Qualquer desconforto na região do tórax precisa ser considerado e isso não é diferente quando sentimos uma pontada no peito.
Esse sintoma pode ser causado por motivos naturais e não preocupantes, mas também estar relacionado a alguma patologia cardiovascular.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) cerca de 14 milhões de brasileiros enfrentam algum quadro no coração e nos vasos sanguíneos. Isso demonstra que, em todo caso, o ideal é sempre consultar com profissional médico ao sentir incômodos.
Te explicaremos com mais detalhes sobre os motivos da pontada no peito e quando a ajuda médica se torna necessária.
É normal sentir pontada nesta região?
Não é normal sentir nenhum tipo de dor, já que ela indica que algo não está correto no organismo. Portanto, as fisgadas no peito precisam ser analisadas por um médico cardiologista.
É importante lembrar que a pontada no tórax é só uma das formas de dores que acometem a região.
Principais causas
Não são apenas diagnósticos cardiovasculares que geram dores no tórax. Ansiedade, refluxo, gases e distúrbios pulmonares também podem ser atreladas a isso.
Conheça as principais causas que podem envolver, ou não, patologias no coração:
1. Infarto
A primeira coisa que costumamos pensar é no infarto, também chamado popularmente de “ataque do coração”.
Trata-se de uma questão cardíaca muito conhecida entre as pessoas e, segundo o Ministério da Saúde, afeta cerca de 300 a 400 mil brasileiros por ano. Essa condição se caracteriza pela interrupção do fluxo sanguíneo causado por placas de gordura nas veias e artérias.
Consequentemente, o coração não recebe a quantidade adequada de oxigênio, ocasionando a morte do tecido cardíaco.
Apesar da pontada no peito ser sinal para diversos quadros cardíacos, no caso de possível infarto existem algumas características específicas como dor do tipo pressão, que se estende para o braço esquerdo e queixo.
A irradiação para mandíbula, membro superior direito, ombros e região onde se localiza o estômago também pode acontecer. Os sintomas associados incluem falta de ar, transpiração intensa, fraqueza e ansiedade.
2. Ansiedade
Corpo e mente estão interligados e isso fica bem visível quando pensamos nas crises de ansiedade. Nesses casos, o paciente pode perceber as pontadas acompanhadas de outras sensações, como enjoos, tremores, suor frio, falta de ar, dores de cabeça e sensação de coração acelerado.
Além disso, pode ocorrer distúrbios do sono, sensação de desmaio, preocupação excessiva e dificuldade de concentração.
Vale lembrar que a preocupação está presente em vários momentos de nossas vidas, motivada por situações rotineiras na qual o corpo se prepara para lidar com algo que entende ser como “perigo” ou “ameaça”– uma apresentação na faculdade, por exemplo.
No entanto, quando é muito frequente e intensa acaba dificultando a vida cotidiana, tornando-se um quadro de saúde mental.
É nesse momento que procurar ajuda médica é importante. Caso você tenha crises, não deixe de procurar ajuda de profissionais, como um psicológo.
Caso seja necessário o uso de medicamentos no tratamento da ansiedade, o psiquiatra é o especialista que deve ser procurado.
3. Quadros pulmonares
A pontada, entre outros desconfortos no peito, pode representar distúrbios pulmonares, uma vez que os pulmões também se situam no tórax. Um exemplo é a pneumonia, quando o órgão é infectado por vírus, bactérias ou fungos.
Nesse processo o paciente pode apresentar dor no peito com pontadas que se estendem até as costas e dificuldade para respirar. Além de apresentar sintomas como febre, calafrios, tosse (com ou sem muco), mal-estar geral e batimentos cardíacos acelerados.
Outra condição que afeta os pulmões é a embolia pulmonar, gerada quando um vaso sanguíneo que alimenta esses órgãos fica obstruído por um coágulo. Além da dor no peito, sinais como tosse constante, suor frio, pele pálida ou azulada e ritmo cardíaco desregulado também são notados.
Ambas as enfermidades precisam de suporte do médico pneumologista rapidamente. No caso da embolia pulmonar, especificamente, o atendimento emergencial deverá ser realizado no hospital.
4. Inflamação na vesícula
A vesícula é um pequeno órgão que armazena a bile (substância produzida pelo fígado e que ajuda na digestão). Quando essa estrutura fica inflamada e/ou com cálculos (as famosas “pedras”), as pontadas aparecem.
Os desconfortos começam na parte superior e direita do abdômen e irradiam para o tórax e costelas. Também estão presentes as náuseas, vômitos, febre e indigestão.
5. Lesões musculares na região torácica
Você já foi vítima de um acidente que impactou a região do tórax? Teve alguma virose que te causou muita tosse? Esses são exemplos de lesões e estresses musculares que podem desencadear dores no peito.
Portanto, quando sentir a dor, avalie essas possíveis condições, mas não deixe de buscar o acompanhamento de um profissional reumatologista ou pneumologista.
6. Outras condições cardíacas
Não é só o infarto que gera dor no peito.
A angina, por exemplo, é uma condição caracterizada por pressão, peso ou aperto no peito, precipitada pelo esforço e aliviada pelo repouso. Ela indica o bloqueio das artérias e veias e sinaliza que o coração não está sendo irrigado suficientemente por sangue.
Já a pericardite é uma inflamação na membrana que envolve o coração, o pericárdio. As causas são as infecções virais ou até sequelas do infarto. Com ela, chega uma dor intensa e súbita, fraqueza, falta de ar e febre.
Enquanto isso, a insuficiência cardíaca mostra que o coração não está com força suficiente para bombear o sangue. A dor torácica também está presente, assim como a perda de apetite e de peso não intencional, cansaço, tosse e intolerância ao exercício físico.
Como você percebeu, os fatores que podem gerar essa dor no peito são vários. Portanto, lembre-se que o aliado para o diagnóstico e tratamento é o médico!
Quando preciso me preocupar?
Preocupe-se quando a dor se espalhar pelo braço, mandíbula e costas, quando não apresentar melhora após repouso e em situações de muito cansaço, náuseas e falta de ar.
Fatores de risco
Algumas pessoas estão mais sujeitas a sentir desconforto na região torácica por vivenciarem maiores riscos.
No entanto, mesmo sem desconforto, é importante fazer check-ups periódicos com o cardiologista. Principalmente na presença das seguintes condições:
1. Hipertensão
Trata-se da situação em que o coração precisa se esforçar muito para bombear o sangue em razão do bloqueio das artérias. Assim, a pressão arterial fica elevada, igual ou maior do que o indicado – 13/8 mm/Hg, segundo a nova diretriz SBC.
É preciso ficar de olho porque a hipertensão está associada ao infarto e insuficiência cardíaca.
2. Estresse
Você está sempre preocupado, angustiado e ansioso? Cuidado: o coração sente isso!
Esses desconfortos mentais conseguem elevar os níveis do hormônio cortisol (chamado de “hormônio do estresse”), que aumenta a pressão arterial, os espasmos das artérias e o ritmo cardíaco.
3. Diabetes
A diabetes é um fator que pode contribuir para o desenvolvimento de diagnósticos cardiovasculares, uma vez que o nível elevado de açúcar no organismo afeta as paredes dos vasos sanguíneos, aumentando a possibilidade de acúmulo de gordura e diminuindo o fluxo de sangue para o corpo.
4. Má alimentação
Consumir muitos alimentos gordurosos, salgados e adocicados não é nada bom para o coração, pois esse hábito aumenta os níveis de colesterol e glicose na corrente sanguínea, gerando dislipidemias e diabetes.
Portanto, prefira comer alimentos naturais, como frutas, verduras, legumes, grãos, carboidratos de boa qualidade e carnes magras. Tenha ainda o auxílio de um profissional da nutrição para te guiar na reeducação alimentar.
5. Sedentarismo
O sedentarismo pode ter impacto na saúde cardiovascular por ser fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão. Além de ser um motivo possível para o ganho de peso excessivo e não saudável.
6. Obesidade
A obesidade gera um estado crônico de inflamação no organismo, prejudicando todos os órgãos. Portanto, pessoas obesas precisam cuidar ainda mais da saúde cardiovascular e manter visitas periódicas com o cardiologista.
Como é a dor do infarto?
O infarto não se assemelha a uma pontada no peito. Na verdade, a dor é como uma pressão, parecendo que algo está te esmagando.
O desconforto se estende para o braço esquerdo, pescoço e mandíbula, podendo ter, também, desconforto nas costas e no estômago.
Outros sintomas estão associados: náuseas, muito cansaço, palidez, suor frio, dificuldade para respirar e sensação de queimação (como uma azia).
Fique atento a esses sinais!. É fundamental procurar ajuda médica rapidamente quando suspeitar de infarto.
Existe diferença entre pontada e fisgada?
Sim, existem alguns detalhes que diferenciam esses dois tipos.
No primeiro caso, são dores súbitas com uma percepção de que o coração está batendo mais rapidamente. No caso das fisgadas, a duração da dor é maior e pode haver a sensação de alongamento do músculo.
Senti pontadas no tórax: o que eu faço?
Caso sejam apenas pontadas esporádicas, analise o que você está vivenciando: lidou com uma situação de estresse? Tente respirar fundo e se acalmar. As dores podem passar.
Percebeu tosse, fraqueza e desconforto no abdômen? Entre em contato com o médico e veja o horário mais próximo que ele possa te receber.
Às vezes, você estará com uma condição simples, mas é sempre válido ter o diagnóstico do especialista. Afinal, prevenir é melhor do que remediar!
Exames possíveis
Seja em emergências ou em uma consulta normal, o médico cardiologista fará um exame físico e solicitará alguns outros procedimentos, como eletrocardiograma, ecocardiograma e raio-x do tórax. Eles permitem verificar as estruturas do coração e como ele está funcionando.
Para cada caso, as prescrições serão diferentes. Com essas condutas, será possível chegar a um diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.
Saiba que no dr.consulta você pode realizar vários exames tanto nessa quanto em outras especialidades.
Tem como prevenir a pontada no peito?
Não é possível evitar a pontada no peito em si. Porém, existem formas de prevenir os quadros e complicações que causam essas dores no peito. Para isso, é essencial ter bons hábitos:
- manter uma alimentação saudável;
- praticar exercícios físicos;
- manter-se no peso ideal;
- não fumar;
- controlar a hipertensão ou diabetes;
- checar sempre os níveis de colesterol;
- descansar bem;
- evitar o estresse;
- cuidar da saúde mental.
Não pode ficar de fora dessa lista o acompanhamento periódico com o cardiologista e outros profissionais.
Como queremos te ver bem, lançamos o Cartão dr.consulta. Com ele, você e mais quatro dependentes pagam valores acessíveis para consultas e exames, além de tratamentos odontológicos perto de você.
Fontes:
- Ministério da Saúde
- Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
- Biblioteca Virtual em Saúde (Ministério da Saúde) – Pedra na vesícula
- Biblioteca Virtual em Saúde (Ministério da Saúde) – Emergências odontológicas em dor no peito
- Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) – Nova diretriz de hipertensão arterial
- Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH)
- SciElo
- Transtornos de ansiedade, estresse e depressão: conhecer e tratar
- Estatística Brasil