A mamografia é o exame que uma pessoa deve fazer para identificar precocemente o câncer de mama. Sua importância é indiscutível, já que essa doença é o tipo de neoplasia (presença de tumores cancerígenos) mais frequente entre as mulheres no mundo todo.
No Brasil, ele é o segundo tipo de câncer mais presente no público feminino. Somente em 2021, segundo o INCA (Instituto nacional de câncer), a patologia apresentou cerca de 66.280 novos casos.
Ainda conforme o Atlas de Mortalidade por Câncer feito pela instituição, é o tumor maligno responsável por mais óbitos de mulheres entre 2020 e 2021 no País.
Como o diagnóstico e tratamento precoces reduzem as chances de óbito, é necessário falar sobre o exame (e realizá-lo) não somente durante as campanhas do Outubro Rosa. O dr.consulta preparou um conteúdo para explicar como ele funciona, quando deve ser feito, entre outras coisas. Continue a leitura para saber mais!
Como funciona o exame
Também chamada de mastografia, a mamografia é um exame radiológico no qual as imagens são obtidas por um mamógrafo, aparelho que aplica pequenas porções de raios-x para gerar radiografias das mamas. Ele serve para identificar:
- microcalcificações;
- assimetrias;
- nódulos (benignos ou malignos);
- lesões nas mamas, mesmo as que tenham tamanho inferior a 1 centímetro.
Geralmente, essas irregularidades estão presentes na fase assintomática do câncer de mama e seriam impossíveis de identificar apenas apalpando (tocando), ou seja, pelo autoexame.
Portanto, com a sua realização, tanto mulheres, quanto homens, têm maiores condições de identificar antecipadamente esse tipo de neoplasia, evitando as metástases (que é a sua disseminação).
Tipos de mamografia mais comuns
Conforme a tecnologia evolui, a medicina diagnóstica também avança. E, com o tempo, a mamografia convencional também veio sendo substituída pela digital. Apesar do preparo ser igual, as imagens são criadas e armazenadas diferentemente.
Mamografia convencional
Após a exposição das mamas à radiação, as imagens são armazenadas em uma espécie de “filme”, que, depois, é submetido a um processo que revela as estruturas internas das mamas.
Mamografia digital
Essa versão é mais moderna em comparação à analógica. Nesse caso, o detector captura o sinal dos raios-x, os converte em sinal elétrico e depois os transmite diretamente para a tela do computador.
Qual método é melhor?
No caso do exame digital, os especialistas podem explorar de forma mais eficiente a característica de contraste das estruturas da região examinada. Por isso, muitas vezes o diagnóstico do câncer de mama é mais preciso.
Quando fazer a mamografia
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia, a mamografia deve ser feita a partir dos 40 anos anualmente. Já as mulheres que tiverem casos de câncer de mama na família deverão incluir o exame em seu check-up ginecológico anual a partir dos 35 anos.
Quando feito de forma preventiva, o procedimento é chamado de mamografia de rastreio. Nesse caso, são realizadas duas imagens de cada mama de ângulos diferentes. Se a paciente já tiver feito o exame anteriormente, é importante levá-lo ao profissional da saúde para que ele possa compará-lo com o atual e acompanhar qualquer mudança.
Quando já existe a suspeita inicial da doença, é feita a mamografia diagnóstica. Assim, é possível incluir imagens extras do tecido mamário para entender melhor sobre as alterações (sejam elas lesões benignas ou malignas) e/ou avanço da patologia. O exame também pode ser indicado para pessoas que já fizeram tratamento para o câncer de mama.
Como é feito
Para conseguir imagens de qualidade e, consequentemente, um resultado eficiente, existe mais de uma etapa. Confira abaixo.
Preparo
Para a realização da mamografia, não existe nenhum preparo especial, basta apenas observar algumas orientações:
- não usar cremes, desodorantes ou perfumes sobre a pele antes de fazer o exame, porque estes podem prejudicar a captura das imagens;
- tenha atenção para a roupa escolhida, durante a mamografia você vai precisar despir a parte superior do corpo para que os seios possam ser examinados;
- caso haja suspeita de gravidez, também deve ser feito o exame de BHCG para afastar a possibilidade de gestação. A indicação é a mesma independente dos dias de atraso da menstruação.
Realização
Normalmente, os profissionais que participam do exame de mamografia são: um técnico em radiodiagnóstico, que faz a sua realização e, um médico radiologista, oncologista ou mastologista, que interpreta as radiografias e faz o laudo.
Para começar, a paciente deve ficar em pé na frente do mamógrafo sem nenhum tipo de blusa e sutiã.
Depois, uma das mamas é colocada sobre uma placa de acrílico e pressionada por outra placa – esse processo é feito para diminuir as doses de radiações necessárias para conseguir as imagens e, também, para tornar mais fácil a identificação de alguma anormalidade com detalhes mais nítidos.
Neste momento, é importante que a mulher fique imóvel para evitar distorções no exame.
Em seguida, a mama é descomprimida para reposicionamento e, após a captura dos ângulos solicitados para aquela mamografia, o procedimento é repetido com o outro seio.
O exame leva em torno de 15 a 20 minutos. Ao final, o tecnólogo sai da sala, pede para que a paciente se vista e aguarde alguns minutos na sala de espera para que ele observe as imagens e verifique se há a necessidade de alguma complementação.
Caso as imagens coletadas estejam boas e sejam suficientes para o médico, a mulher é liberada.
Pós-exame
Após entrega do resultado, a paciente deve retornar com o médico que pediu o exame para avaliação — normalmente mastologistas ou ginecologistas.
Caso seja necessário, será solicitado exames adicionais, como ultrassonografia ou biópsia, para analisar melhor o quadro clínico.
A mamografia dói?
A mamografia pode, sim, causar desconfortos. Durante o exame, a mama é comprimida no mamógrafo, para poder ser feita a leitura correta do tecido mamário. Esse desconforto varia de pessoa para pessoa, pois algumas pessoas são mais sensíveis que outras. No entanto, não é nada preocupante.
O ciclo menstrual feminino tem muita relação com a sensibilidade das mamas. Durante a segunda metade do ciclo, perto da menstruação, as mamas ficam mais inchadas e doloridas.
Outra questão que influencia no desconforto é o tipo de mastografia que será realizada. Normalmente, ele é maior na mamografia convencional, que aplica mais pressão para captar as imagens.
Para tentar minimizar esses incômodos, seguem algumas dicas:
- evite realizar a mamografia durante o período menstrual, pois as mamas podem ficar mais sensíveis;
- tente relaxar a musculatura para facilitar o posicionamento no tomógrafo;
- se tiver silicone, avise à equipe. A prótese mamária pode causar mais desconforto durante o exame, além de influenciar na interpretação dos resultados.
Coloque os exames em dia
A mamografia é um exame que além de ser importante e decisivo para um diagnóstico precoce de câncer de mama, possibilita o início do tratamento em fases iniciais, aumentando as chances de cura.
Assim como ele, outros exames são relevantes para as mulheres, como:
- papanicolau;
- ultrassom transvaginal;
- ultrassonografia das mamas.
Por isso, lembre-se de fazer suas consultas de rotina e exames preventivos. A equipe do dr.consulta está à disposição para te ajudar nessa tarefa de autocuidado.
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Fontes:
- Sociedades brasileiras recomendam mamografia a partir dos 40 anos | Sociedade Brasileira de Mastologia
- Incidência | gov.br
- Mamografia das mamas | Oncoguia
- Atlas de mortalidade | Inca
- Conceito e Magnitude | gov.br