Conheça as principais causas do excesso de gases
O excesso de gases é aquele tipo de desconforto que todo mundo vai experimentar alguma vez na vida e que nem sempre indica algo mais grave. Além disso, é esperado que a situação se resolva sozinha na maioria dos casos.
No entanto, episódios frequentes desse acúmulo, além de ser algo desagradável, pode ser sinal de alguma alteração no organismo que talvez mereça uma atenção um pouco maior.
Como os gases se formam no organismo
A maior parte dos fluidos gasosos produzidos na barriga se dá por conta da digestão das refeições. Não custa lembrar que várias bactérias estão envolvidas nesse processo bastante complexo, o que faz com que um determinado volume de gás seja liberado e se acumule na região.
Em alguns casos, a ação dos microrganismos também pode gerar algum tipo de odor desagradável devido à composição do gás, inclusive por conta da ingestão de determinados alimentos. Exemplo disso são itens com grandes quantidades de fibras, que demoram mais tempo para serem digeridos e não são absorvidos pelo organismo.
Além disso, uma parte dos gases acumulados na barriga tem origem na própria respiração, que acaba indo em direção aos órgãos dessa parte do corpo quando respiramos enquanto comemos ou bebemos.
Seja como for, posteriormente, todo esse gás acumulado é eliminado pelo ânus ou pela boca de forma natural. Estima-se, em média, que uma pessoa ao longo do dia faça isso (às vezes sem perceber) entre 8 e 14 vezes, ainda que repetir a eliminação de gases até 25 ou 30 vezes por dia não seja inesperado.
Os sinais e sintomas mais comuns do excesso de gases
Notar um volume gasoso maior tende a ser comum em alguns momentos, como depois das refeições, conforme já foi dito. Nesses casos, a pessoa pode perceber ainda:
- aumento no número de arrotos e flatulências (o popular “pum”);
- odor desagradável nos gases eliminados;
- sensação de barriga inchada;
- distensão (inchaço) na barriga, fazendo com que ela fique maior;
- alguma forma de dor ou desconforto abdominal.
Em geral, a sensação ruim causada pelo acúmulo de gases tende a ir embora com o tempo. Porém, quando isso passa a incomodar com frequência no dia a dia ou está acompanhado de outros sintomas, pode ser importante procurar ajuda médica. Entre alguns pontos que devem chamar a atenção estão:
- piora repentina no desconforto;
- outras alterações gastrointestinais (como mudanças na frequência de idas ao banheiro, para mais ou para menos);
- dor abdominal que não melhora;
- perda de peso sem causa aparente.
Diante de tudo isso, o gastroenterologista fará as avaliações necessárias para descobrir o que está por trás da alteração e fornecer orientações para aliviar o incômodo.
Algumas das explicações possíveis para o excesso de gases
O excesso de gases é um sintoma comum em várias condições de saúde, com diferentes níveis de gravidade. Ainda que a confirmação de qualquer diagnóstico só possa ser feita mediante avaliação médica, vale observar algumas dessas situações capazes de explicar essas e outras alterações gastrointestinais.
1. Consumo de determinados alimentos
Além das fibras, alimentos ricos em determinados carboidratos (nutriente que aparece sobretudo na forma de açúcares) podem exigir mais do trato gastrointestinal, fazendo com que seu processo de digestão produza mais gases.
Portanto, quando essa é a explicação para o acúmulo de gases, reduzir o consumo desses alimentos costuma resolver a situação.
2. Prisão de ventre
Também chamada de constipação intestinal, a prisão de ventre tem como principal característica a lentidão do trânsito das fezes, reduzindo as idas ao banheiro. Na prática, o indivíduo com o intestino preguiçoso faz cocô menos do que três vezes por semana, mesmo que sinta vontade.
Não é raro que essas pessoas apresentem também cólicas, inchaço abdominal e acúmulo de gases. Na maioria dos casos, a prisão de ventre é causada pela falta de fibras na alimentação, junto com um consumo reduzido de água. Mudar esse padrão costuma ser o suficiente para resolver o desconforto, desde que não haja outras condições por trás dele.
3. Intolerância à lactose
Indivíduos intolerantes à lactose não têm a capacidade de digerir o açúcar naturalmente presente no leite e nos seus derivados. Assim sendo, o consumo desses alimentos pode desencadear uma série de desconfortos gastrointestinais, incluindo os gases em excesso.
Excluir os laticínios da alimentação ou usar suplementos com lactase (responsável por digerir a lactose) são as principais orientações nesses casos.
4. Doença celíaca
A doença celíaca faz com que o corpo dispare uma reação inflamatória sempre que há ingestão de alimentos ricos em glúten. Ele é uma proteína presente principalmente em itens feitos a partir de trigo, como massas, bolos e pães.
Além dos gases, o paciente pode notar sintomas como diarreia, dor abdominal, fadiga e dificuldades para absorver alguns nutrientes. A principal forma de lidar com a doença celíaca envolve restringir o consumo de glúten.
5. Doença inflamatória intestinal
A doença inflamatória intestinal combina uma série de alterações gastrointestinais sem causa bem definida que traz comprometimento significativo na vida de quem é afetado pelo quadro. Suspeita-se que o estresse e a ansiedade podem ser responsáveis por desencadear a condição.
As mudanças no funcionamento do intestino, as dores e o excesso de gases costumam ser alguns dos sintomas típicos da doença inflamatória intestinal. Ainda assim, o diagnóstico é difícil e depende da exclusão de outras possíveis causas que expliquem os sintomas. Ela não tem cura, mas o tratamento pode aliviar os sintomas e devolver qualidade de vida ao paciente.
6. Obstruções intestinais
Como o próprio nome sugere, obstruções intestinais são interrupções no fluxo intestinal. Esse tipo de obstáculo ocorre por uma série de fatores e pode ser potencialmente grave dependendo do tamanho da limitação provocada.
A dor notada nesses casos costuma ser intensa e mesmo com o acúmulo de gases, o paciente pode sentir dificuldade em eliminá-los.
Pessoas que já passaram por cirurgias abdominais ou com determinados quadros gastrointestinais crônicos costumam ter mais chance de desenvolver a obstrução. O tratamento é definido pelo médico após avaliação e varia conforme o tamanho do bloqueio e o que está causando-o.
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7. Gastroparesias
Uma gastroparesia se dá quando há uma redução ou interrupção no movimento do estômago e do intestino, impedindo o esvaziamento estomacal e o trânsito intestinal adequados. Ainda que seja uma alteração rara, essa pode ser uma complicação presente entre pacientes com diabetes.
Junto do acúmulo de gases, o paciente nessas condições pode apresentar enjoos, vômitos e a sensação de estar cheio mesmo muito tempo depois de ter se alimentado. O tratamento varia caso a caso, mudando de acordo com a causa da alteração.
8. Câncer colorretal
Não é preciso se assustar, mas em casos raros o excesso de gases pode ser consequência da evolução de um câncer colorretal. Esse tipo de tumor se forma em trechos do intestino ou do reto (a parte final do trato intestinal antes do ânus).
É claro que os gases não são o único sintoma de um câncer colorretal. Alterações no ritmo intestinal, dores na barriga, sangue nas fezes e perda de peso sem explicação também são parte do quadro. Para a confirmação da presença do tumor, o paciente precisa ser submetido a uma biópsia, onde um pequeno fragmento do intestino é removido e analisado em laboratório.
Com o diagnóstico adequado, o câncer colorretal pode ser devidamente tratado, com boas chances de sucesso. De todo modo, a cirurgia para remoção do tumor costuma ser a abordagem mais utilizada, complementada com quimioterapia e/ou radioterapia.
Fontes