A chegada das estações mais frias do ano acompanha o aumento de gripes e resfriados. E é quando as queixas sobre as doenças respiratórias na infância passam a ser mais constantes e geram maior preocupação entre os pais e responsáveis.
No outono e inverno, o tempo é mais seco e as condições climáticas favorecem a disseminação dos vírus pelo ar. No entanto, é possível proteger as crianças contra essa e outras enfermidades e evitar que sofram por terem um sistema imunológico mais frágil.
Por que as doenças respiratórias afetam mais as crianças?
O sistema respiratório envolve órgãos como pulmão, brônquios, bronquíolos, alvéolos, traqueia, laringe, faringe, seios nasais e nariz. Portanto, as doenças respiratórias estão associadas aos sintomas e condições que os afetam e são divididas entre:
- aguda: têm início rápido, com cuidados por um curto período de tempo;
- crônica: se manifestam gradativamente e persistem por semanas. Nesse cenário, os tratamentos são de médio a longo prazo.
O fato dos bebês e das crianças ainda terem o sistema imunológico em formação faz com que sejam alvo fácil de vírus e bactérias e do contágio direto e indireto.
A fase exploratória de pegar em objetos e levar às mãos a boca, do maior contato com outras pessoas, (eventualmente infectadas) e da exposição em ambientes externos (como creches e escolas), também as torna mais vulneráveis.
Essas já são evidências comprovadas que constam na cartilha sobre Saúde da criança e do adolescente da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).
Por essas razões, é importante que os pais e responsáveis façam consultas de rotina com foco na prevenção e estejam atentos aos primeiros sintomas dessas ou de outras doenças que podem evoluir para quadros clínicos mais graves.
As 7 principais doenças respiratórias na infância
Na lista das principais doenças respiratórias na infância estão:
- gripes e resfriados;
- asma;
- pneumonia;
- bronquite;
- bronquiolite;
- sinusite;
- rinite.
1. Gripes e resfriados
São as mais frequentes e não só nessa fase da vida. Embora se apresentem com indícios parecidos, existem diferenças entre a gripe e o resfriado.
A gripe é causada pelo vírus influenza se manifesta por meio de:
- febre;
- dores de cabeça;
- dores musculares;
- fadiga;
- tosse seca;
- congestão nasal.
A pneumonia, por exemplo, é uma complicação da gripe. Ou seja, se a gripe dos bebês e das crianças não for devidamente tratada pode causar outros prejuízos à saúde.
Vale lembrar que a vacinação diminui consideravelmente os riscos dessa infecção. Como o influenza passa por mutações constantemente, para garantir a imunização e maior proteção, é necessário tomar novas doses da vacina da gripe todos os anos. E isso vale para esse público também, já que pode ser aplicada a partir dos 6 meses.
Já os resfriados são ocasionados por outros vírus, mais frequentemente, o rinovírus. Em comparação com as gripes, são mais leves, duram cerca de uma semana e apresentam sintomas como:
- congestão nasal;
- espirros;
- tosses;
- mal-estar.
Para evitar ambas, é válido orientar a criança a lavar bem as mãos e não ficar próximo de pessoas que estejam espirrando ou tossindo. Também é essencial evitar longos períodos em ambientes fechados ou com muitas pessoas.
Tanto os sintomas quanto a duração (e a intensidade) podem depender da saúde de cada criança. Se os sinais persistirem, procure um pediatra para acompanhar o caso.
2. Asma
Considerada igualmente comum, a asma infantil é outro tipo de infecção que preocupa bastante. Isso porque ela pode se manifestar de forma aguda, pontual ou crônica – quando acontecem as crises recorrentes.
As crianças que têm asma, normalmente apresentam:
- acessos de tosse;
- dispneia (falta de ar);
- crises de broncoespasmo que dificulta a respiração;
- chiado no pulmão.
Quando as crises são mais fortes se tornam mais grave e podem levar à óbito. Como não tem cura o tratamento se baseia no uso de medicamentos como corticoides e broncodilatadores e no acompanhamento médico frequente.
Mudanças de hábitos ou cuidados como os de evitar contato ou exposição à poeira, sujeira, ácaros, mofo e pólen, por exemplo, são medidas para reduzir as crises.
3. Pneumonia infantil
De acordo com a Unesco, essa infecção afeta mais de 4,2 milhões de crianças no mundo todos os anos, e em 2020, levou a óbito mais de 800 menores de 5 anos, sendo considerada bem crítica.
A pneumonia é causada por vírus, bactérias ou fungos que afetam diretamente os pulmões e provocam como reações:
- tosse mais carregada;
- dificuldade de respirar;
- aceleração da respiração;
- chiados no peito;
- febre;
- tom azulado na pele em alguns casos.
Para tratar, o pediatra ou pneumologista pediátrico devem compreender a origem da infecção, podendo assim prescrever a medicação correta para amenizar os sintomas. Também são necessários repouso e hidratação.
Situações severas da doença podem levar a criança à internação, para que possa ser observada, receber medicação intravenosa e fazer inalações.
4. Bronquite
Trata-se de uma infecção nos brônquios (que são as vias que levam ar ao pulmão) e tem como principais indícios:
- tosse com produção de secreção mucosa;
- ruídos respiratórios como roncos e chiados;
- febre, em alguns quadros.
