6 condições que o mapeamento de retina ajuda a identificar
Simples, rápido e indolor, o mapeamento de retina é um procedimento oftalmológico fundamental na rotina de cuidados, muitas vezes detectando questões antes mesmo de surgirem sintomas.
Ele permite que o médico observe com detalhes a parte interna do órgão (como os vasos sanguíneos e o nervo óptico) e identifique precocemente condições oculares relacionadas ao diabetes, à pressão alta e a outras situações de saúde. E ainda pode indicar sinais de alterações sistêmicas (que afetam o corpo como um todo).
Como funciona o mapeamento de retina
Também conhecido como exame de fundo de olho, é realizado com a aplicação de colírios que dilatam a pupila para que o oftalmologista, utilizando luzes e lentes especiais, consiga analisar as estruturas.
Dura entre 5 e 10 minutos (de cada lado) e não exige internação. A visão pode ficar embaçada temporariamente, assim, recomenda-se o uso de óculos escuros.
O que o mapeamento pode detectar
É útil para diagnosticar uma ampla variedade de enfermidades, incluindo:
- retinopatia diabética e hipertensiva;
- descolamento de retina;
- degeneração de mácula relacionada à idade;
- retinoblastoma;
- glaucoma.
1. Retinopatia diabética e hipertensiva
O diabetes pode causar alterações nos vasos sanguíneos da região, fazendo com que cresçam frágeis ou tenham pequenos vazamentos, afetando a qualidade da vista. Tendem a evoluir com o tempo, principalmente se a glicemia não estiver bem controlada.
Hipertensão arterial é outra patologia que age de forma similar, gerando desde mudanças discretas no calibre até manifestações mais intensas, como hemorragias ou inchaço no nervo óptico.
Mas o teste propicia encontrá-las ainda nas fases iniciais para manejo e acompanhamento, evitando perdas significativas de visão, bem como complicações em outros órgãos vitais.
2. Descolamento de retina
Essa condição ocorre quando a retina se desprende da parede interna do olho, prejudicando o envio de imagens ao cérebro. Pode estar relacionada ao envelhecimento, à miopia alta ou a impactos físicos.
Um mapeamento permite visualizar com precisão as rupturas ou áreas em risco de descolamento, antes mesmo que a pessoa perceba os sintomas, como flashes de luz ou sensação de sombra. O diagnóstico precoce aumenta as chances de abordagens eficazes.

3. Degeneração da mácula relacionada à idade
Com o avanço da idade, modificações na mácula (responsável pelos detalhes na hora de enxergar) são comuns, o que pode dificultar a leitura, o reconhecimento de rostos e outras atividades do dia a dia. Assim, o procedimento aponta sinais e monitora seu desenvolvimento.
4. Retinoblastoma
Trata-se de uma enfermidade rara que afeta principalmente crianças pequenas e é caracterizada por mutações celulares que levam ao aparecimento de uma massa, comprometendo a capacidade de ver e a saúde geral se não for tratada.
Quando o exame identifica a presença de leucocoria (reflexo branco na pupila) ou desse volume anormal logo no início, as probabilidades de cura ampliam significativamente, explica um estudo da Revista Eletrônica Acervo Médico.
5. Glaucoma
Provoca danos progressivos no nervo óptico – que é a estrutura que leva as imagens captadas pelos olhos até o cérebro.
Embora o mapeamento de retina não substitua outros testes específicos, ele facilita a observação do aspecto dessa região, indícios de desgaste ou deformação que contribuem para o diagnóstico. Inclusive, pode ser incluído na rotina de check-ups de indivíduos com riscos maiores.
Porém, em casos de glaucoma de ângulo fechado, o uso de colírios dilatadores deve ser feito com cautela e avaliação prévia do médico, pois pode disparar subitamente a pressão intraocular.

Para quem o exame é indicado
As recomendações do Manual de Ajuste de Conduta 2024, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, são de que ele seja utilizado de forma complementar, principalmente para:
- enfermidades da retina, como retinopatia diabética e degeneração;
- miopia alta (graus elevados aumentam as chances de alterações);
- neuropatias ópticas;
- cirurgias como catarata, refrativa ou no próprio local;
- traumas oculares;
- presença de “moscas volantes” ou flashes de luz na visão;
- histórico familiar de descolamento;
- questões neurológicas, como papiledema (inchaço do nervo óptico).
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Preparo e cuidados
No dia marcado, é importante suspender a colocação de lentes de contato, levar um acompanhante e também o documento de solicitação do profissional. Logo após, as orientações são:
- evitar exposição direta ao sol por 4 a 6 horas;
- não dirigir por esse mesmo período;
- ficar de óculos escuros para maior conforto visual.
Apesar do mapeamento de retina ser simples e comum, tem grandes impactos na saúde ocular. Ao permitir a identificação precoce de modificações importantes nos olhos, ele se torna um aliado essencial da prevenção.
Fontes:
- Conselho Brasileiro de Oftalmologia – Manual de Ajuste de Conduta 2024;
- Revista Eletrônica Acervo Médico;
- Revista Brasileira de Oftalmopediatria – Glaucoma de ângulo fechado devido a síndrome de íris em platô;
- Revista Brasileira de Oftalmopediatria – Mapeamento de retina nas interconsultas oftalmológicas: um estudo transversal e epidemiológico em um hospital de referência do estado de São Paulo;
- Revista Brasileira de Oftalmopediatria – Perfil epidemiológico do paciente submetido ao mutirão de catarata.
[…] é que, a partir dos 6 meses, o bebê realize o exame oftalmológico completo, que consiste na avaliação da retina e do fundo do olho e verifica a existência de lesões ou condições da região […]
[…] fundo de olho, que verifica o nervo óptico e os vasos sanguíneos. […]
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