O que é preciso saber sobre a cirurgia de glaucoma

Progressiva e silenciosa, essa condição é a principal causa de cegueira irreversível no Brasil e no mundo, segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG).
Ela ocorre quando o humor aquoso (fluido produzido no interior dos olhos) não é drenado adequadamente pela malha trabecular, gerando aumento da pressão intraocular (PIO).
Com o tempo, há uma degeneração do nervo óptico que leva à perda da capacidade de enxergar. A cirurgia de glaucoma é um recurso essencial para prevenir essa complicação.
Tipos de cirurgia de glaucoma e quando ela é indicada
Em casos leves, colírios hipotensores ou procedimentos a laser se mostram eficientes. No entanto, quando o quadro avança ou os métodos clínicos falham em controlá-lo, a operação torna-se crucial para impedir a evolução do dano visual (apesar de não recuperar o que já se estabeleceu).
Atualmente, os principais métodos utilizados incluem desde os mais tradicionais até técnicas modernas. Entre eles:
- trabeculectomia;
- implante de dispositivos de drenagem;
- cirurgias minimamente invasivas (MIGS).
1. Trabeculectomia
É considerado o padrão-ouro no tratamento da enfermidade, aponta artigo da Revista Brasileira de Oftalmologia, no qual cria-se uma pequena abertura na esclera (parte branca do globo) para retirar o líquido acumulado.
Embora eficaz e recomendado quando o uso dos medicamentos não é mais suficiente, essa intervenção envolve maior risco de infecções e hipotonia ocular.
2. Implante de dispositivos de drenagem
Outra abordagem que é vista como referência, segundo artigo da Revista Brasileira de Oftalmologia.
Consiste na inserção de tubos ou válvulas de silicone para direcionar o humor aquoso a uma região onde ele possa ser reabsorvido. Especialmente indicado para casos mais críticos ou quando a trabeculectomia não funciona.
3. Cirurgias minimamente invasivas (MIGS)
Surgiram como alternativas menos agressivas e de recuperação rápida. Utilizam microdispositivos implantados em mini incisões, preservando as estruturas dos olhos e reduzindo as chances de complicações graves. As técnicas mais populares são:
- iStent® e iStent inject®: pequenos stents (dispositivo tubular) que facilitam a drenagem trabecular;
Hydrus™ Microstent: implante colocado no canal de Schlemm para o fluido escorrer; - GATT (Gonioscopia-Assisted Transluminal Trabeculotomy): rompe a parede interna desse canal e melhora o escoamento;
- Kahook Dual Blade (KDB) e Trabectome®: remoção parcial da malha trabecular.

Escolha da cirurgia depende de diversos fatores
Somente um oftalmologista pode avaliar qual cirurgia de glaucoma é ideal para cada quadro.
Normalmente, o profissional leva em consideração os seguintes critérios:
- estágio e tipo da patologia (ângulo aberto ou fechado);
- idade e condições de saúde do paciente;
- resposta prévia a tratamentos clínicos.
O Cartão dr.consulta possibilita o acesso a diferentes especialistas, além de exames oftalmológicos e agendamento de operações com valores mais vantajosos.

Cirurgia costuma ser rápida
A duração da intervenção varia conforme a técnica aplicada:
- procedimentos a laser: cerca de 10 a 15 minutos;
- trabeculectomia e implantes: até 90 minutos.
Cuidados no pós-operatório
Independentemente da abordagem, as medidas de precaução após todo o processo ser realizado são fundamentais para o sucesso do resultado. Eles incluem:uso regular de colírios prescritos;
- evitar coçar ou pressionar os olhos;
- higienizar a região com delicadeza;
- retornar às consultas de acompanhamento.
Sensibilidade à luz, visão embaçada temporariamente e leve desconforto nos primeiros dias são manifestações comuns. Porém, na presença de dores intensas ou secreção, é importante procurar o oftalmologista imediatamente.
Por fim, pode-se concluir que a cirurgia de glaucoma é uma solução segura para prevenir a progressão do quadro e garantir a qualidade de vida.
Fontes:
- Revista Brasileira de Oftalmologia;
- Sociedade Brasileira de Glaucoma.
[…] orientar cirurgias oftalmológicas, especialmente as minimamente invasivas destinadas ao tratamento da enfermidade citada. […]