A causa dessa infecção é viral e afeta primeiramente o nariz, a garganta e, em seguida, os pulmões. Pode ser aguda e com menor duração ou crônica.
O tratamento é feito por meio da prescrição de medicamentos, como antibióticos e vasodilatadores. Também é comum que o pediatra recomende inalações com soro fisiológico, para umidificar as vias aéreas e amenizar os sintomas.
5. Bronquiolite
Apesar de nomes similares, a bronquiolite é outro tipo de infecção viral que merece o devido cuidado, especialmente pelo fato de ser uma das doenças respiratórias infantis frequentes em bebês e crianças de até dois anos.
É causada, principalmente, por um vírus chamado vírus sincicial respiratório (VSR) que se espalha pelo contato com secreções respiratórias. Durante a condição, os pequenos podem apresentar sintomas como:
- coriza;
- tosse;
- febre.
Em quadros mais graves, os bronquíolos inflamados podem resultar em:
- dificuldade respiratória;
- chiado no peito;
- episódios de falta de ar.
O tratamento da bronquiolite depende da gravidade dos sintomas e da idade da criança. Em geral, recomenda-se repouso, hidratação e limpeza nasal. O uso de oxigênio, soro na veia ou ventilação mecânica pode ser indicado em casos mais severos.
Em alguns casos ainda, podem ser usados medicamentos para aliviar a tosse e a falta de ar. Em geral, a bronquiolite costuma melhorar em 1 ou 2 semanas.
6. Sinusite
É uma inflamação da mucosa dos seios paranasais, podendo ser desencadeada por vírus, alergias, irritações ou bloqueios nas vias respiratórias superiores, de forma aguda ou crônica. É caracterizada por:
- secreção nasal;
- tosse (principalmente noturna);
- dor facial;
- fadiga (desgaste além do cansaço convencional).
A presença de febre pode ocorrer ou não, assim como dores de cabeça (diagnóstico raro em crianças).
A sinusite crônica, inclusive, não tem cura e a recuperação é mais delicada. Exige acompanhamento médico frequente e pode demandar cirurgia de correção da cavidade nasal.
O tratamento inclui lavagens com soro fisiológico para liberar as vias nasais e prescrição de anti-inflamatórios e antibióticos, de acordo com o caso, para combater os micro-organismos.
7. Rinite
Outra entre as doenças respiratórias na infância é a rinite. Conhecida por ser uma inflamação na mucosa do nariz, geralmente é caracterizada por:
- obstrução nasal;
- coriza;
- coceira no nariz;
- espirros.
Tem origem alérgica, mas também pode ser resultado de infecções ou inalação de substâncias irritantes, como tintas, inseticidas, perfumes, fumaças e poluentes, embora não tão frequente nas crianças.
Já a rinite alérgica costuma surgir no contato com poeira, pólen, ácaros, poluição e determinados alimentos e, para evitá-la, é importante manter a higiene do local de convivência.
Em situações de crise, o pediatra pode receitar: antialérgicos, corticosteroides e lavagem nasal abundante com soro fisiológico. Ao se tornar mais grave, pode ser indicado um processo de imunoterapia, que consiste em uma sequência de vacinas para auxiliar na imunidade.
5 maneiras de prevenir as doenças respiratórias
A prevenção de doenças respiratórias na infância passa por cuidados de toda a família. No final, todos podem se beneficiar disso, mantendo-se mais saudáveis e menos vulneráveis.
1 – Vacinação
Já existem vacinas disponíveis para prevenir a pneumonia causada por certas bactérias e vírus, incluindo a vacina pneumocócica e a vacina contra o vírus da gripe.
Outra recomendação simples é evitar a exposição direta ou indireta aos agentes causadores da pneumonia como o cigarro e poluição e de pessoas gripadas ou resfriadas. Evitar grandes aglomerações e ambientes fechados também previne a transmissão que ocorre pelo ar.
2 – Higienização
Lavar as mãos regularmente e a casa e os objetos limpos podem ajudar a prevenir a propagação de germes que causam pneumonia e outras doenças do sistema respiratório.
3 – Alimentação
A alimentação tem um peso muito grande na manutenção e no fortalecimento do sistema imunológico. Desde cedo, a partir da amamentação e da introdução alimentar é preciso pensar no que os bebês e as crianças vão consumir para tornar o organismo mais forte contra as infecções, anemias e deficiências nutricionais.
4 – Acompanhamento médico
A realização de consultas de rotina e o acompanhamento do desenvolvimento e da saúde como um todo fazem muita diferença. Durante essas checagens são avaliados o sistema imunológico, sistema respiratório e demais condições para garantir o bem-estar das crianças.
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Fontes:
- Dados do Ministério da Saúde (MS) vinculados pelo G1;
- Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) | Cartilha sobre Saúde da criança e do adolescente;
- Federação Brasileira de Hospitais (FBH);
- Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef – ONU);
- Ministério da Saúde (MS) | Asma;
- Biblioteca Virtual em Saúde (BVS-MS) | Rinite;
- Secretaria da Saúde (SS-GO) | Pneumonia.