Saiba o que é gastrite nervosa e como controlar

Situações de desconforto no estômago são bastante frequentes na rotina das pessoas, especialmente diante de eventos que mexem com as emoções.

Entre as condições mais associadas a esse cenário está a gastrite nervosa, que pode impactar diretamente na qualidade de vida e precisa de atenção.

No que consiste a gastrite nervosa

Classificada como dispepsia funcional, ela é desencadeada por momentos de tensões emocionais elevadas. 

Um estudo publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos sobre o tema aponta que períodos de muito estresse e ansiedade podem alterar o pH estomacal e aumentar a produção de substâncias como histamina, gastrina e acetilcolina, que estimulam a secreção ácida. 

Em excesso, o ácido agride a mucosa, mesmo sem inflamar, e pode reduzir a irrigação sanguínea no estômago, deixando-a mais sensível e propensa a reações adversas.

Além disso, esse desequilíbrio afeta a motilidade gástrica, ou seja, a capacidade do órgão de se contrair e liberar os alimentos de forma adequada.

Diferença entre a gastrite clássica e a nervosa

Enquanto a nervosa se caracteriza por alterações funcionais, sem lesões visíveis, a forma tradicional envolve inflamação local e está associada a infecções bacterianas, uso frequente de anti-inflamatórios, tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas. 

Essas questões prejudicam diretamente a proteção da região, conforme explica a Associação Bahiana de Medicina (ABM).

Mesmo com sintomas semelhantes, as origens e tratamentos se diferem. Por isso, é importante realizar uma avaliação profissional com um gastroenterologista para confirmação e definição do melhor caminho terapêutico.

Sintomas da gastrite nervosa

Episódios de dispepsia funcional provocam desconfortos que se intensificam principalmente após os momentos de estresse ou durante períodos prolongados de ansiedade, reforça a ABM. Entre os principais estão:

• dores e/ou queimação na parte superior do abdômen;
• azia, especialmente quando há refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago;
• sensação de estômago cheio;
• náuseas, vômitos e perda de apetite (em alguns casos).

Ao notá-los, é indispensável procurar suporte médico imediato para iniciar intervenções e evitar complicações, como uma forma mais aguda da condição que pode evoluir para lesões.

Como é feito o diagnóstico 

A identificação da gastrite nervosa é dada pela análise clínica, com base nos relatos do paciente e na exclusão de quadros inflamatórios, infecciosos ou estruturais.

Por isso, é comum a solicitação de exames como a endoscopia digestiva alta para investigar a mucosa e observar se há alterações na superfície gástrica que indicariam outras condições. Caso contrário, sobretudo diante de um histórico de eventos emocionais, o médico pode concluir o diagnóstico.

Com o Cartão dr.consulta, é possível ter acesso facilitado a consultas, exames e tratamentos com melhores preços. A adesão oferece diversas vantagens para um monitoramento detalhado e cuidados com o bem-estar.

Tratamento e prevenção da gastrite nervosa

Medicações com efeito protetor da mucosa e redutor de acidez podem ser utilizadas, principalmente em momentos de crise, mas apenas sob orientação profissional.

No entanto, cuidar da saúde emocional é um dos pilares mais importantes no controle da enfermidade. Reconhecer fatores que geram tensão no cotidiano e buscar formas para lidar com eles pode reduzir significativamente as manifestações gástricas.

Conforme orientação do Ministério da Saúde, o acompanhamento com profissionais de Psicologia e Psiquiatria pode ser um aliado para construir caminhos personalizados de manejo.

Outras medidas importantes no cuidado e prevenção da gastrite nervosa são:

• manter uma alimentação equilibrada, evitando substâncias ácidas ou irritantes como cafeína, bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados;
• criar uma rotina que respeita horários de refeição;
• mastigar bem os alimentos;
• praticar exercícios físicos regularmente para ajudar com o estresse e saúde geral;
• priorizar boas noites de sono, que contribuem tanto com o bem-estar do sistema digestivo quanto com a redução de fatores como a ansiedade. 

Adotar um estilo de vida saudável, com foco na saúde mental e bons hábitos alimentares é considerado eficaz para evitar desconfortos frequentes. E, com apoio multidisciplinar, é possível preservar o estômago mesmo diante das pressões do dia a dia.

Fontes:

• Associação Bahiana de Medicina;
• Ministério da Saúde;
• Biblioteca Nacional de Medicina (EUA).