Crianças são muito afetadas pela conjuntivite alérgica

Olhos vermelhos, coçando e lacrimejando sem parar… Esses sintomas até podem parecer simples, mas escondem um quadro de saúde que atinge milhões de pessoas, principalmente os pequenos.

Mais comum do que se imagina, essa variação da conjuntivite se manifesta em até 40% das pessoas que têm algum tipo de alergia, segundo artigo publicado no periódico Research, Society and Development. Contudo, diferentemente da viral ou bacteriana, não é contagiosa.

O que é e quais são as causas da conjuntivite alérgica

Consiste em uma reação de defesa do organismo a substâncias do ambiente (poeira, pólen, ácaros, poluentes, entre outros) por meio da liberação de compostos químicos como a histamina, ocasionando a inflamação da membrana que reveste o órgão visual.

Crianças e adolescentes são particularmente mais afetados, pois o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento e o contato com esses agentes irritantes é constante — seja na escola, em casa ou ao ar livre.

Além disso, eles tendem a esfregar a região ocular com mais frequência, o que pode piorar a situação.
O mesmo artigo publicado no periódico Research, Society and Development traz um levantamento com diversos estudos e um deles, focado na Europa, aponta que a prevalência da conjuntivite alérgica no público infantil pode chegar a 25%.

Já no Brasil, os dados ainda são incipientes, mas as primeiras pesquisas apontam para cerca de 35% em cidades de grande porte.

Sintomas desencadeados pela conjuntivite alérgica

Quando essa condição acontece, provoca sinais típicos como:

• coceira intensa (o mais característico);
• vermelhidão;
• lacrimejamento incessante;
• sensibilidade à luz (fotofobia)
• sensação de corpo estranho.

Geralmente, acomete os dois olhos ao mesmo tempo e os sintomas pioram em épocas mais secas ou com maior poluição no ar. Se persistirem ou ficarem muito acentuados, é fundamental buscar auxílio de um oftalmologista, especialmente em casos de:

• dores;
• visão embaçada;
• secreção amarelada ou purulenta;
• inchaço.

Vale ressaltar que essas manifestações também podem estar associadas a infecções ou indicar outras enfermidades mais sérias e somente um profissional pode diagnosticar corretamente.

Embora muitas vezes seja considerada leve, a conjuntivite alérgica pode trazer complicações, sobretudo se não for tratada de maneira adequada. Entre elas, destacam-se:

• ceratocone;
• úlcera ocular;
• cicatrizes corneanas.

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Evitar o contato com alérgenos é a melhor forma de prevenção

A exposição contínua a substâncias que causam alergia em qualquer ambiente é o principal fator de agravamento. Por isso, procurar controlá-la é uma medida eficaz para reduzir as crises e melhorar a qualidade de vida da criança.

Algumas atitudes práticas na hora de higienizar e organizar a casa podem ajudar a diminuir esse contato. Entre elas:

• manter os cômodos limpos e arejados;
• dar preferência para uma decoração sem carpetes, cortinas de tecido grosso e bichos de pelúcia (pois acumulam poeira e outros alérgenos);
• utilizar capas antiácaro em colchões e travesseiros;
• lavar as roupas de cama semanalmente com água quente;
• evitar fumaça de cigarro, perfumes fortes ou produtos de limpeza com cheiro intenso;
• deixar as janelas fechadas e usar umidificadores nos dias muito secos ou com poluição alta.

Ademais, é importante explicar para os pequenos que não se deve coçar os olhos constantemente, muito menos com intensidade, por mais incômodos que os sintomas sejam. Apesar de aliviá-los momentaneamente, tal ato propicia a evolução do quadro.

O apoio da família é essencial para o manejo da condição, bem como um acompanhamento regular com especialistas.

Fontes:

• Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia;
• Research, Society and Development.