Assexualidade: conheça a letra A da sigla LGBTQIA+
A assexualidade é uma das muitas manifestações da vida humana. Uma pessoa que se define como assexual não sente atração física por outra, mas isso não impede a afetividade e o amor entre ambas.
Essa orientação sexual possui muitas particularidades. Porém, a escassez de informações e os equívocos sobre ela podem gerar mitos que não correspondem à realidade.
Na assexualidade há amor, envolvimento e intimidade mesmo sem relação sexual.
O afeto não está vinculado apenas ao sexo e, por isso, as pessoas que se identificam como assexuais não precisam sentir atração física para estarem em um relacionamento.
Neste conteúdo vamos trazer informações para que você compreenda melhor a assexualidade e a importância do autoconhecimento e do respeito com o outro.
Você saberá o que significa ser assexual e quais são os tipos de assexualidade existentes.
O que é ser assexuado? E assexualidade?
Vamos começar diferenciando o que é assexual e assexuado.
Segundo o dicionário Oxford Languages, assexuado é aquele que não possui órgãos sexuais, assexo, insexuado. Já na biologia o termo se refere à reprodução de um novo ser, mas sem a fusão de gametas feminino e masculino.
A assexualidade por outro lado é uma orientação sexual.
Dessa forma, o termo mais adequado para a comunidade LGBTQIA+ é assexual ou pessoa assexual, já que segue a mesma lógica de construção das outras orientações existentes: homo, hétero, bi e pansexual, por exemplo.
Contudo, nenhuma dessas definições faz referência à profundidade que é, de fato, a assexualidade humana.
E a identidade de gênero nisso tudo?
É importante relembrar que identidade de gênero é diferente de orientação sexual.
A orientação refere-se à direção do desejo afetivo e erótico de cada pessoa. Assim, uma pessoa pode ter atração voltada para o sexo oposto (heterossexualidade), mesmo sexo (homossexualidade) ou de ambos (bissexualidade), etc.
Identidade de gênero é como a pessoa enxerga o seu gênero: se ela se vê como homem, como mulher, sem gênero, etc. Não tem nada a ver com atração ou desejo afetivo ou erótico.
Então, o que significa ser uma pessoa assexual?
Para compreender a assexualidade é preciso entender o que é sexualidade em si.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse termo refere-se a uma energia que nos motiva para encontrar amor, contato, ternura e intimidade.
Ela integra-se no modo como sentimos, movemos, tocamos e somos tocados. Nesse sentido tem influência nos nossos pensamentos, sentimentos, ações, interações, saúde física e mental.
Com base nessa definição, a assexualidade é caracterizada pela pouca ou por nenhuma atração sexual.
A pessoa assexual não sente desejo por ninguém e nem age pelo erótico. Ela pode ou não praticar sexo. Isso dependerá de cada um que se reconhece nessa orientação. E é diferente da diminuição da libido e da impotência sexual, situações que requerem ajuda profissional.
Os 6 diferentes tipos de assexualidade
Essa temática é bastante plural e, dentro da assexualidade, é possível encontrar subdivisões. Segundo a Asexuality Visibility and Education Network (Aven) a divisão básica é constituída pela:
- assexualidade arromântica: quando o indivíduo não sente atração romântica ou não tem interesse em relacionamentos;
- assexualidade romântica: quando a pessoa se apaixona e quer viver um relacionamento.
Nessa tipificação, há também os heterorromânticos, homorromânticos e birromânticos. Pessoas do primeiro e do segundo tipo querem relacionamentos amorosos com pessoas do mesmo ou do gênero oposto, respectivamente.
Já os birromânticos podem desenvolver relacionamentos amorosos com pessoas de ambos os sexos.
A seguir, algumas outras tipificações que os assexuais podem apresentar, segundo o Aven:
1. Assexual estrito
A pessoa assexual estrita é aquela que não sente atração sexual em nenhum momento por nenhuma pessoa, independentemente do gênero. Ou seja, relações sexuais não fazem parte da sua vida e dos seus relacionamentos.
2. Demissexual
A pessoa demissexual sente atração sexual somente depois que desenvolve um vínculo afetivo com a outra pessoa.
3. Grayssexual
A pessoa grayssexual é a que sente atração sexual em determinadas circunstâncias. No entanto, diferentemente dos demissexuais, não precisa envolver um vínculo afetivo.
4. Assexual fluido
O assexual fluido é a pessoa cujos desejos sexuais flutuam ocasionalmente. Ora se sente como o demissexual, ora como o grayssexual.
5. Frayssexual
Ao contrário da pessoa demissexual, o frayssexual sente atração física somente quando não existe nenhum vínculo afetivo com a outra pessoa.
6. Cupiossexual
A pessoa cupiossexual não sente atração física por outra pessoa, mas tem desejo sexual e vontade de ter uma vida sexualmente ativa.
Mitos e verdades sobre a assexualidade
A assexualidade é uma orientação sexual como outra qualquer: homo, hétero, bissexual e assim por diante.
No entanto, ainda existem muitos mitos acerca desse tema que devem ser esclarecidos para evitar a desinformação. Acompanhe abaixo alguns deles:
É normal ser assexual?
A sexualidade, de forma geral, é um tema muito importante na vida do ser humano. Sua descoberta e aceitação necessitam de profissionais capacitados para facilitar o processo.
A OMS, inclusive, reconhece a sexualidade como um dos pilares da qualidade de vida, sendo um aspecto central de toda a existência do ser humano.
É por esse motivo que muitas pessoas perguntam se ser assexual é normal ou comum. Para essa pergunta a resposta é sim. É possível afirmar que a assexualidade é bastante habitual.
Ela é uma manifestação da sexualidade humana como as demais e nada tem a ver com problemas de saúde, traumas ou experiências negativas.
É altamente recomendado, inclusive, abordar esse tema nas sessões de psicoterapia. Falar sobre isso traz a importância dos relacionamentos afetivos, do bem estar, da saúde e da qualidade de vida.
Esse é um assunto tão necessário que no dia 6 de abril é comemorado o Dia Internacional da Assexualidade, um momento em que essa comunidade se reúne, celebra a própria existência e convida o restante da sociedade para refletir sobre esse assunto.
As pessoas assexuais são antissociais?
Mito. Essa concepção de que assexuais são incapazes de se relacionarem é errônea.
Assim como qualquer outra pessoa com uma orientação sexual, os assexuais conseguem estabelecer diferentes formas de relacionamentos, sejam afetivos ou não.
Uma pessoa assexual, apesar de pouca ou nenhuma atração por sexo, gosta de carinhos, toques e beijos nas circunstâncias corretas.
A assexualidade é uma doença?
Mito. Antigamente a Medicina considerava a falta de atração sexual como um distúrbio físico e mental. Foram décadas de diagnósticos equivocados que acabaram gerando tratamentos desnecessários e sofrimento.
Felizmente, hoje a Ciência sabe que as pessoas que se identificam como assexuais não têm nenhum distúrbio hormonal pontual. Ou seja, a falta de atração sexual não tem relação direta a nenhuma patologia e nem deve ser tratada dessa forma.
A assexualidade é uma criação da internet?
Mito. Foi por meio da Aven, uma comunidade virtual fundada em 2001 que buscava difundir informações e visibilidade sobre a assexualidade, que essa orientação ficou conhecida em todo o mundo.
Porém, há registros muito antigos como o Manifesto Assexual, de Lisa Orlando, publicado em 1972 pelo New York Radical Feminists (NYRF), que mostram que as discussões sobre a assexualidade entendida como orientação sexual são anteriores a 2001.
A psicoterapia ajuda na descoberta da assexualidade?
Essa é uma verdade. O entendimento da orientação sexual é um processo que necessita de atenção e cuidado e, por isso, a psicoterapia pode ajudar muito.
As sessões têm um papel muito importante no autoconhecimento, na descoberta da sexualidade e na sua aceitação. A ajuda de um profissional torna esse momento mais leve e menos angustiante.
O dr.consulta conta com profissionais preparados para atender e informar sobre diversos assuntos, inclusive sobre a assexualidade.
Temos variadas especialidades, incluindo sessões de psicoterapia. Agende seu horário pelo site, telefone ou pelo app, disponível para Android e iOS.
Fontes:
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