Entenda a tenossinovite, inflamação que afeta os tendões

Os tendões são como cordas fibrosas que conectam os músculos aos ossos em diferentes partes do corpo, como dedos, punhos, cotovelos, joelhos, calcanhares e ombros. 

Quando há desconfortos nesses pontos, uma das patologias que pode estar envolvida é a tenossinovite, alteração que merece atenção por impactar diretamente na movimentação natural.

Definição de tenossinovite e sintomas

É considerada uma condição reumática, classificada como um subtipo de tendinite, como aponta a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). 

Caracteriza-se pela inflamação da chamada bainha sinovial, tecido que envolve alguns tendões e é responsável por manter a região lubrificada e estável, reduzindo atritos.

Qualquer área em que essa estrutura esteja presente pode ficar inflamada, mas as mais vulneráveis são os punhos, mãos e pés.

Os sintomas mais comuns são:

• dor localizada, muitas vezes mais intensa à noite;
• rigidez articular;
• inchaço;
• dificuldade para realizar movimentos simples.

Em situações mais graves, pode surgir contratura, ou seja, o encurtamento permanente da estrutura, levando a deformidades e à perda de mobilidade, segundo artigo sobre o tema publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.

Por isso, a avaliação médica do reumatologista é fundamental para diagnóstico precoce e tratamentos adequados.

Principais causas da tenossinovite

Embora existam casos em que as origens são desconhecidas, as inflamações costumam ser divididas em dois grupos principais: infecciosas e não infecciosas.

Tenossinovite infecciosa

Ocorre quando microrganismos têm acesso à bainha sinovial, geralmente após ferimentos, mordidas de animais ou até pela disseminação de infecções em outras partes do corpo. 

Bactérias como Staphylococcus aureus, MRSA e Streptococcus beta-hemolítico são algumas das agentes infecciosas mais comuns.

Tenossinovite não infecciosa

Pode ter forte relação com condições autoimunes, sobretudo a artrite reumatoide. Cerca de 87% das pessoas com a enfermidade apresentam sinais de tenossinovite, ainda de acordo com a biblioteca de medicina norte-americana. A psoríase também aparece como fator associado.

No entanto, grande parte das vezes a causa está ligada a movimentos repetitivos. Passar horas no computador, realizar tarefas manuais, esportivas ou profissionais que exigem esforço contínuo pode provocar a irritação da bainha.

Alguns exemplos específicos incluem:

• tenossinovite de Quervain: afeta estruturas do punho que se estendem em direção ao polegar. É frequente em pessoas que praticam, recorrentemente, atividades como jardinagem, costura e limpeza. Pode se manifestar também durante os primeiros cuidados com recém-nascidos, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão;
• tenossinovite estenosante (dedo em gatilho): atinge os tendões flexores dos dedos, levando a dificuldade para dobrar e estender. A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia aponta maior incidência em mulheres, especialmente durante gestação, puerpério e menopausa. 

Diagnóstico e tratamentos

A confirmação tende a ser baseada em histórico clínico detalhado e exame físico. Radiografias podem auxiliar a descartar eventuais alterações ósseas.

Além disso, o reumatologista pode solicitar ultrassonografia ou ressonância magnética, uma vez que os exames permitem visualizar a inflamação, o grau de comprometimento e a localização precisa. 

Testes laboratoriais também podem ser necessários quando há suspeitas de condições associadas, como diabetes ou artrite.

As abordagens terapêuticas variam de acordo com a causa. Entre as opções mais utilizadas, conforme a SBR, estão:

• repouso articular;
• uso de talas (splints) para imobilização temporária;
• aplicação de compressas quentes;
• prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais;
• fisioterapia, com foco na recuperação de movimentos e prevenção de recidivas;
• administração de corticosteroides (em casos mais intensos) ou antibióticos quando há infecção confirmada;
• cirurgia (indicada apenas em situações específicas e raras).

É importante também interromper as atividades que possam estar sobrecarregando a estrutura e gerando inflamação.

O principal objetivo de qualquer intervenção é reduzir a dor e restaurar a funcionalidade, garantindo que o indivíduo possa retomá-las com mais segurança.  

Garantir a continuidade do tratamento também é uma medida importante para a recuperação. Nessas situações, o Cartão dr.consulta permite o acesso a diferentes especialistas, exames e tratamentos com valores mais vantajosos.

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Como prevenir a tenossinovite

Medidas simples do dia a dia podem diminuir o risco de desenvolvimento da tenossinovite e também evitar novos episódios, como:

• realizar alongamentos e exercícios de fortalecimento para manter músculos e tendões mais resistentes;
• adotar postura e posicionamentos adequados durante o trabalho, respeitando a ergonomia;
• fazer pausas regulares em atividades que exigem movimentos repetitivos;
• utilizar equipamentos de proteção em tarefas que envolvam esforço intenso ou impacto.

Adotar os cuidados na rotina e manter o acompanhamento médico periódico são passos cruciais para preservar a mobilidade e garantir mais qualidade de vida.

Fontes:

• Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos;
• Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão;
• Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
• Sociedade Brasileira de Reumatologia.