Homens também têm: entenda o câncer de mama masculino
Apesar de ser comumente associado a mulheres, o câncer de mama masculino também é uma realidade, mesmo que bastante rara. Representa cerca de 1% dos casos totais da condição, conforme aponta a Revista Brasileira de Desenvolvimento.
Ainda assim, trata-se de uma questão séria, que exige atenção redobrada, pois a identificação tardia reduz as chances de tratamento eficaz e impacta negativamente o prognóstico.
Entendendo o câncer de mama em homens
Como no público feminino, o tumor se origina da multiplicação descontrolada de células mamárias, podendo invadir tecidos vizinhos e causar metástases.
Nos homens, as alterações geralmente ocorrem na região retroareolar, localizada atrás do mamilo, onde existe uma pequena quantidade de tecido glandular. Devido à anatomia mais simples, elas costumam ser mais perceptíveis ao toque.
Entre os diferentes subtipos, o carcinoma ductal invasivo é o mais frequente, presente em até 93% dos casos, conforme demonstrado em revisão publicada na Revista Eletrônica Acervo Saúde. Já o lobular é mais raro, pois a anatomia mamária masculina não possui lóbulos bem desenvolvidos.
Diferenças entre o câncer de mama em homens e mulheres
Embora o câncer de mama seja semelhante em ambos os sexos, há diferenças importantes:
- estrutura anatômica (eles possuem menos tecido na região, facilitando a disseminação cancerígena para estruturas vizinhas);
- estágio no diagnóstico (como citado, tende a ser identificado tardiamente);
- biologia tumoral (maior prevalência de tumores com receptores hormonais positivos entre os homens);
- diretrizes clínicas (a baixa incidência limita a existência de protocolos próprios).

Principais fatores de risco para formação de tumores
Muitos aspectos contribuem para o aumento da probabilidade da condição no público masculino. Os principais são:
- idade acima dos 60 anos (a média é de 71 anos);
- histórico familiar;
- mutações genéticas, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2;
- obesidade e enfermidades hepáticas, que elevam os níveis de estrogênio no corpo;
- exposição à radiação, uso de estrogênio e alterações testiculares (como orquite ou criptorquidia).
A literatura científica revisada pela Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação também destaca que aqueles com síndrome de Klinefelter – patologia genética rara que modifica a produção hormonal – têm até 20 vezes mais chances de desenvolver o quadro.
Sintomas do câncer masculino
Os sinais iniciais podem ser sutis, no entanto, os mais relatados pelos pacientes incluem:
- nódulo firme e indolor atrás do mamilo;
- retração ou deformação dessa estrutura;
- secreção com sangue pelo bico;
- vermelhidão ou ferida na pele da região;
- caroços na axila, sugerindo comprometimento dos gânglios linfáticos.
Vale ressaltar que as manifestações podem ser confundidas com ginecomastia (aumento benigno das mamas), segundo estudo de caso publicado no Brazilian Journal of Development, levando a um atraso no tratamento. Por isso, frente a qualquer indício, é fundamental buscar atendimento médico, como com o mastologista.
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Exames utilizados para detectar a condição
Procedimentos realizados em mulheres são os mesmos recomendados para o rastreio em homens, como:
- mamografia, que identifica alterações mesmo antes de se tornarem visíveis;
- ultrassonografia das mamas, usada de forma complementar;
- biópsia, essencial para confirmar a presença de células malignas;
- ressonância magnética, em casos de predisposição genética elevada ou diagnóstico incerto.
Embora não existam diretrizes específicas, estudos clínicos e revisões, como a publicada na Revista Eletrônica Acervo Saúde, indicam que a mamografia é uma ferramenta eficaz diante de suspeitas, especialmente em pacientes com fatores de risco ou sintomas clínicos.
Por que o diagnóstico de câncer em homens ainda é tardio
Estudos como o da Revista Eletrônica Acervo Saúde reforçam que, em grande parte dos casos, há atraso na busca por atendimento entre os pacientes.
Além da baixa incidência, o principal obstáculo está na falta de conhecimento. Segundo pesquisa publicada na Revista Brasileira de Desenvolvimento, grande parte da população masculina ainda desconhece que pode desenvolver câncer de mama, o que dificulta a percepção de sinais e retarda a procura por atendimento médico.
A ausência de autocuidado está ligada a questões culturais e sociais, como o estigma de que avaliações mamárias seriam associadas à feminilidade. Isso impacta diretamente a prevenção e a detecção precoce.

Como é feito o tratamento
O plano terapêutico é definido com base no estágio da condição, subtipo tumoral e saúde geral do paciente.
Estudo qualitativo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e publicado na Brazilian Journal of Development aponta como abordagens mais utilizadas:
- mastectomia radical modificada (cirurgia de remoção da mama e, em alguns casos, os gânglios da axila);
- hormonioterapia, como o uso do tamoxifeno, para tumores com receptores hormonais;
- quimioterapia, recomendada quando não há resposta hormonal ou em quadros avançados;
- radioterapia, para eliminar células remanescentes no pós-cirurgia.
Ainda de acordo com o estudo, a hormonioterapia neoadjuvante (antes da operação) pode reduzir o tamanho do tumor, facilitando a intervenção cirúrgica e melhorando o prognóstico.
Prevenção e autocuidado ainda são um desafio
Educar a população sobre a existência do câncer de mama masculino é o primeiro passo, seguido do autoexame. Mesmo que não substitua os testes clínicos e de imagem, ele pode ser um aliado importante na detecção precoce.
Homens devem observar regularmente a região, especialmente atrás do mamilo, em busca de alterações como nódulos, retrações, feridas ou secreções.
Manter um estilo de vida saudável, fazer exames periódicos e conhecer os fatores de risco também são atitudes fundamentais para a prevenção.
Fontes:
[…] mulheres são as mais afetadas, mas 1% da população masculina também costuma ser atingida. O câncer de colo de útero também precisa de destaque, com cerca de […]
[…] Tumores mamários na população masculina correspondem a cerca de 1% dos registros da condição. E a idade média dos indivíduos é de 71 anos (10 anos a mais que no público feminino), segundo dados de um estudo publicado no periódico Brazilian Journal of Health Review. […]