Se tem algo comum tanto a atletas de alto nível quanto a quem está começando uma atividade física é a chance de alguma lesão, como um estiramento muscular. Esse tipo de queixa reúne alguns sintomas característicos e pode ter diferentes níveis de intensidade.
Por outro lado, não é preciso contar apenas com a sorte para se proteger. Alguns cuidados simples contribuem para o alcance desse objetivo. Logo, isso garante a segurança necessária para manter a rotina regular de exercícios, o que é um aspecto importante de uma vida saudável.
Principais características de um estiramento muscular
Os músculos são responsáveis por cerca de 45% do peso total de uma pessoa. Diante disso, estima-se que entre 30% e 50% de lesões em práticas esportivas sejam causadas por danos a tecidos moles, o que inclui os tecidos musculares.
Esportes que exigem contato físico intenso (como o futebol) ou que demandam arranques rápidos ou mudanças de direção (como a corrida) costumam ser os mais associados às queixas desse gênero.
Apesar disso, cabe destacar que não é obrigatório estar praticando um esporte para estirar um músculo. Movimentos do dia a dia (como carregar um peso ou manter uma postura errada) podem gerar dano similar.
Em resumo, os estiramentos são causados por dois fatores:
- quando os músculos são estirados além do máximo suportado pelas fibras que compõem o tecido;
- quando há uma contração muito abrupta dos músculos.
Os tecidos com mais risco desse tipo de lesão são aqueles localizados na parte posterior ou anterior (ou seja, atrás) das coxas. A musculatura da panturrilha (a batata da perna) também é outro alvo comum de tais contusões. Braços e costas podem ser afetados.
Diferença entre distensão e estiramento
Nas distensões, a localidade em que os músculos se unem aos tendões ou osso são prejudicadas, inclusive com possíveis rompimentos. Enquanto isso, nos estiramentos, os danos se concentram nas fibras musculares.
Sintomas mais comuns nos estiramentos musculares
Entre os principais sinais de uma alteração nos músculos estão:
- dor muscular, que também pode oscilar conforme o tamanho do comprometimento;
- inchaço na região afetada;
- cãibras e contrações musculares;
- diminuição da capacidade de movimentar o músculo atingido (se ele fica na coxa pode ser difícil caminhar ou correr, por exemplo);
- uma pequena falha perceptível na estrutura do tecido muscular, perceptível principalmente nos casos graves.
Graus de uma lesão muscular
Apesar disso, nem todo estiramento é igual. A partir da intensidade dos danos dos músculos, a contusão pode ser classificada como leve, moderada ou grave. Para isso, são considerados os seguintes aspectos:
- nas lesões de grau leve, há apenas a torção de algumas fibras musculares sem que haja necessariamente ruptura completa. Isso pode gerar uma pequena restrição nos movimentos, ainda que acompanhada de alguma dor;
- nos estiramentos de intensidade moderada, há um impacto maior na integridade do músculo, com comprimento no movimento da área atingida;
- por fim, em uma contusão grave, há um rompimento completo das fibras musculares. É comum que o indivíduo afetado perceba que houve a ruptura e, a partir disso, não consiga mais mexer na área atingida.
Diante disso, independente do seu nível de aptidão física, vale sempre procurar ajuda médica antes de iniciar um novo tipo de exercício, sobretudo se houver um longo histórico de sedentarismo.
Assim sendo, até mesmo uma visita a um cardiologista pode ser indicada. Praticar esportes faz bem para a saúde e esse acompanhamento pode ampliar os benefícios obtidos.
Diagnóstico
Em geral, o médico dedicado a avaliação de estiramentos e outras alterações musculares é o ortopedista (que também cuida de ossos, tendões e ligamentos).
A partir da suspeita da lesão, esse profissional pode fazer uma avaliação física do local onde o músculo foi prejudicado. Em muitos casos, apenas a palpação da região costuma ser suficiente para o diagnóstico, principalmente se combinado com o histórico do indivíduo e a presença de dor e inchaço.
No entanto, nem sempre isso é o suficiente para confirmar os danos aos tecidos musculares. Isso tende a acontecer quando ele acontece em camadas mais profundas do músculo. Nessas circunstâncias, é possível recorrer a exames de imagem.
Entre os mais utilizados estão os ultrassons, as ressonâncias e as tomografias computadorizadas. Na prática, a primeira opção da lista costuma ser a mais utilizada, por conta de o procedimento necessário ser mais acessível (inclusive do ponto de vista financeiro).
Ao receber a indicação para realizar exames diagnósticos do tipo, você pode contar com as facilidades oferecidas pelo Cartão dr.consulta, uma assinatura que garante atendimentos e procedimentos que ajudam a monitorar sua saúde de maneira mais acessível.
O processo de recuperação desse tipo de lesão
Como não poderia deixar de ser, a gravidade interfere na duração do tratamento necessário para recompor a função muscular adequada. Assim, é possível que a recuperação se estenda de várias semanas até alguns meses.
Seja como for, em um primeiro momento, o mais importante é garantir o alívio das dores e a redução de um possível inchaço na região.
Para isso, compressas com gelo são recurso importante, sem praticamente qualquer contraindicação. As temperaturas mais baixas também reduzem a formação de hematomas e limitam processo inflamatório desencadeado pelo trauma.
O único cuidado nestes casos é proteger a pele do contato direto com os cubos d´água congelados para evitar que ela “queime” com o frio. Um plástico filme ou uma toalha já cumprem essa função.
Em paralelo, o tratamento de um estiramento pode depender também de:
- uso de determinados medicamentos no controle da dor, conforme orientação médica;
- repouso, evitando esforço sobre o músculo atingido;
- compressão do tecido atingido com faixas apropriadas para oferecer suporte ao tecido muscular;
- elevação do membro afetado, facilitando a circulação da região.
Em casos muito específicos, uma cirurgia pode ser exigida para garantir a recuperação completa. A intervenção é necessária quando é preciso drenar um hematoma ou reparar uma grande quantidade de fibras musculares rompidas.
Depois dessa lesão, o retorno às atividades deve se dar de forma gradual. É preciso primeiro mobilizar lentamente a área afetada e ir aumentando o esforço físico com calma até atingir a estabilidade completa sem colocar em risco a integridade muscular. A atuação de um fisioterapeuta pode ser relevante nessa etapa.
Práticas efetivas para prevenir estiramentos musculares
Nem sempre é possível prever quem será atingido por uma lesão do gênero. Em um mesmo grupo de pessoas (um grupo de atletas em um time de esporte coletivo, por exemplo), alguns podem passar ilesos, enquanto outros terão que conviver com tal contratempo.
De todo modo, má postura, movimentos feitos de forma inadequada, fragilidade muscular e aumento repentino da carga de exercícios podem contribuir com os danos aos músculos. Dessa forma, a prevenção para isso envolve cuidados como:
- manutenção de uma rotina de alongamentos antes de qualquer atividade física, acompanhada do aquecimento adequado;
- fortalecimento muscular;
- incremento gradual na intensidade e na quantidade dos exercícios físicos, em qualquer modalidade esportiva;
- controle do peso, o que ajuda a evitar lesões por conta da sobrecarga (principalmente nas costas);
- manutenção de uma postura adequada, seja em repouso, seja durante a realização de algum esforço maior.
Por outro lado, o risco de um estiramento muscular pode incomodar, mas não é motivo para ficar parado. Portanto, mesmo quem está dando os primeiros passos em busca de uma vida mais ativa deve saber como se proteger dessa e de outras lesões causadas pelo impacto dos exercícios.
Fontes: