, é importante ter atenção a outros sintomas, como febre e tosse.
Ansiedade
O estado emocional influencia muito a respiração. Portanto, em momentos de ansiedade ou de estresse intenso, é normal que ocorra a sensação de que se está “sem fôlego”, o que pode ser confundido com dispneia.
Obesidade
O excesso de peso coloca pressão sobre os pulmões e o coração, dificultando a passagem de ar, principalmente durante atividades simples como caminhar ou subir escadas.
Condições mais graves
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
Afeta fumantes e ex-fumantes, provocando a destruição gradual dos pulmões.
Fibrose Pulmonar Idiopática
Os pulmões desenvolvem cicatrizes que dificultam a capacidade de expandir e transportar oxigênio, resultando em dispneia persistente.
Insuficiência Cardíaca
Quando o coração não consegue bombear sangue de forma eficaz, o acúmulo de fluido nos pulmões pode causar falta de ar, especialmente durante atividades físicas ou ao deitar-se.
Câncer de Pulmão
Tumores podem bloquear as vias respiratórias ou prejudicar a função do órgão.
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Como prevenir a dispneia e cuidar da saúde dos pulmões
De acordo com o Ministério da Saúde, a sensação da falta de ar pode ser prevenida diariamente com a mudança em ambientes e em hábitos:
- manter o ambiente limpo e arejado;
- respeitar o organismo;
- parar de fumar;
- praticar exercícios leves;
- cuidar da alimentação.
Manter o ambiente limpo e arejado
Poeira, ácaros e outros alérgenos podem desencadear condições respiratórias. Daí a importância de manter a casa sempre limpa e ventilada.
Respeitar as limitações do próprio organismo
Para que as tarefas de rotina como a limpeza da casa, por exemplo, não afetem tanto a respiração é possível dividi-las em etapas, deixando as mais pesadas para momentos de mais disposição.
Parar de fumar
O cigarro, inclusive o eletrônico, é um dos principais vilões quando se fala de saúde pulmonar. Afinal, danificam os pulmões, favorecendo o surgimento de condições graves.
Praticar exercícios físicos leves
Caminhadas curtas, alongamentos e exercícios de respiração ajudam a fortalecer o sistema respiratório. É recomendado começar devagar e ir aumentando a intensidade gradualmente.
Cuidar da alimentação
Alimentos ricos em nutrientes, como frutas, verduras e legumes são fundamentais para manter o corpo saudável e ajuda o sistema respiratório. Manter um peso equilibrado também evita que o excesso sobrecarregue os pulmões.
Por fim, o tratamento para a dispneia vai depender da causa. Em casos de asma ou bronquite, por exemplo, o uso de inaladores ou medicamentos broncodilatadores podem ser recomendados pelo pneumologista. Para condições cardíacas, o acompanhamento regular e o uso de remédios específicos.
A dispneia pode afetar a vida de muitas pessoas, mas com os cuidados certos, é possível prevenir e aliviar essa sensação de falta de ar. Quanto antes a causa for identificada, mais rápido poderá ser iniciado o tratamento, favorecendo uma maior qualidade de vida.
Fontes: