O que faz do câncer de pele melanoma raro, mas perigoso
Embora os tumores de pele como um todo sejam os mais comuns entre os brasileiros, o número de casos de câncer de pele melanoma é relativamente pequeno – representando apenas 4%, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Ainda assim, por ser a forma mais grave da alteração, com risco de progressão para outras partes do organismo, é importante compreender dicas de prevenção e quais sinais observar para procurar ajuda. O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar a chance de recuperação.
Características do câncer de pele melanoma
De forma geral, neoplasias resultam da proliferação descontrolada de determinadas células devido a alterações em seu material genético.
Nessa condição, o processo acontece nas estruturas que dão pigmentação à superfície (melanócitos) e auxiliam na composição do tecido que reveste o corpo.
Por atingir as regiões responsáveis pela coloração, o principal sintoma são pintas ou sinais que mudam de cor, variando de tons acastanhados para alguns mais escuros, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Podem aparecer em qualquer parte do corpo, inclusive nas mucosas.
Além disso, a lesão pode apresentar mudanças no formato ou tamanho e sangramentos. Em pessoas negras – apesar de mais raro – tende a se desenvolver nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.
Ao contrário dos tipos classificados como câncer não melanoma, que costumam crescer lentamente e quase não se propagam, ele é considerado mais agressivo justamente por ter a capacidade de se espalhar rapidamente para outros órgãos – processo chamado de metástase.

Fatores de risco para o câncer melanoma
A exposição desprotegida e excessiva à radiação ultravioleta (UV) – proveniente do Sol ou de câmaras de bronzeamento artificial – é o elemento mais associado ao seu desenvolvimento. Outros fatores incluem:
- pele e olhos claros, cabelos loiros ou ruivos (maior vulnerabilidade à luz solar);
- histórico de queimaduras solares, especialmente na infância e adolescência;
- antecedentes familiares da condição, sobretudo em parentes de primeiro grau;
- presença prévia de nevos, um tipo específico de pinta classificada como lesão benigna, mas que pode aumentar as chances;
- quadro de imunossupressão, em que o sistema imunológico fica comprometido por patologias ou medicamentos;
- contato ao longo da vida com produtos químicos específicos ou infecção por microrganismos;
- diagnóstico prévio de xeroderma pigmentoso, alteração dermatológica que deixa a derme extremamente sensível à ação da luminosidade natural.
Vale ressaltar que, embora possa ocorrer em qualquer idade, o câncer de pele melanoma é mais comum à medida que a pessoa envelhece. Além disso, homens e mulheres são afetados geralmente em igual proporção.
Sinais de alerta
Nem toda pinta levanta preocupações. A suspeita surge a partir de algumas características. Por isso, a regra do “ABCDE” é o primeiro passo para identificar pontos que precisam de atenção:
- A, de assimetria: suas metades não são correspondentes e se diferem;
- B, de bordas irregulares: se tornam desiguais, recortadas ou mal definidas;
- C, de cor: deixa de ser uniforme, podendo apresentar diferentes tons de marrom, preto, vermelho, branco ou azul;
- D, de diâmetro: superior a 6 milímetros;
- E, de evolução: há mudanças no tamanho, forma, coloração, elevação ou é acompanhada de sintomas como coceira, descamação, sangramentos ou sensibilidade.
Ao notar indícios incomuns, é crucial procurar ajuda especializada de um dermatologista para avaliação adequada.
Queixas que incluem nódulos cutâneos, inchaço nos gânglios linfáticos (as ínguas), dificuldade de respirar, dores abdominais e na cabeça podem sugerir que já houve avanço do tumor para outras partes do corpo.
Como funciona o diagnóstico
Por muito tempo, os melanomas eram confirmados apenas pela sua aparência, tanto a olho nu quanto por meio da dermatoscopia – espécie de lente de aumento para checagem mais precisa.
Atualmente, a biópsia é fundamental para confirmar o diagnóstico. Ela consiste na remoção de um fragmento ou da totalidade da área afetada, conforme critério profissional, para análise laboratorial que confirma a existência de células cancerígenas.
Se positivo, podem ser necessários ainda procedimentos adicionais para avaliar a possibilidade de disseminação.
Geralmente são empregados recursos de imagem, ultrassom, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou PET-CT, dependendo das particularidades da malignidade inicial.
Opções de tratamento
A abordagem varia significativamente de acordo com o estágio do câncer, podendo envolver:
- remoção cirúrgica do tumor, bem como de pequenas margens de tecido normal;
- radioterapia, útil para eliminar focos que não podem ser retirados na operação;
- quimioterapia, não é tão comum, sendo empregada em casos de metástase;
- imunoterapia, em que substâncias são aplicadas para ensinar o sistema imunológico a atacar as células comprometidas;
- terapias-alvo, fármacos inovadores, capazes de atuar especificamente sobre características da lesão, como uma mutação genética específica.
Mesmo depois da recuperação, o acompanhamento médico regular é indispensável, pois há chances de alterações reincidentes surgirem.
Para complementar esse cuidado, o Cartão dr.consulta oferece acesso a diferentes exames e especialidades médicas com preços diferenciados. Pacientes também são incluídos em programas de saúde com suporte multidisciplinar e consultas de enfermagem on-line e gratuitas.

Formas de prevenção para o câncer de pele melanoma
Uma vez que o principal fator de risco é a radiação do sol, várias medidas podem amenizar o impacto desse comportamento. Entre elas estão:
- usar protetor solar com FPS mínimo de 30 adequadamente todos os dias, reaplicando a cada duas horas ou após transpiração excessiva e contato com a água, como orienta a SBD;
- evitar a exposição em momentos de luz intensa (entre 10h e 16h), sobretudo no verão;
- utilizar chapéus de abas largas e óculos de sol com proteção UV;
- jamais passar por câmaras de bronzeamento, proibidas no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde 2009;
- fazer o autoexame da pele regularmente, observando todas as pintas e sinais do corpo e procurando mudanças que exijam atenção especializada;
- consultar periodicamente o dermatologista, principalmente quando houver predisposição para o quadro.
O conhecimento sobre o câncer de pele melanoma, seus fatores de risco, sinais de alerta e formas de prevenção são passos importantes para facilitar os cuidados, a detecção precoce e o sucesso dos tratamentos, garantindo uma derme saudável e protegida por toda a vida.
Fontes:
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
- Câncer Biology & Therapy;
- Grupo Brasileiro de Melanoma;
- National Library of Medicine;
- Instituto Nacional do Câncer;
- Instituto Nacional do Câncer;
- Instituto Nacional do Câncer;
- Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica;
- Sociedade Brasileira de Dermatologia;
- Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Estou com alguma preocupação com a minha pele, está muito amarelada, já tive coceiras e bolhas avermelhada, bolhas brancas e escuras, as vezes apanho pequenas febres , e ja estou a 4 dias que não fasso necessidade maior em condições, urina está sempre amarela.
Olá! Julio, tudo bem? De acordo com os sintomas relatados, recomendamos agendar uma consulta presencial.
[…] vale também para o câncer de pele do tipo melanoma, considerado o mais raro e com o pior prognóstico (termo usado para se referir à expectativa de […]