O choro das crianças pequenas diz muito, mas nem sempre é tão fácil interpretar o que querem expressar. A inquietação pode ser motivada pela fome, desconforto, cólicas e, comumente, pelos sintomas da dor de ouvido em bebês – condição que afeta muitas delas, em diferentes épocas do ano.
Principais causas da dor de ouvido em bebê
Na maioria das vezes, essa condição está associada a infecções no ouvido, como a otite média e aparece quando existe um cúmulo de líquido atrás do tímpano, o que acaba criando um ambiente propício para o desenvolvimento de bactérias ou vírus.
No entanto, outros fatores contribuem para o surgimento da dor de ouvido, incluindo:
- resfriados e gripes;
- disfunções das tubas auditivas (TA);
- alérgenos;
- uso prolongado de chupeta;
- nascimento dos dentes.
Resfriados e gripes
As infecções respiratórias, frequentes nessa fase da vida, como a gripe e os resfriados, podem bloquear as trompas de Eustáquio ou tubas auditivas (TA), que são os canais que conectam a orelha ao nariz, resultando em pressão e dor no ouvido.
Disfunções das tubas auditivas
Como nas crianças essa estrutura é mais curta – quando comparadas com a de um adulto, dificulta a drenagem de fluidos e permite que os germes do nariz e da garganta cheguem até o ouvido mais facilmente.
Alérgenos
A exposição a alérgenos, que são aquelas substâncias que causam a hipersensibilidade em certas pessoas (poeira, fumaça de cigarro e até mesmo alguns tipos de alimentos), também podem favorecer a infecção, ao contribuir para o acúmulo de muco e líquidos no ouvido.
Uso prolongado de chupeta
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o uso excessivo de chupeta pode aumentar o risco de infecções de ouvido, pois também afeta a pressão nas trompas de Eustáquio.
Nascimento dos dentes
Quando os dentes nascem e rompem a gengiva, a nova dentição gera certa pressão e inflamação na área, que pode ser irradiada para as demais áreas próximas, como os ouvidos. Isso ocorre porque as estruturas nervosas da boca e ouvidos estão interligadas.
Como saber se o bebê está com dor de ouvido?
Para diferenciar o choro e intervir para aliviar o que causa o desconforto, pais, responsáveis e cuidadores devem se atentar aos sinais que indicam a dor de ouvido em bebês ou em crianças um pouco maiores:
- irritabilidade e choro excessivo: o bebê pode chorar de maneira intensa e frequente, principalmente durante a alimentação ou ao se deitar;
- puxar ou esfregar as orelhas: esse comportamento repetitivo pode indicar que o bebê está tentando aliviar o desconforto;
- dificuldade para dormir: ou então, as crianças podem acordar várias vezes durante a noite;
- perda de apetite: a dor ao sugar o leite ou a comida pode fazer com que o bebê evite se alimentar;
- febre leve: em alguns casos, a dor de ouvido pode ser acompanhada por febre baixa;
- dificuldade de equilíbrio: como o ouvido desempenha um papel importante no equilíbrio, a infecção pode causar falta de estabilidade em crianças maiores, que já se sentam, ou andam, por exemplo.
Cuidados em casa
- aplicar na orelha do bebê uma compressa morna para reduzir a dor;
- elevar a cabeça do bebê durante o sono pode aliviar a pressão nos ouvidos;
- oferecer bastante líquido para afinar o muco, aliviando a mesma pressão.
Se temporária, a dor tende a desaparecer espontaneamente. No entanto, quando é persistente, a recomendação é consultar inicialmente um pediatra, para avaliar a verdadeira causa.
Dependendo do quadro, o otorrinolaringologista, especialista que cuida de doenças dos ouvidos, nariz, garganta, laringe e pescoço, pode ser acionado.
3 recomendações para prevenir a dor de ouvido nos bebês
A prevenção das infecções do ouvido gira em torno de cuidados considerados bem simples:
1 – Amamentar de maneira correta
Manter o bebê em uma posição vertical enquanto amamenta ajuda a evitar que líquidos entrem nas trompas de Eustáquio, prevenindo infecções. Além disso, a SBP reforça que a amamentação exclusiva até os seis meses traz inúmeros benefícios.
O leite materno contém anticorpos e outros fatores de proteção que auxiliam na redução da incidência de diarreias, distúrbios respiratórios e otites, fortalecendo o sistema imunológico. Crianças que são amamentadas exclusivamente durante esse período também têm menos chances de desenvolver alergias, asma e diabetes.
A amamentação, além de nutrir e proteger, tem um impacto direto na redução da mortalidade infantil, sendo uma prática essencial para garantir o desenvolvimento saudável da criança.
2 – Manter a vacinação em dia
Manter o calendário de vacinação infantil em dia, é outra medida preventiva contra as infecções respiratórias e, consequentemente, a dor de ouvido em bebês e nas crianças de idade superior. Entre as vacinas prioritárias que aumentam essa proteção estão a pneumocócica e a da gripe.
3 – Ter ouvidos sempre limpos e secos
Os ouvidos devem permanecer sempre limpos e secos. O cuidado no momento do banho deve ser redobrado para evitar o acúmulo de água dentro do ouvido. Por isso, a recomendação básica é usar sempre toalhas para secar a parte interna e externa, suavemente.
Tratamento médico
Após a realização de exames diagnósticos, os pediatras ou otorrinolaringologistas podem entrar com tratamentos específicos, seguindo a idade média dos pacientes.
Bebês com menos de 6 meses
Nesse caso, o médico geralmente prescreve antibióticos imediatamente, pois nessa idade o sistema imunológico ainda não está totalmente desenvolvido e o risco de complicações é maior.
Crianças entre seis meses e dois anos
Nesse intervalo de idade, a decisão de usar ou não antibióticos depende da gravidade dos sintomas. Quando não é grave, geralmente, os médicos costumam esperar de dois a três dias antes de iniciar o tratamento com antibióticos, observando se a condição melhora por conta própria.
Crianças maiores de dois anos
Uma vez que o sistema imune está mais desenvolvido, as infecções leves de ouvido se resolvem sem o uso de antibióticos. Durante esse período de observação, o médico pode sugerir medicamentos para o alívio da dor.
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Fontes: