8 dicas de saúde para a volta às aulas

O período de retorno às atividades escolares pode ser muito divertido, mas não se pode subestimar o impacto desse momento à saúde e à vida familiar.
A mudança de rotina e a presença de agentes infecciosos facilmente transmissíveis são fatores que impactam diretamente o sistema imunológico de todos que têm contato com o ambiente escolar.
Por isso, é importante estar atento a boas práticas e cuidados para alunos, familiares e profissionais de educação..
Como manter a saúde protegida no período de volta às aulas
1. Fazer um check-up
Manter uma rotina de consultas com profissionais de saúde é importante para saber se o funcionamento do corpo da criança e do adolescente está de acordo com o esperado.
O(A) pediatra, por exemplo, é o(a) médico(a) que acompanha o crescimento e o desenvolvimento da criança desde o nascimento até a adolescência.
É esse especialista que saberá solicitar quais exames de check-up devem ser realizados e avaliar como está a saúde dos pequenos pacientes.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que os bebês sejam levados ao pediatra mensalmente até os 6 meses de vida e, bimestralmente, até os 12 meses.
No 1º e 2º anos de vida, inclusive, a recomendação é a de que as consultas sejam trimestrais. De 2 a 5 anos podem ser semestrais. A partir dos 6 anos as consultas devem ser realizadas anualmente até os 18 anos, quando entram na fase adulta.
2. Verificar se a criança ou o adolescente está enxergando bem
A leitura e muitos métodos de ensino necessitam de interações visuais. Entretanto, caso exista alguma dificuldade da criança ou do adolescente em enxergar o que está escrito ou sendo exposto na tela, seu aprendizado pode ser prejudicado.
Por isso, a recomendação da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica é que, a partir dos 6 meses, o bebê realize o exame oftalmológico completo, que consiste na avaliação da retina e do fundo do olho e verifica a existência de lesões ou condições da região ocular.
O ideal é que as consultas aconteçam anualmente, justificada pelas mudanças durante o crescimento das crianças, que podem não perceber que estão com a visão prejudicada de alguma forma, inviabilizando o aprendizado no dia a dia.
Sabe-se, atualmente, que a identificação precoce das chamadas ametropias (miopias, hipermetropia e astigmatismo) é fundamental para a saúde ocular a longo prazo, explica o Jornal da USP.
É importante também estar atento a possíveis dificuldades de aprendizado, pois nem sempre eles estão relacionados ao desenvolvimento neurológico, mas sim à dificuldade de enxergar.
3. Cuidar da higiene bucal
A saúde da boca também deve ser um ponto de atenção na volta às aulas. Este é um momento ideal para conversar sobre a higiene bucal: reforçar como deve ser a escovação correta, além do uso do fio dental.
O período também pode ser uma oportunidade para realizar um check-up odontológico e verificar como está a dentição da criança ou do adolescente, especialmente se o pequeno está na fase de troca de dentes ou tem sinalizado dores e sintomas de cáries.
Segundo o Guia de Saúde Oral Materno-infantil da SBP, é recomendado que o intervalo das consultas com o dentista, a partir dos 3 anos de idade, seja de aproximadamente 6 meses, não ultrapassando 1 ano.

4. Consultar o calendário de vacinação infantil
Esse é um compromisso social de proteção individual e comunitária. Por isso, antes do retorno às aulas, é fundamental verificar se crianças e adolescentes estão devidamente protegidos, especialmente contra condições que não permitem a imunização natural.
Sempre que possível, vale conferir o calendário de vacinação infantil e as orientações da Sociedade Brasileira de Imunizações para garantir que os jovens estejam em dia com os imunizantes e é importante estar atento às campanhas sazonais, que reforçam a proteção contra diversas enfermidades.
5. Avaliar o peso da mochila
Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), é fundamental que o peso da mochila não ultrapasse 10% do peso da criança. Além disso, recomenda-se:
- uso de mochila de rodinhas, caso não seja possível reduzir o volume carregado;
- ao optar por mochila de rodinhas, dar preferência por aquelas que possuem alças para as costas (para serem usadas em escadas);
- escolher mochilas com alças de, no mínimo, 4cm de largura, acolchoadas e reguláveis;
- não usar mochilas de alça única;
- organizar o material escolar para que seja carregado apenas o necessário para cada dia;
- escolher mochilas com divisórias na parte interior, colocando sempre os livros ou cadernos mais pesados na parte de trás, rente às costas;
- optar por mochilas com cinto abdominal para equilibrar o peso.
6. Investir em uma alimentação saudável
Garantir uma nutrição adequada nesse período é essencial para o desenvolvimento físico e mental, além de atuar como um fator preventivo contra diversas doenças.
O Brasil atravessa uma transição nutricional, com aumento nos índices de sobrepeso e obesidade, que estão superando os casos de desnutrição.
Esse cenário reflete uma dieta rica em alimentos ultraprocessados, com excesso de gorduras e açúcares e baixa qualidade nutricional, o que impacta negativamente a saúde e o desempenho escolar das crianças, explica um artigo brasileiro publicado no periódico Journal of Human Growth and Development.
Vale lembrar que o comportamento alimentar dos pais influencia diretamente o dos filhos. Uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes e verduras, não só promove um bom desempenho escolar, como também contribui para a formação de hábitos saudáveis que podem se estender até a vida adulta.

7. Cuidar da higiene do sono
É normal que durante o período de férias os jovens, principalmente, mudem um os horários de dormir e acordar. Mas quando as aulas voltam e a rotina retorna, essa readaptação pode não ser muito fácil.
A dica é começar a ajustar o horário de dormir gradualmente alguns dias antes da volta às aulas, cada dia um pouco mais cedo, mantendo uma rotina consistente para os horários de acordar e das refeições. Mudanças drásticas devem ser evitadas.
Lembrando que o sono é essencial para o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo e, mais que isso, a qualidade do descanso é fundamental.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que crianças de 3 a 5 anos devem dormir, pelo menos, de 10 a 13 horas, enquanto as de 6 a 13 anos, de 9 a 11 horas. Já os adolescentes a partir de 14 anos até a fase adulta devem dormir de 8 a 10h por dia.
8. Oferecer apoio emocional
Retornar às aulas pode gerar estresse e ansiedade por diversos motivos. Seja a mudança de escola, rotina, turma, amigos e até por medo da separação dos responsáveis depois de um tempo.
Por esse motivo, dar apoio emocional para que a criança e o adolescente não se sintam desamparados é muito importante.
Conversar, participar da escolha do material escolar, falar coisas positivas e incentivadoras sobre esse momento podem funcionar para amenizar as emoções ansiosas.
Buscar a orientação de psicólogos – seja para o jovem ou mesmo para os pais e responsáveis – pode ajudar nesse processo, especialmente em casos de transtornos do espectro autista, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), ansiedade e depressão.
Com o Cartão dr. consulta é possível ter acesso a diferentes especialistas, além de valores especiais em exames.
A criança também pode fazer parte do programa Crescendo Saudável, no qual os pais e/ou os responsáveis podem tirar dúvidas e receber suporte e orientações sobre hábitos saudáveis via WhatsApp com um time multidisciplinar e consultas on-line de enfermagem.

Fontes: