Quando se fala em diabetes, é comum vir à mente um tipo único de distúrbio metabólico. Entretanto, existem variações da condição, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
Os tipos de diabetes mais conhecidos são o tipo 1, o tipo 2 e a gestacional. Há também a diabetes latente autoimune do adulto (LADA) e a diabetes infantil.
Essa classificação está relacionada à origem do excesso de açúcar no sangue, aos sintomas, ao momento da vida do paciente em que a condição aparece e às formas de tratamento e de prevenção. A seguir, é possível ver o detalhamento das diferenças entre cada uma dessas variações.
Como diferenciar os tipos de diabetes?
Para responder à pergunta, é preciso entender o que é a diabetes mellitus. Segundo o National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Disease (NIDDK), parte da agência do departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, a condição pode ser definida pelos elevados níveis de glicose (um tipo de açúcar) no sangue.
Esse aumento ocorre pela falta ou pelo trabalho ineficiente da insulina, hormônio produzido por células específicas do pâncreas responsável pelo transporte e pela transformação do açúcar no sangue em energia.
No caso do tipo 1 e tipo 2, a diferença está nas causas que levam à elevação do açúcar no sangue:
- Diabetes tipo 1: ocorre pela interrupção da produção de insulina porque o sistema imunológico do paciente, por engano, ataca as próprias células sintetizadoras do hormônio. A origem é autoimune e, possivelmente, hereditária.
- Diabetes tipo 2: é mais comum em adultos e ocorre quando o organismo não produz insulina em quantidade suficiente ou seu uso é feito da maneira incorreta. Fatores como obesidade, sedentarismo, hipertensão, tabagismo e excesso de bebidas alcoólicas contribuem para o surgimento da condição. Já a diabetes gestacional e a infantil dizem respeito ao momento em que a condição aparece.
- Diabetes gestacional: ocorre quando a placenta produz substâncias que reduzem a ação da insulina. Como fatores de risco, a Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona idade acima de 35 anos, obesidade, histórico familiar, síndrome do ovário policístico, entre outros.
- Diabetes infantil: são casos de diabetes tipo 1 diagnosticados em crianças e adolescentes. Porém, de acordo com a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o diagnóstico do tipo 2 entre a população jovem vem aumentando.
É possível ter mais de um tipo de diabetes?
A diabetes latente autoimune do adulto (LADA), conforme explica a SBD, é uma variação na qual verifica-se uma reação imunológica em pacientes com tipo 2 contra as células produtoras de insulina – processo similar ao do tipo 1.
Outra variação da condição que apresenta aspectos tanto do tipo 1 quanto do tipo 2 é chamada de diabetes duplo ou híbrido.
Como mostra um estudo publicado no periódico Pan African Medical Journal, em 2020, essa expressão de diabetes é resultado da epidemia global de obesidade em crianças e adolescentes, pois o aumento de peso em pacientes jovens com diabetes tipo 1 leva à não metabolização (processo que ocorre no tipo 2) da insulina aplicada.
Sintomas de cada tipo não são iguais
Cada tipo de diabetes provoca reações que são parecidas, mas não necessariamente iguais. Nos casos do tipo 1, os sintomas são:
- fome frequente;
- sede constante;
- vontade de urinar diversas vezes ao dia;
- perda de peso;
- fraqueza;
- fadiga;
- mudanças de humor;
- náusea e vômito.
Os sintomas do tipo 2 incluem:
- fome frequente;
- sede constante;
- vontade de urinar diversas vezes ao dia;
- formigamento nos pés e nas mãos;
- infecções frequentes nos rins, bexigas e pele;
- feridas que demoram para cicatrizar;
- visão embaçada.
Em situações de diabetes gestacional, os sintomas nem sempre são identificáveis, mas, quando aparecem, são similares aos do tipo 1 e 2, como:
- cansaço;
- fadiga;
- vontade de urinar várias vezes ao dia.
Já para a diabetes infantil, a SPSP elenca sintomas que aparecem tanto no tipo 1 quanto no 2:
- aumento da sede e da vontade de urinar;
- fome em excesso;
- perda de peso;
- hálito cetônico (cheiro de maçã podre ou vinagre).
Tratamento são similares entre os tipos
Os cuidados e estratégias para amenizar os efeitos da diabetes para a qualidade de vida do paciente são muito parecidos entre os diferentes tipos do distúrbio e variam conforme as especificidades de cada caso.
Nesse sentido, os possíveis tratamentos incluem injeções diárias de insulina, uso de medicamentos que estimulam a produção de hormônio e a adoção de hábitos saudáveis, de acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
No que diz respeito à prevenção, as condutas recomendadas também são similares.
A tradicional receita de manter uma alimentação saudável (sem excesso de açúcares), praticar exercícios físicos regularmente, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, além de buscar a qualidade do sono, segundo orientações do Ministério da Saúde.
Para gestantes, especificamente, a recomendação da SDB é que o monitoramento da glicose e faça uma comparação entre a glicemia em jejum no começo da gestação e após a 24ª semana.
Com o Cartão dr.consulta, é possível acessar diferentes exames e especialidades médicas para o controle da diabetes por meio do programa Viva Bem.
Essa linha de cuidados oferece suporte ao paciente para o tratamento e prevenção de agravamento do distúrbio metabólico e de outras condições, como hipertensão e colesterol alto (dislipidemia).
Fontes: