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Aguda? Crônica? O que você precisa saber sobre pancreatite

Na imagem é possível ver um homem branco de camisa também branca com as mãos sobre o abdômen como se sentisse dor. O rosto não aparece.

O pâncreas é uma glândula localizada atrás do estômago e, quando apresenta inflamação ela recebe nome de pancreatite.

Estudos mostram números preocupantes de incidência dessa condição no Brasil: são 15,9 casos da doença para cada 100 mil brasileiros por ano. 

Aproveite para entender a função do pâncreas no organismo, sua importância e os tipos de pancreatite que podem ser diagnosticados. 

Afinal, o que é pancreatite?

Antes de explicar o que é pancreatite, é válido saber quais são as duas funções principais do pâncreas: 

  1. Função endócrina: específica na produção dos hormônios insulina e glucagon. O primeiro é o responsável por baixar os níveis de glicose no sangue, enquanto que o segundo faz o efeito contrário, aumentando as concentrações do açúcar.
  1. Função exócrina: tem como objetivo contribuir com a digestão por meio de enzimas que chegam ao intestino. Essas substâncias também são chamadas de suco pancreático.

Os especialistas relatam que o pâncreas atua como “dois órgãos em um só”, o que destaca sua importância. 

A pancreatite é, então, uma inflamação no pâncreas que prejudica o bom funcionamento do órgão e que pode se apresentar de duas formas: aguda ou crônica.

Como descobrir se tenho?

O médico gastroenterologista, responsável por cuidar do sistema digestivo, é o mais adequado para diagnosticar esse quadro. 

Em um primeiro momento, o profissional explorará os sintomas descritos pelo paciente, que podem variar se a condição for aguda ou crônica. 

Também poderá fazer algumas perguntas a respeito do estilo de vida, como alimentação e consumo de bebidas alcoólicas. 

Em seguida, ele pode solicitar os exames laboratoriais de sangue para verificar as concentrações das enzimas lipase e amilase, as quais estão relacionadas à inflamação no pâncreas.

Outro procedimento comum é a realização da ultrassonografia do abdômen, que torna possível visualizar a glândula e verificar sinais de lesões. Para esse objetivo, o médico também pode prescrever mais exames de imagem, como a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada, a depender do estado de saúde do paciente. 

A partir dessa investigação, normalmente é possível chegar ao diagnóstico de pancreatite. 

Conhecer os sinais e sintomas que o corpo demonstra é importante para saber quando há algo fora do normal e quando é necessário procurar ajuda médica. 

O que mais leva a esse diagnóstico?

Entre alguns fatores que podem contribuir para a inflamação do pâncreas em homens e mulheres estão:

  1. Consumo abusivo de bebidas alcoólicas.
  2. Uso de determinados medicamentos, principalmente sem o acompanhamento médico.
  3. Infecções virais.
  4. Cálculos biliares, conhecidos popularmente como “pedras na vesícula”.
  5. Tabagismo.
  6. Histórico familiar de pancreatite.
  7. Alta concentração de triglicérides (gordura) no sangue.
  8. Câncer de pâncreas;
  9. Fibrose cística.
  10. Níveis elevados de cálcio no organismo.
  11. Lesões ou traumas recentes no pâncreas.

Redobre a atenção se identificar uma ou mais dessas situações ou se já tiver histórico, sintomas ou uma dessas doenças.

Tipificações

A pancreatite pode ser aguda ou crônica e apresenta um conjunto de sintomas e características específicas. 

Pancreatite aguda

O início é repentino e pode desaparecer nos primeiros dias de tratamento. Na maioria das vezes a pancreatite aguda é causada pelo alcoolismo ou por pedras na vesícula

É importante saber que o pâncreas e a vesícula biliar se ligam por meio de um duto. Por isso, o que afeta uma estrutura gera impactos na outra. 

Sintomas

Pacientes com pancreatite aguda costumam sentir dor na parte superior do abdômen – que pode irradiar para as costas. Esse é o principal sintoma da doença e precisa ser investigado com seriedade.

Além desse, outros sinais podem ser observados como: 

Tratamento

O tratamento requer internação, pois é necessário realizar uma hidratação intravenosa e permanecer em jejum, a fim de fazer com que o pâncreas “descanse” e possa se recuperar da inflamação.

Não há nenhum medicamento específico para tratar a doença. O gastroenterologista pode prescrever analgésicos para aliviar as dores e antibióticos para evitar infecções secundárias.

Assim, o ideal é o repouso e o acompanhamento médico. 

A pancreatite aguda reincide?

Sim, a pancreatite aguda pode voltar, principalmente em pacientes com hábitos nocivos à saúde como ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e o consumo de alimentos gordurosos.

Imagem ilustrativa (iStock)

Pancreatite crônica

Nesse caso a inflamação se instala de forma duradoura no pâncreas e os sintomas evoluem com o tempo. As principais causas envolvem a fibrose cística e doenças autoimunes.

O maior risco está no fato de que a doença pode deixar cicatrizes no pâncreas, prejudicando as funções básicas da glândula. Se isso acontecer, consequentemente, o paciente não terá uma boa digestão e pode desenvolver diabetes

Sintomas 

A pancreatite crônica apresenta os seguintes sinais de alerta:

Tratamento 

Assim como no tipo agudo, o pâncreas deve ficar em repouso e, quando necessário, o paciente recebe analgésicos para a dor. 

Em situações de maior gravidade o médico pode indicar ainda a pancreatectomia, que é a retirada parcial ou total do órgão, depois de avaliar todas as consequências da doença. 

Possíveis complicações da forma crônica

A inflamação crônica do pâncreas pode deixar sequelas. Uma delas é a diabetes, gerada pela pouca produção de insulina ou a resistência do organismo a esse hormônio.

Além dessa, a má digestão, a subnutrição e até mesmo o câncer de pâncreas, com o aparecimento de tumores malignos na glândula, podem ser consequências da pancreatite crônica. 

A pancreatite tem cura?

Sim, quando tratada adequadamente a pancreatite tem cura. Portanto, é essencial procurar atendimento médico logo que os primeiros sintomas aparecerem.  

Após receber o diagnóstico, cumpra as indicações médicas. Continue se cuidando a longo prazo e reduza hábitos que podem ser prejudiciais e que incentivem o retorno da doença. 

Também é interessante ter o auxílio de um nutricionista para ajudar em uma reeducação alimentar. Dessa forma, você não sobrecarregará o pâncreas com alimentos gordurosos ou cheios de açúcar, por exemplo. 

Prevenir é sempre melhor do que tratar

Imagem ilustrativa (iStock)

Como em qualquer doença, é melhor prevenir a pancreatite do que lidar com ela. Então, vamos mostrar o que você pode fazer para cuidar melhor do seu pâncreas:

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Fontes:

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