Homens também têm? Entenda o câncer de mama masculino
Você sabia que os homens também podem desenvolver câncer de mama?
Segundo o INCA, Instituto Nacional do Câncer, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões do Brasil. Só nas regiões sul e sudeste, em 2022, foram estimados 66.380 novos casos, levando a uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres.
A incidência do câncer de mama nos homens é menor quando comparada às mulheres, representando apenas 1% de todos os casos da doença.
Embora raro, o câncer de mama masculino pode acontecer e, por isso, vamos trazer informações sobre essa doença para você.
Continue a leitura e entenda quais as causas do câncer de mama masculino, os sintomas, como diagnosticar e tratar. Vamos lá? Boa leitura!
Quando ele ocorre em homens?
A mama masculina é um órgão pequeno, mas que pode, sim, desenvolver a doença. Normalmente, o câncer de mama masculino surge em homens acima dos 60 anos, principalmente quando existem na família casos de câncer de mama (mesmo que em mulheres) ou de ovário.
Existem dois tipos de câncer de mama masculino. Sendo eles:
- Carcinoma Ductal in Situ: quando as células cancerígenas se formam nos ductos da mama, mas não os invadem ou espalham para fora da mama;
- Carcinoma Ductal Invasivo: esse tipo de câncer atinge a parede do ducto e desenvolve-se pelo tecido glandular da mama.
Como a mama masculina é muito pequena se comparada à da mulher, o câncer de mama masculino sempre começa muito próximo ao mamilo. Segundo o Oncoguia, 80% dos casos são carcinomas ductais invasivos.
Embora os fatores de risco possam influenciar o desenvolvimento do câncer, a maioria não causa diretamente a doença. Assim, uma pessoa pode apresentar vários deles, e nunca desenvolver um câncer, enquanto outra sem agravantes conhecidos poderá apresentar.
A seguir, vamos elencar os fatores de risco para o câncer de mama masculino. São eles:
Envelhecimento
O envelhecimento é um fator de risco muito importante para o desenvolvimento do câncer de mama masculino. Isso porque, a idade mais comum do surgimento desse câncer em homens é acima dos 60 anos.
Histórico familiar
O risco de ter câncer de mama aumenta quando o homem tem parentes próximos da família que tiveram câncer de mama ou ovário. Segundo estimativa do Oncoguia, 20% dos casos de câncer de mama masculinos são em homens com um parente próximo, do sexo masculino ou feminino com a doença.
Mutações genéticas hereditárias
Os genes BRCA1 e BRCA2 quando apresentam alterações, são um fator de risco para os homens. No entanto, as alterações do BRCA2 apresentam um maior agravante, já que aumentam muito a chance dos homens desenvolverem câncer de mama.
Outros genes, como CHEK2, PTEN e PALB2, se tiverem alterações, também podem ser responsáveis por alguns tipos de câncer de mama em homens.
Síndrome de Klinefelter
A síndrome de Klinefelter é uma condição congênita que afeta 0,1% dos homens. Nos portadores dessa síndrome, os testículos são menores que o normal e, muitas vezes, os homens são inférteis, pois não produzem espermatozoides funcionais.
Em relação aos outros homens, os portadores da síndrome de Klinefelter apresentam níveis de andrógenos baixos e altos níveis de estrogênio. Por isso, frequentemente, desenvolvem ginecomastia (aumento descontrolado das mamas).
Segundo o Oncoguia, homens com a síndrome de Klinefelter apresentam aumento do risco de desenvolver câncer de mama entre 20 a 60 vezes maior do que um homem na população geral.
Exposição à radiação
Homens que por outra doença como, por exemplo, o linfoma, e que fizeram radioterapia da parede torácica, têm um risco maior de desenvolver câncer de mama.
Alcoolismo
Ingerir bebidas alcoólicas em excesso aumenta a chance de desenvolver o câncer de mama masculino. Essa condição pode ter sua causa nos efeitos do álcool sobre o fígado. Quanto mais constante for a ingestão de álcool, maior é o risco.
