Como é feito o tratamento de um dente incluso (ou impactado)
Um dente incluso (chamado também de impactado ou encravado) é aquele que não consegue nascer no momento e na posição adequada. Assim, em vez de crescer e compor o sorriso, ele fica alojado junto ao osso da mandíbula.
Diante disso, pode haver consequências para a saúde bucal. Portanto, essa é uma condição que geralmente exige atenção do dentista antes que complicações apareçam.
Os motivos que provocam um dente incluso
Depois que a dentição de leite cai, o organismo atua para substituí-la com as versões permanentes em um processo que se estende até o começo da vida adulta.
Assim, à medida que os anos passam, os novos dentes nascem naturalmente com o pleno desenvolvimento de cada um deles. Contudo, algumas circunstâncias fazem com que um ou mais deles fiquem retidos.
A falta de espaço na boca é a principal causa desse fenômeno. Isso se dá tanto por questões anatômicas, como um osso menor ou por alterações ortodônticas.
Nesses casos, a direção de crescimento deles muda, ocupando uma extensão maior que a esperada. Com isso, acaba faltando área suficiente para o crescimento de cada estrutura. Na prática, os sisos (cujo nome oficial é terceiro molar e que naturalmente já não cabe ali nem tem utilidade) e os caninos são os mais atingidos pela impactação.
O que essa alteração costuma provocar
Muitos dos dentes impactados ficam ocultos por completo. Porém, parte deles rompe a gengiva e aparece parcialmente, em diferentes posições.
Essa disposição torna a higiene adequada bem mais difícil. Um dente inclinado demais ou aquele exposto com apenas uma face dificulta bastante o uso da escova e do fio dental, por exemplo. Sem isso, existe um ambiente propício para que a placa bacteriana se acumule.
Assim, com o passar do tempo é provável que a região se torne foco de cáries, condições periodontais (gengiva), inflamações e até mesmo a formação de abscessos e cistos odontológicos. No mais, o dente impactado causa disfunções de oclusão (ou seja, no encaixe do sorriso).
Pode demorar um tempo para que qualquer queixa apareça. No entanto, os sintomas mais comuns que costumam se manifestar em algum momento são:
- dor e inchaço ao redor da área afetada ou se estendem pelo maxilar;
- sangramentos;
- hálito ruim;
- dificuldade para abrir a boca, mastigar ou engolir.
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Como o dentista trata um dente impactado
A observação desde a troca da dentição de leite pelos permanentes já pode sinalizar a possibilidade de que um ou mais deles serão impactados. Apesar disso, só é possível confirmar a suspeita com o uso de exames de imagem. A radiografia odontológica no ângulo apropriado permite identificar com precisão a inclusão.
O recurso possibilita ainda que o dentista avalie o grau do bloqueio (se total ou parcial) e a posição em que ele está. A partir dessas avaliações, é possível determinar a melhor abordagem.
Exodontia (extração do dente)
Essa costuma ser a alternativa mais indicada quando é necessário remover o siso ou já há alterações que devem ser sanadas para evitar danos maiores.
Em resumo, esse procedimento é uma pequena cirurgia que permite alcançar o ponto de obstrução. A realização ocorre no próprio consultório e leva cerca de 30 minutos.
Com a data marcada, é preciso seguir algumas orientações nos momentos anteriores à extração. Entre os principais deles estão:
- levar sempre os exames solicitados durante a avaliação odontológica;
- não ingerir bebidas alcoólicas no dia;
- fazer a profilaxia antibiótica mediante orientação, o que reduz o risco de infecções com a administração de alguns medicamentos.
É preciso ainda comunicar diagnósticos anteriores (independente da relação ou não com a saúde bucal). Isso passa também por informar os remédios normalmente utilizados. O controle da dor é feito quase sempre com anestesia local, que remove a sensibilidade da região.
Eventualmente, a sedação é uma alternativa. Nesse caso, o indivíduo recebe uma substância por meio de uma injeção ou inala um gás que provoca sonolência e relaxamento somente durante o período do atendimento.
Cuidados pós-exodontia
O ponto da gengiva aberto é fechado com alguns pontos. Adicionalmente, uma gaze pode ser colocada para conter os sangramentos. De qualquer forma, é possível ir embora logo que a extração termina. Porém, isso não dispensa certas recomendações para uma boa recuperação:
- permanecer em repouso por 24 horas;
- utilizar os medicamentos prescritos para alívio dos desconfortos e prevenção de infecções bacterianas;
- fazer compressas com água fria sobre o rosto do lado da extração, por alguns minutos, várias vezes ao dia;
- não consumir alimentos duros ou quentes;
- optar por refeições frias e pastosas;
- higienizar a boca com enxaguantes bucais específicos indicados pelo dentista nas primeiras 48 horas;
- não fumar ou beber álcool até a recuperação completa.
Em média, a cicatrização da área leva entre sete e dez dias. O risco de complicações é baixo, mas deve-se retornar ao consultório profissional em caso de dor significativa ou presença de sangramentos que não param.
Tratamento ortodôntico
A exodontia é contraindicada para certos grupos de pessoas. Tal limitação surge quando a intervenção oferece risco à saúde ou há chance de danos às estruturas próximas ao dente impactado.
Além disso, determinados quadros obtêm bons resultados com a adoção de tratamentos odontológicos capazes de desobstruir o espaço retido. Essa opção é relevante principalmente quando o bloqueio atinge dentes importantes, como os caninos.
A técnica mais utilizada nessas circunstâncias é o tracionamento ortodôntico. Em poucas palavras, essa intervenção envolve uma pequena cirurgia para expor o dente total ou parcialmente incluso, seguida da colocação de fios e bráquetes (similar ao de aparelhos) que permitem que ele seja pouco a pouco movido até a posição correta.
Acompanhamento regular
Por fim, existe ainda a opção de esperar o que vai acontecer com a dentição que não conseguiu romper a gengiva. Mas isso não significa deixar de cuidar da condição que não apresenta sintomas até então.
Essa definição depende de visitas regulares ao dentista. A recomendação ampla orienta que isso seja feito a cada seis meses. Intervalos menores talvez sejam necessários, conforme a avaliação individualizada do profissional.
Sendo necessário, podem ser feitas limpezas e aplicações de flúor (profilaxia), garantindo a prevenção de complicações com o dente incluso e a melhora da saúde bucal – como um todo.
Fontes: