7 fatores que desencadeiam o útero baixo

O quadro está frequentemente associado ao prolapso dos órgãos pélvicos (POP), uma condição em que essas estruturas descem em direção à vagina – às vezes ultrapassando sua abertura – devido ao enfraquecimento dos músculos, dos tecidos e dos ligamentos da região.
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas costuma ser mais frequente em mulheres com idades avançadas.
Principais manifestações do útero baixo
Os sinais clínicos mais comuns são:
- sensação de peso ou de pressão na área da pelve, como se existisse uma “bola na vagina”;
- desconfortos ao caminhar, ao sentar ou ao levantar;
- dificuldade ou incontinência urinária;
- dores lombares e/ou pélvicas, e durante a relação sexual;
- constipação intestinal.
A intensidade pode variar de acordo com o grau do prolapso, sendo mais severa em casos avançados.
Diante da presença de um ou mais sintomas, é importante buscar o auxílio de um ginecologista para realizar uma avaliação física e, se necessário, procedimentos adicionais, como a ultrassonografia transvaginal, que contribuem com a conclusão do diagnóstico.
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O que faz o útero descer
Entre os fatores de risco associados ao prolapso dos órgãos pélvicos e que podem levar ao abaixamento do útero, destacam-se:
- múltiplas gestações;
- uso de fórceps no parto normal;
- elevação da pressão intra-abdominal;
- distúrbios genéticos que impactam a produção de colágeno (como a síndrome de Ehlers-Danlos e de Marfan);
- alterações hormonais;
- obesidade;
- tosse crônica e constipação intestinal.
Influência da gestação e do climatério
A gravidez exerce um papel crucial no desenvolvimento do útero baixo, explica a Febrasgo. Isso porque o aumento dos níveis de progesterona e cortisol causa o relaxamento dos ligamentos do assoalho pélvico, tornando-o mais vulnerável.
Assim, durante o trabalho de parto, a distensão que ocorre nos músculos da região pode acabar provocando a condição.
Já no climatério, a redução da produção de estrogênio compromete a elasticidade e firmeza dos tecidos, facilitando o prolapso. Como resultado, a incidência é maior em mulheres nesse período e após a menopausa, especialmente entre 70 e 79 anos.

Nem sempre é necessário cirurgia de correção
A abordagem depende da gravidade do quadro e do impacto na qualidade de vida da paciente, podendo incluir:
- fisioterapia pélvica;
- uso de dispositivos de silicone inseridos na vagina (chamados de pessários vaginais), que ajudam a sustentar o órgão e aliviar sintomas;
- mudanças no estilo de vida, como controle do peso, tratamento da constipação e redução de atividades que elevam a pressão intra-abdominal.
Caso seja necessário recorrer à cirurgia, ela costuma ser feita a partir das seguintes técnicas:
- histeropexia: suspensão do útero por meio de fixação dos ligamentos de suporte;
- histerectomia: remoção total do órgão (normalmente, realizada em casos mais avançados);
- sacrocolpopexia: uso de tela sintética para sustentar o fundo vaginal em mulheres histerectomizadas.
A escolha da intervenção é sempre individualizada e leva em consideração ainda fatores como idade e planejamento reprodutivo.
Além disso, medidas preventivas, como fortalecimento do assoalho pélvico e redução dos fatores de risco, são essenciais para diminuir a incidência da condição e melhorar o bem-estar das pacientes.
Fontes: