Saiba o que diferencia os principais tipos de rinite
Embora seja comum ouvir alguém dizer que está com “a rinite atacada”, não há um só tipo da condição que afeta, principalmente, a mucosa nasal (tecido interno presente no nariz).
Ainda assim, os diferentes tipos de rinite podem gerar impacto considerável na qualidade de vida de quem é afetado por essa condição.
Basta pensar na dificuldade para respirar, nas noites mal dormidas e nos demais quadros associados a essa alteração, que atinge pessoas de todas as idades em diferentes momentos da vida, com causas bastante variadas.
O que caracteriza um quadro rinite de forma geral
Esse termo inclui uma série de manifestações inflamatórias que atingem a mucosa nasal, conforme já mencionado. Esse tecido é essencial para o bom funcionamento do sistema respiratório, aquecendo e filtrando o ar antes de ele seguir para o caminho até os pulmões.
A partir disso, um indivíduo com rinite pode perceber sintomas como:
- obstrução nasal;
- rinorreia (ou seja, nariz escorrendo) com corrimento líquido;
- coceira no nariz;
- espirros repetidos;
- alterações no olfato e no paladar, fazendo com que seja mais difícil sentir o cheiro e o gosto das coisas.
Além das queixas no nariz em si, pode ser possível notar sinais de irritação que se espalham para a garganta, os ouvidos e o nariz, sobretudo na forma de coceira. De forma mais ampla, o quadro também pode fazer com que a pessoa afetada apresente sintomas como dor de cabeça ou fadiga.
Para lidar com esses sintomas e obter um diagnóstico adequado dessa e de outras condições, é essencial procurar ajuda médica. Pensando nisso, o Cartão dr.consulta oferece benefícios em mais de 60 especialidades e 3 mil exames, garantindo o acompanhamento adequado no seu caso.
Rinite e sinusite
Enquanto a primeira se restringe a mucosa nasal, a segunda (cujo termo preciso é rinossinusite) é caracterizada por um quadro inflamatório que se espalha por toda a área conhecida chamada de “seios da face”. Nessas circunstâncias, essas cavidades ficam inflamadas e cheias de muco (catarro).
Alguns sintomas de ambas as enfermidades são parecidos, mas a sinusite tende a desencadear desconfortos como dores e sensação de pressão na região do rosto, além de febre.
Em alguns casos, a obstrução nasal provocada pela rinite pode fazer com que o catarro se acumule nas cavidades nasais, desencadeando também um quadro de sinusite, em geral, provocado por vírus ou bactérias que aproveitam o ambiente propício para se proliferar.
Rinite não é tudo igual
Existem várias formas de classificar os diferentes tipos de inflamação da mucosa nasal. A divisão pode considerar a causa do quadro, os sintomas mais comuns em cada situação ou mesmo o período pelo qual cada alteração persiste (se aguda ou crônica, por exemplo).
De todo modo, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) sugere agrupar os episódios de rinite em quatro categorias: infecciosa, alérgica, não alérgica e mista.
Rinite infecciosa
De início agudo, essa categoria é causada pela influência de vírus e, eventualmente, bactérias. Isso é o que costuma acontecer diante de um resfriado ou gripe, em que microrganismos atingem o trato respiratório e causam os desconfortos característicos.
Esse tipo de rinite tende a melhorar sozinha, à medida que o corpo consegue combater a infecção. Repouso, hidratação e o uso de medicamentos para controlar a dor e a febre costumam ser as ações mais adotadas para contornar a condição.
Rinite alérgica
Essa tende a ser a forma mais comum dessa inflamação. Como o próprio nome indica, ela é disparada por uma reação alérgica, que acontece quando o indivíduo entra em contato com um alérgeno (ou seja, uma substância que causa alergia).
Entre os agentes irritantes mais comuns estão:
- poeira, que geralmente carrega consigo os ácaros;
- pólen;
- fungos (como o mofo);
- pelos de animais;
- fumaça.