Doença hepática
O fígado tem um papel importante no metabolismo dos hormônios sexuais. Homens que apresentam doenças hepáticas, como cirrose, por exemplo, têm níveis relativamente baixos de andrógenos e níveis mais altos de estrogênio. Assim, podem apresentar ginecomastia que gera risco maior para o desenvolvimento do câncer de mama.
Tratamentos com estrogênio
Para o tratamento do câncer de próstata, por exemplo, algumas terapias utilizam medicamentos com estrogênio. Essa condição pode aumentar ligeiramente o risco de câncer de mama.
Pessoas que, durante o processo de mudança de sexo, utilizam altas doses de estrogênio também têm um risco aumentado de câncer de mama. No entanto, ainda não há estudos conclusivos para esse grupo em relação ao risco de câncer de mama.
Obesidade
No obeso, as células de gordura do corpo convertem os hormônios masculinos (andrógenos) em hormônios femininos (estrogênio). Com isso, vale dizer que os homens obesos têm níveis mais altos de estrogênio em seu corpo. Sendo assim, conclui-se que a obesidade é um fator de risco para câncer de mama masculino.
Condições dos testículos
As seguintes condições podem aumentar o risco de câncer de mama masculino: testículo encarcerado, caxumba na vida adulta, remoção de um ou ambos os testículos.
Como diagnosticar o câncer de mama em homens?
Por ser mais raro e não existir protocolo de rastreamento para o câncer de mama masculino, o diagnóstico desse câncer é tardio.
Dessa forma, homens que tenham casos de câncer de mama na família devem procurar um mastologista e realizar exames regulares após os 50 anos, para diagnosticar alterações que possam indicar câncer.
Acompanhe a seguir alguns dos sintomas que podem indicar o desenvolvimento do câncer de mama masculino. Mas lembre-se de não esperar por eles para realizar um check-up.
- Nódulo ou caroço no peito, atrás do mamilo ou logo abaixo da aréola, indolor;
- Mamilo virado para dentro;
- Dor numa determinada área do peito que surge depois do aparecimento do nódulo;
- Pele enrugada ou ondulada;
- Sangramento ou saída de secreção pelo mamilo;
- Vermelhidão ou descamação da pele da mama, ou mamilo;
- Inchaço das ínguas na axila;
- Alteração do volume da mama.
O diagnóstico do câncer de mama masculino, assim como do feminino, é realizado pelo mastologista após exames clínicos em consultório e a realização de exames complementares.
Os principais exames para diagnóstico da doença são:
- Mamografia;
- Ultrassom da mama;
- Biópsia;
- Exames de sangue, principalmente genéticos;
- Raio-X do tórax;
- Cintilografia óssea;
- Tomografia para verificar a extensão da doença.
Como é o tratamento?
Com algumas pequenas variações, o câncer de mama masculino é tratado da mesma forma que o feminino, sendo indicada a realização de cirurgia e quimioterapia.
Na cirurgia, como a mama dos homens é pequena e os nódulos estão atrás do mamilo, geralmente o procedimento é mais invasivo, já que não é possível retirar apenas parte da mama.
Nesse procedimento, quase sempre, é retirada a mama com a aréola e o mamilo (mastectomia total), com cirurgia axilar para a retirada de um gânglio (linfonodo sentinela) ou de vários gânglios, na mesma cirurgia.
Em alguns casos, pode ser necessário realizar quimioterapia, radioterapia ou bloqueio dos hormônios, dependendo do tamanho do tumor e de suas características biológicas.
Não se esqueça, ao primeiro sinal de qualquer mudança, principalmente nas áreas que o câncer de mama masculino possa se apresentar, ou caso tenha casos da doença na família, marque uma consulta com um mastologista no dr.consulta através do site ou app, disponível para Android e iOS.
E se quiser saber mais sobre o Outubro Rosa, não deixe de acessar nosso conteúdo, “O que é o outubro rosa e como essa data pode te ajudar?”. Até a próxima!