Tendinite tem cura? Entenda sinais e como prevenir

A inflamação de um ou mais tendões pode atingir pessoas de diferentes idades e está relacionada tanto a atividades do dia a dia quanto à prática esportiva. 

A boa notícia é que a chamada tendinite tem cura, desde que o diagnóstico seja precoce e o tratamento adequado seja seguido. 

Isso porque, quando não tratada, compromete a movimentação e gera impacto direto na qualidade de vida. 

O que é tendinite

É uma das condições musculoesqueléticas mais comuns e está entre as principais razões de afastamento do trabalho, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). 

Ela ocorre quando o tendão (estrutura fibrosa que conecta o músculo ao osso) sofre inflamação ou irritação. O quadro pode atingir diferentes partes do corpo, como ombro, joelho, punho, tornozelo, quadril e cotovelo, impactando, assim, a mobilidade e a qualidade de vida.

A tendinite pode ser categorizada em diferentes subtipos, de acordo com o local da inflamação:

• entesite (no ponto de inserção do tendão);
• tenossinovite (na bainha sinovial que envolve o tendão);
• peritendinite (na junção músculo-tendão);
• tendinite ossificante (depósito de cristais após inflamações crônicas);
• tendinite de Quervain (na base do polegar);
• epicondilite lateral  (também conhecida como cotovelo de tenista, quadro que se irradia do local para o antebraço);
• tendinite patelar (região anterior do joelho, comum em esportistas);
• tendinite aquiliana (no tendão de Aquiles, atrás do tornozelo).

Essa classificação ajuda médicos e pacientes a compreenderem melhor o tipo de lesão e a definir o tratamento mais apropriado para cada caso.

Sintomas da tendinite

Os sinais variam entre os tipos, mas algumas características são comuns:

• dor localizada, que se intensifica com o movimento;
• rigidez e dificuldade para mover a articulação;
• inchaço e calor local;
• dor noturna, que atrapalha o descanso;
• em casos mais avançados, limitação funcional importante.

Em casos como esses, o acompanhamento contínuo pode ser bastante útil. Pensando nisso, o Cartão dr.consulta permite a conexão do paciente a uma trilha de cuidados, com preços diferenciados em consultas com especialistas, exames, bem como orientações de saúde. Essa estrutura garante praticidade e direcionamento em todas as etapas do cuidado.

Causas e fatores de risco

A tendinite costuma estar relacionada a movimentos repetitivos e esforço excessivo da região.

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo chama atenção para a postura, os longos períodos em frente ao computador, uso contínuo do teclado e mouse, bem como atividades repetitivas da vida diária, como tocar instrumentos musicais ou realizar tarefas domésticas prolongadas.

Além do esforço mecânico, condições sistêmicas como diabetes e artrite reumatoide, por exemplo, podem elevar o risco de inflamação tendínea.

Se a dor for persistente, atrapalhar o sono ou limitar atividades, é essencial buscar atendimento médico. O reumatologista e o ortopedista são os indicados para diagnóstico, prescrição de medicamentos e encaminhamento para fisioterapia.

Identificação da tendinite

O diagnóstico é clínico e depende de uma avaliação médica detalhada. A SBR ressalta a importância do exame físico, complementado quando necessário por exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética, pois permitem avaliar a extensão da lesão.

Em alguns casos, a aspiração com agulha auxilia a descartar infecções ou gota. Por fim, exames laboratoriais, como hemograma, VHS e PCR, podem ser solicitados quando há suspeita de doenças associadas.

Tratamento e prevenção 

A tendinite tem cura, mas, para isso, é necessário seguir corretamente as orientações médicas. Afinal, com a confirmação da condição, o principal objetivo é aliviar a dor, reduzir a inflamação e restabelecer a função. 

De acordo com a SBR e o INTO, as recomendações incluem:

• repouso e afastamento daquilo que está causando os sintomas;
• uso de gelo e compressas frias nos primeiros dias;
• imobilização temporária com talas ou órteses;
• fisioterapia para recuperar a amplitude de movimento e prevenir recidivas;
• uso de analgésicos e anti-inflamatórios prescritos por médicos;
• aplicação de corticosteroides em infiltrações, nos casos mais intensos;
• cirurgia, mas apenas em situações graves, como ruptura do tendão ou falha no tratamento conservador.

A SBR reforça que é necessário o uso de antibióticos quando há infecção associada, e que a reabilitação deve incluir exercícios específicos supervisionados, pois qualquer movimento errado pode agravar o quadro e atrasar a recuperação.

Cuidados preventivos

Medidas simples também reduzem as chances de desenvolver o quadro, mesmo para quem ainda não observou sinais, incluindo:

• realizar aquecimento e alongamento antes e depois de praticar atividades físicas;
• fazer pausas regulares durante o trabalho para evitar sobrecarga;
• manter boa postura no dia a dia ao trabalhar e em práticas esportivas;
• usar calçados adequados durante exercícios;
• alternar o uso do mouse entre as mãos.

A tendinite não deve ser vista apenas como uma condição passageira. Afinal, ela sinaliza que o corpo atingiu um limite e precisa de atenção. Reconhecer os primeiros sinais e buscar apoio especializado é o primeiro passo para evitar que a inflamação evolua e comprometa a rotina.

Prevenir é sempre mais simples do que tratar. E quando se fala em saúde, o cuidado é o fator que transforma a qualidade de vida.

Fontes: 

• American College of Rheumatology;
• Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia;
• Johns Hopkins Medicine;
• NHS;
• Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo;
• Sociedade Brasileira de Reumatologia.