Diante da suspeita de rinite alérgica (que se repete diante do contato com o gatilho), é preciso investigar melhor a queixa. Para isso, um otorrinolaringologista ou um alergologista podem avaliar o indivíduo para identificar o que está por trás do quadro.
Ele pode solicitar exames de sangue para analisar a presença de anticorpos e de testes na pele para entender melhor a resposta do organismo a determinadas substâncias.
Uma vez identificada, a rinite alérgica melhora por meio da prevenção da exposição ao alérgeno. Medicamentos podem ser prescritos para controlar a inflamação e reduzir os sintomas, em especial em casos de crises.
Imunoterapias específicas podem ser indicadas, conforme avaliação profissional. Esse tende a ser um recurso mais avançado, pelo qual o organismo é exposto à substância que causa a alergia através de algo que lembra uma vacina. Com isso, é esperado que o corpo deixe de reagir de forma descontrolada diante do contato com esse item.
Rinite não alérgica
Nessa categoria estão quadros sem sinal de infecção por vírus e bactérias, bem como sem características presentes nas manifestações alérgicas. A partir disso, podem ser incluídos episódios classificados como:
- rinite medicamentosa, associada aos efeitos colaterais provocados por uma série de remédios;
- rinite do idoso, que afeta pessoas na terceira idade sem conexão com qualquer outra possível causa;
- rinite induzida por hormônios, em que oscilações hormonais são responsáveis pelos sinais e sintomas respiratórios e pode atingir mulheres em diferentes fases do ciclo menstrual e gestantes;
- rinite gustatória, pela qual alguns alimentos (como pimentas ou itens com aromas fortes) provocam o desconforto no nariz;
- rinite ocupacional não alérgica, decorrente da exposição a substâncias irritantes durante o trabalho;
- rinite idiopática, em que não é possível identificar a causa por trás da inflamação.
Cada um desses tipos de rinite depende de avaliação específica para a indicação do melhor tratamento, sobretudo quando se leva em conta a variedade de possíveis causas.
Rinite mista
Por fim, esse último tipo combina características gerais de pelo menos outros dois quadros, seja a causa conhecida ou não. Isso inclui, por exemplo, sinais de episódios alérgicos com alterações de natureza não alérgica, conforme listado acima.
Atinge principalmente pessoas com rinite crônica, em que a condição se repete por várias vezes ao longo de, pelo menos, 12 semanas, sem que os sintomas desapareçam por completo.
As abordagens gerais para prevenir quadros de rinite
Assim como no caso do tratamento, cada caso de rinite pode ter recomendações específicas para garantir que ele não se repita.
Seja como for, é possível adotar uma série de medidas capazes de prevenir esse tipo de desconforto e ajudar a saúde respiratória como um todo, independente da estação do ano. Entre as principais iniciativas com esse fim estão:
- evitar o contato com possíveis alérgenos (o que é fundamental nas rinites alérgicas);
- manter ambientes ventilados e sempre bem limpos;
- considerar o uso de purificadores de ar, que ajudam a remover os alérgenos que ficam suspensos nos ambientes;
- higienizar as narinas com soro fisiológico, algumas vezes ao dia;
- beber bastante água sempre;
- tomar as vacinas que previnem infecções respiratórias (como a gripe);
- substituir as roupas de cama e toalhas frequentemente;
- lavar sempre as mãos;
- evitar o excesso de umidade nos ambientes, sobretudo para conter a presença de mofo;
- dormir bem e alimentar-se adequadamente para preservar a imunidade;
- reconhecer possíveis gatilhos dos quadros de rinite.
Com o devido tratamento, é possível não apenas aliviar os sintomas dos diferentes tipos de rinite, como também prevenir algumas complicações. Entre algumas das mais comuns são asmas e bronquites, bem como as próprias sinusites.
Fontes: