Cravos na pele são comuns, mas têm solução. Saiba como prevenir

A presença de cravos na pele é uma queixa frequente em consultórios e exige cuidados consistentes para não evoluir para quadros de acne inflamatória.

Embora a adolescência seja uma das fases em que eles mais ocorrem, eles podem aparecer em todas as idades e estão associados a diversos fatores, como hormônios, oleosidade, higiene inadequada, hábitos de vida e até mesmo alimentação. 

O que explica a formação de cravos na pele

Eles acontecem quando os poros ficam obstruídos por sebo (óleo natural produzido pelas glândulas sebáceas), material que  tem a função de lubrificar e proteger a pele, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Porém, quando se acumula em excesso dentro dos folículos pilosos, dá origem ao chamado comedão, conhecido popularmente como cravo na pele. Existem dois tipos principais:

• abertos (pretos): em que a abertura dos poros fica dilatada. A cor escura se deve pela oxidação do material acumulado, em contato com o ar;
• fechados (brancos): cobertos por uma fina camada de pele, permanecem claros por não estarem expostos ao ambiente.

É importante ressaltar que a presença de cravos na pele representa uma forma inicial de acne, podendo evoluir para pápulas, pústulas, nódulos ou cistos. 

Essa conexão reforça a importância de não negligenciar a condição e visitar um profissional especializado. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), quanto mais cedo for iniciado o tratamento, menores as chances de desenvolvimento de cicatrizes permanentes. 

Diferença dos cravos para espinhas e filamentos sebáceos

Enquanto o comedão consiste na obstrução dos poros, as espinhas são uma evolução inflamatória da lesão, sendo caracterizada pela presença de bactérias, que se proliferam no local. 

Já os filamentos sebáceos são estruturas naturais que ajudam a transportar óleo para a superfície; ou seja, não são acne e não precisam ser removidos, embora possam se tornar mais visíveis em pessoas com pele oleosa.

Na presença dessas ou outras variações cutâneas, contar com um serviço de assinatura em saúde como o Cartão dr.consulta assegura acompanhamento contínuo e acessível para o diagnóstico correto do quadro dermatológico. 

O benefício conecta pacientes a consultas com especialistas, exames e uma trilha personalizada, oferecendo conveniência e suporte em cada etapa do tratamento.

Fatores que favorecem o aparecimento de cravos na pele

Diversos agentes contribuem para o entupimento dos poros, incluindo:

1. produção excessiva de sebo;
2. alterações hormonais (em mulheres);
3. hábitos de higiene e cuidados inadequados;
4. estresse e influências ambientais.

1. Produção excessiva de sebo

Na adolescência, os níveis de hormônio aumentam, principalmente os andrógenos, que estimulam a atividade das glândulas sebáceas.

Isso explica o fato de cravos na pele serem tão frequentes nessa fase da vida. No entanto, a condição também se manifesta em adultos, inclusive após os 40 anos.

2. Alterações hormonais (em mulheres)

Flutuações relacionadas ao ciclo menstrual, ao uso ou suspensão de anticoncepcionais e à menopausa estão entre os gatilhos de aumento da oleosidade. 

Nessas situações, o suporte profissional garante avaliação precisa da saúde hormonal e ginecológica, bem como definição de intervenções propícias.

3. Hábitos de higiene e cuidados inadequados

A limpeza excessiva ou agressiva, assim como o uso de sabonetes incorretos, leva ao ressecamento e ao chamado efeito rebote: a pele responde produzindo ainda mais óleo. Já a ausência total de higiene favorece o acúmulo de resíduos, maquiagem e poluição.

4. Estresse e influências ambientais

O estresse aumenta a liberação de hormônios que estimulam o sebo. Além disso, a exposição solar sem proteção e o contato frequente com substâncias gordurosas contribuem para a piora do quadro.

Como evitar o surgimento de cravos na pele

A prevenção está diretamente ligada à rotina de beleza e à adoção de práticas saudáveis. Algumas recomendações têm destaque nas orientações da SBD:

• higienização com produtos apropriados: a pele oleosa ou mista se beneficia com ingredientes adstringentes, enquanto a normal ou seca responde melhor a fórmulas suaves e com pH neutro;
• hidratação regular (mesmo em casos de muita oleosidade): o uso de dermocosméticos sem óleo ou em gel ajudam a manter a barreira de proteção cutânea sem intensificar o aspecto, assim como a ingestão de água e dieta equilibrada;
• proteção solar:essencial para controlar a neutralidade da derme e evitar o envelhecimento precoce. O uso de protetor solar com FPS a partir de 30 deve ser diário, inclusive em dias nublados. Quem tem tendência à acne deve optar pelos não comedogênicos (compostos que não geram obstrução dos poros);
• não espremer cravos: a prática pode empurrar os resíduos e bactérias para camadas mais profundas, gerando inflamação, espinhas e até cicatrizes. 

Especialistas podem orientar limpezas de pele profissionais, peelings químicos, microdermoabrasão ou tratamentos com laser e luz. 

A SBD ressalta que esses recursos complementam os cuidados, mas devem sempre ser realizados sob supervisão médica. 

Tratamentos dermatológicos disponíveis

As opções variam conforme a gravidade do quadro, podendo incluir:

• produtos tópicos, como retinoides, ácido salicílico, ácido azelaico e peróxido de benzoíla, que ajudam a desobstruir os poros;
• antibióticos tópicos ou orais, recomendados em casos de acne inflamada para diminuir a proliferação bacteriana;
• terapias hormonais, com anticoncepcionais ou medicamentos antiandrógenos quando há desequilíbrios endócrinos;
• isotretinoína oral, indicada apenas para situações graves ou resistentes. Exige acompanhamento rigoroso, exames periódicos e contracepção obrigatória durante o uso.

Lembrando que a avaliação médica é essencial sempre que há persistência dos cravos na pele, inflamações frequentes ou impacto estético e emocional.  

O tratamento correto restaura e preserva a saúde cutânea, com resultados duradouros e melhora significativa na textura, aparência e autoconfiança.

Fontes: 

• Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica;
• Sociedade Brasileira de Dermatologia;
• Sociedade Brasileira de Dermatologia;
• Sociedade Brasileira de Dermatologia.